Golegã
Também conhecida como a Capital do Cavalo, a Golegã é um forte exemplo de preservação e divulgação da cultura portuguesa. Situada em pleno Ribatejo na lezíria limitada pelo Rio Tejo e pelo seu afluente Rio Almonda, esta é uma região de solos com enorme fertilidade que levaram a que todo o desenvolvimento se baseasse principalmente na agricultura, atraindo diversos agricultores e criadores de cavalos.
Feira Nacional do Cavalo
Em meados do século XVIII, as feiras começaram a ganhar um cariz competitivo, passando a ser realizados concursos hípicos e competições de raças. Estando a Golegã rodeada pelos melhores criadores de cavalo tornava-se por isso natural que esta fosse o palco de uma das feiras mais importantes do género, em Portugal e no mundo: a atual Feira Nacional do Cavalo (também Feira de São Martinho – desde 1571 – e Feira Internacional do Cavalo Lusitano).
Esta feira ocorre de forma anual, no mês de novembro e embora no ano anterior tenha sido cancelada devido à pandemia da Covid-19, este ano pensa-se que se irá realizar entre os dias 5 a 14. Consiste num espetáculo equestre público, gratuito, que divulga de formas diversificadas o cavalo e em particular o lusitano, com jogos equestres, campeonatos e exibições, por exemplo.
É sem dúvida uma excelente forma de conhecer todos os criadores e os seus deslumbrantes puros-sangue, que aliás são vendidos para inúmeros pontos do globo.
Cavalo Lusitano
De facto, o cavalo lusitano tem uma relevância enorme já que constitui o cavalo de sela mais antigo do Mundo (montado aproximadamente há mais de 5000 anos).
É uma raça que descende do cavalo ibérico (o antepassado de todos os cavalos, segundo os historiadores), pesa cerca de 500 kg e apresenta formas mais arredondadas. Tratam-se de animais rápidos, suaves, cómodos (em termos de montagem pelo cavaleiro) e de temperamento generoso, dócil, ardente e nobre. As pelagens ruça e castanha são as habituais no cavalo lusitano.
Recomendo a que experimente nesta viagem até Golegã um passeio a cavalo, já que este traz inúmeros benefícios para a sua saúde, como a diminuição do stress num momento de relaxamento e pausa do seu trabalho, em perfeita união com a Natureza!
À parte da Feira Nacional do Cavalo, a vila conta ainda com inúmeros espaços para visitar com caraterísticas artísticas belíssimas, a exemplo a Igreja Matriz e a Casa-estúdio Carlos Relvas.
Igreja Matriz
Monumento nacional desde 1910, a Igreja Matriz, também chamada de Igreja de Nossa Senhora da Conceição, constitui uma obra emblemática no que toca à representação do estilo manuelino, com o seu magnífico portal amplamente decorado com motivos simbólicos e de cariz naturalista e ornamentações minuciosas.
Construída, presumivelmente, por Diogo de Boitaca e por iniciativa de D. Manuel I no século XVI, esta teve ao longo dos anos diversas intervenções com o intuito de conservar a mesma, em especial no século XX, mas também no século XXI, com limpeza das paredes, abóbodas, cantarias e telhados; pintura das portas, caixilhos, paredes, janelas e altares; reconstrução da armação do telhado e do púlpito manuelino; reparação dos soalhos da nave, muro do adro, telhados, portas exteriores, vitrais, instalação elétrica, estrutura, rebocos degradados, sinos, cabeções, entre muitas outras ações.
Entrando na Igreja pode observar um amplo interior repleto de elementos de decoração manuelina, assim como de elementos modernos, como o caso do púlpito renascentista e dos surpreendentes azulejos do século XVII alusivos ao Novo Testamento.
Casa-estúdio Carlos Relvas
Para entrar num verdadeiro universo fotográfico, dirija-se até à Casa-estúdio Carlos Relvas (atual museu), onde pode vivenciar uma monumentalidade transcendental proporcionada pelas trinta e três toneladas de ferro que fazem a estrutura da casa (de dois pisos) e pelo revestimento total a vidro (paredes e telhado) no piso superior da fachada nascente.Esse espaço envidraçado era fundamental para os trabalhos fotográficos de Carlos Relvas, já que este aproveitava a luz solar através de um sistema de cordas que lhe permitia mexer as cortinas e assim regular a quantidade de luz necessária.
Por outro lado, no primeiro piso, são notórias muito menos janelas, uma vez que neste se encontravam os laboratórios e as salas para preparação dos negativos com as câmaras escuras e claras.
Além disso, pode ainda passear pelo belo jardim no qual o ateliê se encontra, com um vasto relvado e árvores densas.
Um conselho: Faça a visita guiada! São pessoas imensamente competentes que lhe vão explicar detalhadamente cada uma das particularidades do espaço, assim como lhe irão narrar a vida e a obra de Carlos Relvas.
Alimentação e estadia
Por fim, não se preocupe com as refeições e o alojamento, já que a Golegã se encontra perfeitamente preparada para o acolhimento dos seus turistas.
Conta com inúmeros restaurantes, como o Capriola (com um intervalo de preços entre os 15 e os 30€, serve almoço, jantar, bebidas e pequeno-almoço, e tem opções sem glúten), O Barrigas (com um intervalo de preços entre os 15 e os 20€, serve almoço e jantar, e tem opções vegetarianas e vegan) e o Lusitanus (com um intervalo de preços entre os 8 e 21€, serve almoço e jantar).
Possui igualmente vários espaços para a sua estadia, como o Hotel Lusitano (de 4 estrelas, situado em frente à Casa-estúdio Carlos Relvas, com estacionamento, pequeno-almoço e acesso Wi-Fi gratuitos, centro de fitness, piscina interior com jatos de água, spa, banheira de hidromassagem, sauna, salas de tratamento e um restaurante regional sofisticado – Capriola) e a Quinta El Hogar (com alojamento de gestão particular, este espaço paradisíaco disponibiliza acesso Wi-Fi gratuito, terraço, piscina, salão partilhado, jardim e quartos com roupeiro, ar-condicionado e casa de banho privativa).
Por fim, a Golegã dispõe ainda de um posto de turismo para a ajuda e esclarecimento de todas as suas dúvidas e necessidades, para que tenha uma visita prazerosa e inesquecível!