À descoberta das Reservas da Biosfera

Antes de fazermos a nossa visita a mais um espaço português, será importante perguntar ao leitor: Já ouviu falar nas Reservas da Biosfera? Pois é, que aqui em Portugal, já temos 12! Mas afinal o que são?

As reservas da biosfera são locais de aprendizagem para o desenvolvimento sustentável. São locais para testar abordagens interdisciplinares para entender e gerenciar mudanças e interações entre sistemas sociais e ecológicos, incluindo prevenção de conflitos e gestão da biodiversidade. São lugares que fornecem soluções locais para os desafios globais.

UNESCO

As Reservas da Biosfera são constituídas por três zonas/áreas: Áreas de núcleo; Zonas tampão e Zonas de transição. Começando pelas Zonas de núcleo, estas dedicam-se à conservação das paisagens, das espécies e dos ecossistemas. Passando às Zonas tampão, estas caraterizam-se por atividades ecológicas práticas que permitam um reforço à pesquisa, monitorização, estudo e educação científica. Por fim, as Áreas de transição, abrangem as atividades humanas e a economia que devem prezar pela sustentabilidade.

Onde podem ser encontradas em Portugal?

Em Portugal contemplam-se atualmente 12 Reservas, sendo estas: Paul do Boquilobo (a primeira, em 1981), Corvo – Açores (2007), Graciosa – Açores (2007), Flores – Açores (2009), Transfronteiriça do Gerês – Xurés (Portugal/Espanha) (2009), Berlengas – Peniche (2011), Santana – Madeira (2011), Transfronteiriça Meseta Ibérica (Portugal/Espanha) (2015), Fajãs de S. Jorge – Açores (2016), Transfronteiriça Tejo/Tajo Internacional (Portugal/Espanha) (2016), Castro Verde (2017) e Porto Santo – Madeira (2021).

A Ilha Dourada

Viajamos agora até à mais recente Reserva, para descobrir os seus encantos: a Reserva da Biosfera de Porto Santo.

A mais pequena ilha habitada do arquipélago da Madeira, situada no oceano Atlântico, no extremo sudoeste europeu, Porto Santo, é um verdadeiro espaço de tranquilidade, onde pode encontrar praias únicas de areia fina e dourada, daí ser apelidada por muitos de “Ilha Dourada”. E não se preocupe com as temperaturas, porque em Porto Santo não existe uma grande variação ao longo dos 12 meses, mantendo-se assim ameno todo o ano, o que convida sem dúvida a um belo passeio pelo extenso areal ou a um mergulho nas águas cristalinas. Além disso, as areias da ilha são conhecidas pelos seus poderes medicinais, por isso não perca a oportunidade, mais ou menos por volta da hora de almoço, quando a areia estiver quente, cubra-se com esta e relaxe. Outra recomendação para a sua visita é um passeio de barco pela ilha, já que esta é sem dúvida uma excelente forma de conhecer todos os seus recantos e deslumbrar incríveis paisagens! Se preferir contemplar as vistas a partir de terra, existem inúmeros miradouros como o da Portela e o do Pico Castelo. Quanto aos petiscos e às bebidas, nas praias de Porto Santo existem bastantes esplanadas que pode experimentar, por exemplo o bolo do caco típico da região acompanhado de um bom vinho, sumo ou sangria.

Casa Colombo – Museu do Porto Santo

Se já desfrutou da serenidade das praias e se deslumbrou com o encantamento das paisagens, um bom espaço para visitar é a antiga casa de Cristóvão Colombo (navegador genovês), que atualmente é um museu.

Divide-se em dois andares: o rés-do-chão, no qual se encontra uma loja e uma sala de exposições temporárias que apontam à temática da expansão marítima portuguesa e o primeiro andar dividido em quatro salas temáticas. Na primeira sala, dedicada à Expansão Portuguesa, apresenta-se, no contexto da expansão marítima, a posição estratégica da ilha de Porto Santo e do arquipélago da Madeira. Na segunda sala encontra-se por exemplo uma biografia de Cristóvão Colombo, apontamentos de referência às suas viagens ao continente africano e elementos relacionados com a importância da coroa espanhola na expansão mundial. Já a terceira e quarta salas dedicam-se ao império colonial holandês.

Rei da Poncha

Sem dúvida que não pode ir embora de Porto Santo sem visitar o Rei da Poncha! O bar tem disponível refeições para almoço, bebidas com álcool, mesas ao ar livre, serviço de mesa (com um staff muito simpático) e wi-fi gratuito. E, claro: a melhor poncha da Madeira! Nós recomendamos desde já a de tangerina! O atendimento é rápido e os preços são acessíveis, por isso não deixe de visitar e experimentar a bebida mais emblemática da Madeira.

Se entretanto ficou interessado no papel das Reservas da Biosfera, e gostava de saber mais como é que a de Porto Santo se tornou Reserva, todas as iniciativas e projetos que têm em curso, assim como o seu património, a fauna e a flora, entre outros aspetos, visite a página: https://portosantobiosfera.madeira.gov.pt/pt/

Ah e uma pequena curiosidade! Chama-se Porto Santo, porque serviu como um “porto seguro”. O problema está que nunca se chegou a um consenso de onde provém esse refúgio, e, por isso, existem 2 teorias para explicar o “nascimento” do nome: a primeira é a de que em 1418 João Gonçalves Zarco e os seus companheiros, apelidaram a ilha desta forma por causa de uma tempestade, mostrando assim a sua gratidão; a segunda (comprovada historicamente) é de que na Baixa Idade Média, uma embarcação tinha aqui encontrado refúgio para uma tormenta. Em todo o caso, seja com a primeira seja com a segunda teoria, todas elas nos mostram que o que explica esta designação é a paz e a proteção que esta ilha conseguiu proporcionar.


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