Berlim Parte II

A cidade que procura virar a página

Muro de Berlim «Berliner Mauer»
Com o término da II Guerra Mundial, a cidade de Berlim permaneceu dividida em quatro setores de ocupação: Soviético, Americano, Inglês e Francês. O clima tenso entre aliados e comunistas crescia de dia para dia, ao ponto de resultar na divisão ideológica em duas repúblicas germânicas. Desta forma, em 1949, os sectores dos aliados passaram a configurar a RFA “República Federal Alemã” e o sector soviético tornou-se na RDA “Republica Democrática Alemã”. Durante este período de divisão, foram acordados um conjunto de 81 passagens entre as duas congéneres repúblicas, todavia em 1961, e mediante a situação económica que florescia a olhos vistos na RFA contrastando com a miséria, fome e pobreza na antiga RDA, observou-se um êxodo enorme de população que procuravam melhores condições de vida. O regime soviético apercebendo-se da perda de população e ao melhor estilo ditatorial, em 12 Agosto de 1961 ergueu um muro provisório e encerrou quase todos os pontos de passagem. Nos dias subsequentes, foi iniciada a construção de um muro em alvenaria, esta construção viria a mostrar-se insuficiente para conter a migração, e já numa tentativa desesperada terá sido erguido um muro em betão, acompanhado de um fosso «Faixa da Morte» e diversos pontos de vigia patrulhados 24 horas por dia.
A presença do muro e da linha é uma constante ao longo da cidade, sendo que foram conservados pequenos troços deste. Estima-se que mais de 5mil pessoas perderam a vida nesta travessia, sendo que a última pessoa detida data de 5 Fevereiro de 1989. O dia de 9 Novembro de 1989 fica marcado nas vidas de todos residentes de Berlim como dia da unificação, que viria a resultar na queda do muro de Berlim.
Uma das partes mais interessantes do Muro de Berlim é conhecida como «East Side Galery» na qual é possível aos visitantes percorrer os cerca de 1.3km de muro acompanhados de pinturas que retratam os diversos acontecimentos históricos.

Topografia do Terror
Nas imediações de um pedaço de muro que permaneceu intacto encontramos um Museu construído em 2017, conhecido como Topografia do Terror. Este museu ao ar-livre é gratuito e permite ao visitante consultar documentação associada aos horrores praticados pelos Nazis. Localizado num locar singular, os atuais terrenos do museu foram ocupados pela sede da Polícia Secreta (Gestapo). No exterior do museu é ainda é possível observar escavações, que permitem visualizar celas e diversos compartimentos do quartel. Recordo que este local foi bombardeado pelas tropas aliadas ficando para trás pouco mais que ruínas num subsolo.
A Topografia do Terror é um local de interesse que deve ser visitado, nele é contado um capítulo triste da história recente, todavia o seu maio propósito é que o Holocausto nunca seja esquecido nem se repita.

Check Point Charlie
Na proximidade de museu Topografia do Terror encontramos o denominado «Check Point Charlie», como o próprio nome indica trata-se de um ponto de passagem fronteiriça usado durante a guerra fria. Atualmente os visitantes poderão visitar não só o ponto de controlo, mas também o museu adjacente, que de uma forma sucinta retrata dia-a-dia de um posto de controlo fronteiriço.
Neste local, ainda podemos observar figurantes devidamente vestidos com uniformes da época soviéticos/americanos assim como uma réplica do cartaz que durante anos advertia os cidadãos para a proeminente saída do sector americano. Aproveite este local para uma refeição, visto estar situado na proximidade de alguns bons restaurantes da cidade.

Monumento do Holocausto
Na vizinhança do Bundestag, podemos encontrar o Monumento do Holocausto de Berlim, que apesar de controverso, é sem sombra de dúvida uma preciosidade da arquitetura moderna. Caracterizada por 2711 blocos de betão, com diferentes alturas ao ar-livre, este monumento visa homenagear os Judeus assassinados na Europa retratando um dos episódios mais negativos da história da Humanidade.
No piso inferior, o visitante poderá visitar um centro de informação na qual são expostos nomes, anos de nascimento das vítimas do Holocausto. Recentemente, envolto em alguma polémica nomeadamente desrespeito por parte dos visitantes, recomendo alguma contenção estamos num lugar que merece silêncio e reflexão

Torre de Televisão de Berlim «Berliner Fernsehturm»
Nas imediações da praça AlexanderPlatz, podemos observar a imponente Torre de Televisão de Berlim. Localizada na área mais comercial da cidade, a torre de TV foi construída numa perspetiva de demonstração de imponência por parte do regime Comunista. Atualmente, é a estrutura mais alta da Alemanha, sendo que no alto dos seus 368 metros poderá observar a melhor vista sobre a cidade. Atualmente desativada como Torre Televisiva é utilizada como Restaurante Giratório sobre a cidade, pelo que seja ousado e saboreie uma refeição com uma vista incrível.

Catedral de Berlim «Berliner Dom»
Construída em 1905, a Catedral de Berlim representa o maior edifício religioso da cidade. Erigida na proximidade do rio Spree, o destaque vai claramente para a cúpula em tons esverdeados e rematado a ouro. No interior da catedral, o principal destaque vai para o altar num mármore verdadeiramente incrível. Recomendo uma visita a este monumento icónico e caso tenha tempo, visite a cúpula da Catedral, já que as vistas sobre o jardim Lustergarten e Ilha dos Museus é realmente estonteante.

Museu Pergamon
Sem sombra de dúvida uma das pérolas de Berlim, e atualmente classificado como Património Mundial da Unesco, estamos perante o museu mais visitado de Berlim. Este museu permite ao visitante abstração temporária, nele podemos contemplar uma impressionante coleção de Antiguidades, que remontam ao período Persa e Romano.
A primeira sala do museu alberga a edificação mais impressionante, nomeadamente o Altar de Pergamon, construído há mais de 2000 anos, que terá sido desenterrado na acrópole da antiga cidade Grega de Pergamon. Percorrendo o museu, o visitante acede à sala dedicada ao Mercado Romano de Mileto construída em 1209 d.C.; esta sala foi construída com o contributo de diversos arqueólogos germânicos. A última sala, igualmente impressionante apresenta em tons de azul, e decorado a dourado, a Porta de Ishtar – Antiga Babilónia. Neste local, podem observar um dos maiores conjuntos arqueológicos de peças provenientes da Mesopotâmia, Síria e Anatólia.
O Museu Pergamon apesar do preço não ser convidativo, é sem dúvida um lugar completamente diferente fazendo dele um local de visita imprescindível.
Berlim a cidade que procura mudar a página.

Parte I

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