Corfu

A pérola do mar Jônico

Partimos à descoberta da pérola do mar Jônico, a ilha de Corfu ou em Grego «Kerkyra» apresenta-se como um destino turístico ímpar, caracterizando-se pela sua ampla história e posicionamento único entre o mar Adriático e Mediterrâneo.  Constituída por terrenos montanhosos repleta de citrinos e vinha a ilha de Corfu encontra-se sob administração da grega, pertencendo ao conjunto das ilhas Jônicas nas proximidades da costa albanesa. A cidade de Corfu deve o seu nome à mitologia grega, nomeadamente ao rapto de «Corcyra» às mãos do notável Deus dos Mares «Poseidon» tendo sido mantida refém neste local.

Estrategicamente posicionada a ilha de Corfu é visitada por milhares de turistas, que via cruzeiro aportam diariamente na capital. Este turismo diário é sem sombra de dúvida uma mais-valia, todavia à cidade aportam igualmente via aérea turistas que procuram saborear os encantos da ilha e das suas praias. Independentemente do ponto de entrada a ilha de Corfu apresenta uma excelente oferta de transportes permitindo que os turistas se desloquem entre a capital e as diferentes praias.

A história de Corfu é repleta de avanços e recuos, fundada no 730 a.C pelos Coríntios este povoado da Grécia antiga viveu em harmonia vivendo essencialmente da agricultura. Em pleno séc. III a.C. a ilha viu-se fustigada por diversos ataques piratas que traziam violência e o terror à ilha, cansados desta situação os habitantes locais aclamaram pelo exército romano que em auxílio permaneceu e defendeu a cidade durante vários séculos. Com o fim do império romano seguiram-se ocupação Bizantina e Império Veneziano, a ocupação de Veneza trouxe estabilidade e uma certa ordem à ilha. Este período ditou inclusive o incentivo, que perdura aos dias de hoje do cultivo de oliveiras estabelecendo na ilha uma atividade económica de interesse.  O domínio Veneziano trouxe a estratificação do povo, havendo uma clara divisão entre classes resultando, nomeadamente povo e nobres. O império Veneziano procurava controlar rotas comerciais para oriente desta forma a ilha de Corfu representava um porto seguro para as embarcações. O fim do império Veneziano às mãos do imperador Napoleão Bonaparte representou um período conturbado na cidade, as invasões francesas e os ideais da revolução francesa eram o foco de conflito na região. Em 1800 com o auxílio francês, a ilha de Corfu integra o novo estado independente das Ilhas Jônicas, digamos que terá sido uma forma ardilosa de evitar o confronto com os vizinhos Russos e Turcos que temiam as invasões napoleónicas. Findado o império de Napoleão, diversos países surgiram interessados na ilha uma vez mais a ilha caia num vazio político, sendo que em 1815 e assinado em Paris um tratado que reconhece autonomia da ilha sob domínio britânico. Apesar do descontentamento local, terá sido neste período que Corfu terá conhecido todo o seu esplendor. Os ingleses realizaram diversos investimentos em educação e saúde publica, sendo inclusive criada a primeira universidade na Ilha. Em 1862 é assinado o tratado «High power States» que decreta a renuncia das ilhas Jônicas resultando na anexação por parte da Grécia. Após anexação a ilha de a cidade de Corfu perde importância em oposição à capital Atenas, todavia por toda a ilha a economia prospera graças à industrialização.

Este passado rico e glorioso repleto de diversidade, tornou Corfu como a ilha mais cultural de toda a Grécia, os habitantes são bastantes hospitaleiros e adoram abordar turistas e contar a história tumultuosa da sua ilha. Por norma o turista associa ilhas gregas a casas caídas com tetos azuis, todavia não as encontrará, as praças e arquitetura local reflete a ocupação francesa.  Os edifícios em Corfu arquitetonicamente exibem jardins, estátuas e fontanários devidamente ornamentados com flores dando um toque absoluta francês.

Paleokastritsa
Localizada a 23 km NW de Corfu a vila Paleokastritsa apresenta-se como o local mais pitoresco da ilha. Esta vila tem como origem um antigo castelo que terá sido erigido nos rochedos no qual hoje figura o Mosteiro da Virgem. Paleokastritsa deve figurar no roteiro de todos os visitantes. A praia nas imediações de areia branca e água fria sobre os rochedos circundada de terrenos repletos de oliveiras, criam um cenário idílico. A praia principal apesar de pequena é de uma beleza única, sendo que no local poderá encontrar diversos restaurantes, bares de apoio e no topo das rochas diversas unidades hoteleiras.
A não perder, nas imediações da praia Paleokastritsa poderá encontrar o Mosteiro da Virgem Maria, repleto de obras de arte pós-bizantino e uma vista deslumbrante sobre a praia.

Centro Histórico
O centro histórico de Corfu é considerado património da Unesco desde 2007, a cidade encontra-se rodeada de fortificações desenvolvidas pelos engenheiros de Veneza, sendo usados durante séculos por forma a defender os interesses marítimos. As ruas são estreitas e em cada recanto um encanto. Apesar de atualmente prepara para receber diariamente turistas, o centro histórico conserva os traços e influencias históricas perpetuadas pelas sucessivas ocupações.

Ainda no centro histórico é possível contemplar a praça principal completamente dominada pelo edifício principal do município «Town Hall of Corfu», edificado entre 1663 e 1693 durante ocupação veneziana é possível observar a grandeza de outros tempos através dos materiais usados, nomeadamente mármores de grandes dimensões. Ao longo dos tempos este edifício terá sido usado como teatro, casa de opera e finalmente como sede do governo local. É de salientar que este edifício e a maioria dos edifícios do centro histórico são reconstruções em função dos terríveis bombardeamentos da 2ª Guerra Mundial.
Aproveite o centro histórico da cidade e perca-se pelas ruelas, aproveite as diversas esplanadas e observe atentamente a envolvente. Caso procure diversão recordo que este local à noite sofre uma transformação e enche de turistas que vagueiam pelas ruas de bar em bar.

Canal d’Amour Corfu
A vila de Sidari amplamente reconhecida pelos turistas como uma zona privilegiada com uma paisagem deslumbrante, circunscrita pelo uma floresta densa emerge uma praia única. Esta praia conhecida como Canal do Amor, caracteriza-se por uma formação rochosa de diferentes colorações amarelo/verde, as grutas e os caminhos na periferia potenciam a aventura tornando este local singelo em algo retirado dos filmes. A praia de águas cristalinas representa um dos pontos únicos de Corfu, que de acordo a tradição/lenda local qualquer casal que atravesse a nado o canal em breve resultará em casamento.

Velho Forte da Cidade
O velho forte da cidade é uma das fortificações mais impressionantes da Europa, localizado acima do porto é o primeiro monumento avistado pelos turistas. Localizado na parte este da ilha em cima de um rochedo que lhe confere posição preferencial sobre o mar Jônico. Terá sido construído pelos Venezianos no Séc. XV no exato local onde terá existido um castelo Bizantino, conectado a terra por uma ponte madeira acima de um fosso usado atualmente como porto de abrigo para embarcações de pesca.
A visita ao forte durará cerca de 30 minutos, sendo que poderá observar múltiplos símbolos esculpidos em rocha, a pequena capela de «Madona del Carmine», a igreja de S. Jorge. A visita a este local é realmente imperdível, permitindo ao visitante imaginar a grandeza do local no período do apogeu Veneziano.

Praça Spianada
A praça de Spianada retrata uma das praças mais apelativas de toda a Grécia, essencialmente devido à influência dos Venezianos, todavia viriam a ser os Franceses a tornar o local aprazível. Em redor da praça poderá encontrar os melhores cafés e restaurantes da cidade, assim como sombras essenciais na mobilidade nos períodos de maior calor. Nas imediações da praça existe igualmente umas praias de índole rochosa usadas pelos locais, aproveite e mergulhe nestas águas quentes com vista para o Velho Forte.

Novo Forte – Forte de S. Marco
O Forte de S. Marco terá sido construído em 1576 pelos Venezianos e localizado estrategicamente nas imediações do velho porto. A sua construção foi e concluída após tentativas de invasão turca pelo engenheiro militar «Ferraute Vitteli». Esta fortaleza terá representado um papel fulcral na defesa da cidade. A arquitetura deste local é realmente impressionante e merece uma visita.

Palácio Aquiles
O Palácio de Achilleion/Aquiles encontra-se localizado na vila de Gastouri, este magnifico palácio terá sido construído exclusivamente para a excêntrica princesa Elisabeth -Sissy, a imperatriz do império austríaco. O palácio terá sido usado como refúgio de verão da princesa e claro está, contém jardins lindíssimos, bem organizados e repletos de esculturas. O nome de Aquiles deve-se ao fascínio do imperatriz pelas figuras da mitologia grega, sendo que na entrada é possível observar um mural que retrata a história da luta entre Aquiles e Heitor.
Apesar do difícil acesso a partir de capital, recomendo vivamente a visita a este local sendo que simbiose perfeita entre o clássico e a natureza faz com que os visitantes sejam transportados ao passado e ao esplendor do império austro-húngaro.
Corfu é realmente um local aprazível que destoa ligeiramente da Grécia a proximidade com o Balcãs e o domínio e ocupação de diferentes povos de certa forma contribuíram para a preservação de uma história repleta de riqueza.

Visite Corfu não será difícil apaixonar-se pela Pérola do Mar Jônico.

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