As Meme Coins

e o seu impacto no mercado de criptomoedas

Nos últimos anos, o mercado de criptomoedas tem visto emergir uma nova categoria: as meme coins, criptomoedas baseadas em memes da internet, que na grande maioria das vezes não têm utilidade no mundo real. São criadas para fins de entretenimento e ganharam um grande número de entusiastas entre os investidores cripto.
A Dogecoin, criada como uma piada em 2013, alcançou um pico de capitalização de mercado em mais de 80 mil milhões de dólares e tornou-se a meme coin mais conhecida.
Esta é a famosa criptomoeda apadrinhada por Elon Musk, onde o bilionário foi protagonista de vários episódios controversos, sendo o mais recente a alteração do logo do twitter pelo cão (símbolo) da Doge por uns breves dias, gerando mais uma controvérsia.
Vimos, também recentemente, a meme coin “PEPE” disparar para o top 100 de capitalização, com apenas duas semanas de existência. Um fenômeno que levou a uma corrida das maiores corretoras em listar a mesma e a muitos investidores obterem lucros substanciais muito rapidamente. O que é que ela tem de especial? Nada.
O crescimento rápido das meme coins pode ser atribuído ao marketing viral e ao forte apoio das comunidades. Geralmente têm comunidades bastante ativas nas redes sociais que promovem os projetos intensamente e criam hype em torno do seu desenvolvimento e adoção. Depois, cada etapa de popularidade tem a sua própria “ignição”: começam em grupos nicho de telegram (os chamados “alpha”), passando para micro influenciadores de twitter, até chegarem aos influenciadores mais conhecidos e no final às grandes corretoras, que entram numa corrida contínua de listagens.
Em cada uma das etapas, um novo pico de preço é atingido.
Mas nem tudo é bom. Como o seu valor não se baseia em nenhum fator fundamental ou utilidade, são ativos astronomicamente voláteis e altamente especulativos, baseados em marketing.
Tudo isto pode ter um impacto negativo no mercado de criptomoedas como um todo, com um maior escrutínio por parte de reguladores preocupados com os riscos associados a estes ativos especulativos, que acabam por passar uma imagem errada do que as criptomoedas são, não só ao próprio regulador mas também à população.
Apesar desses desafios, estes ativos não mostram sinais de desaceleração. À medida que mais pessoas se interessam por criptomoedas, é provável que as meme coins continuem a ganhar popularidade e a serem uma das portas de entrada para o setor dos criptoativos. É uma balança em que, se por um lado pode atrair novos investidores de retalho a entrarem no mercado de criptomoedas, por outro pode passar uma falsa imagem daquilo que é o conceito das mesmas, como o propósito da origem da Bitcoin.
Embora ofereçam oportunidades de ganhos significativos, as meme coins representam riscos significativos para os investidores e podem ter um impacto negativo no ecossistema mais amplo de cripto. Como em qualquer investimento, é importante realizar uma pesquisa completa e agir com prudência ao investir.

Delfim Cascais Head of Marketing da RealFevr

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