Cristina Passas

Palavra ao Associado AILD

O que faz profissionalmente?

A nível profissional, a vida foi uma autêntica caixinha de pandora. Com os desafios inerentes ao mundo, desde muito nova percebi que era o mundo empresarial que me desafiava, enveredando por isso na licenciatura em Relações Internacionais Económicas e Políticas na Universidade do Minho e ingressando na Associação Comercial e Industrial de Mirandela em 1998. A minha atividade profissional desenvolveu-se entre o associativismo e as iniciativas empresariais próprias e ligadas a projetos familiares.
Hoje sou consultora e trabalho para que os meus associados e clientes possam superar os objetivos e metas empresariais bem como consolidar as suas empresas no mercado interno e a nível internacional mas no meu curriculum profissional deixo como registo mais importante, a coordenação das Feiras de Atividades Económicas, o Projeto Rota do Azeite de Trás-os-Montes, e o Dossier da Certificação da Alheira de Mirandela enquanto IGP, e atualmente a coordenação do Gabinete de Apoio à Empresa e ao Empreendedor.
Desde 2009 abracei um projeto autárquico durante três mandatos consecutivos na freguesia, São Salvador, concelho de Mirandela. A valorização dos serviços prestados à população bem como a reabilitação urbanística da freguesia pautaram a estratégia que conjuntamente defini com a minha equipa ao longo de 12 anos e que foi implementada com a tranquilidade necessária para que os resultados conseguidos em pouco ou nada se desviassem das metas a que nos propusemos.

Desafios e projetos para 2022? Quais os projetos que pretende desenvolver na AILD?

Além de estar a preparar um projeto que está pouco fora da minha área de conforto mas que está em estudo e a ser planificado com uma equipa, o ano de 2022 depois de encerrar o ciclo político, passam por consolidar a minha participação ativa na AILD nomeadamente com a implementação da Academia de Formação para delegações da AILD em França, Angola, Alemanha, Inglaterra.
Será também o ano de iniciar o ciclo de internacionalização da empresa familiar que tem origem no investimento que o meu pai fez numa exploração agrícola, enquanto emigrante em França nos anos 70.
Na área da consultadoria empresarial, na minha carteira de cliente os empresários das nossas comunidades vão exigir ainda mais acompanhamento pelo que é necessário uma excelente gestão de tempo e recursos.

O que mais gosta em Portugal?

Tudo ou quase tudo! Gosto das pessoas, gosto do sol (e com a idade tem ainda mais importância no nosso equilibro emocional), da luz, gosto da diversidade de paisagens, do mar, dos montes, dos destinos turísticos, gosto da gastronomia. Gosto da nossa capacidade de nos reinventarmos em situações complexas, da nossa capacidade de superação, gosto dos nossos atletas Olímpicos que levaram a nossa bandeira bem longe e bem alto, elevam o nosso orgulho Português e de sentimento de patriota… Gosto do nosso lado solidário e de inclusão…
Gosto da nossa liberdade, liberdade cívica, de expressão… gosto da tranquilidade e paz que podemos usufruir no nosso retângulo à beira-mar.
Mas gosto ainda mais do Reino maravilhoso de Miguel Torga e da pintora Graça Morais e claro de Alheiras de Mirandela.

O que menos gosta?

Do que gosto menos… Tanto e tanto… Não gosto que nos façam de “fantoches” nos sucessivos escândalos que abalaram todo o nosso sistema bancário, desportivos, etc e nos descredibilizam nas esferas internacionais… Não gosto que “vendam” as nossas barragens e esburaquem o território reconhecido como Património Mundial da UNESCO em prol de superiores interesses ao serviço do mundo digital e da dita economia verde… que não olha a meios para atingir os seus fins…
Não gosto da debilidade do sistema judicial porque é fraco perante o “forte” e forte perante os fracos… não gosto mesmo nada… Não gosto de radicalismo, não gosto mesmo nada… Não gosto que os hipermercados estejam abertos ao domingo porque defendo políticas de conciliação familiar… Não gosto que não haja verdadeiras políticas para a revitalização do Interior… e que atire com medidas avulso para entreter o povo há quase 40 anos e se assobie para o lado…

Porque se tornou associada da AILD?

Ser associada da AIDL é um imperativo moral quer no respeito e memória dos meus pais e tios que tiveram de emigrar clandestinamente nos anos 70 e foram uns heróis, quer para apoiar um projeto que abraça todas as comunidades de portuguesas e será uma “casa” com rede em todo o Mundo para apoiar pessoas, projetos, disseminar a língua e a nossa cultura.
A AIDL sendo uma associação apartidária, sem associação religiosa ou outras conceções ideológicas, é uma associação de pessoas de bem que se unem em torno da nossa Lusofonia e isso é um espírito único que vivemos dentro da AILD.

Inevitável no momento que estamos a atravessar perguntar-lhe como está a “sobreviver” a esta pandemia? Que impacto está a ter na sua vida?

Como em tudo na vida, é necessário tirar as devidas ilações, fazer das fraquezas oportunidades e readaptar-nos aos novos ciclos que muitas vezes nos renovam e nos impulsionam para novos projetos. Assim, o impacto foi reajustar a minha vida a novos projetos e seguir em frente.

Uma mensagem para as Comunidades portuguesas.

A minha mensagem é simplesmente dizer que Portugal deve muito a todas as suas Comunidades porque são a extensão das raízes da nossa língua, da nossa cultura e da nossa história.
Assim, termino dizendo-lhes simplesmente, obrigada por serem os embaixadores do Povo Português.

2 Comentários

  • Josete Fernandes
    3 anos ago Publicar uma Resposta

    Brilhante Cristina Passas

  • Maria de Fátima Bernardo
    3 anos ago Publicar uma Resposta

    Quem fala assim não é gago,muito bem Cristina Passas,gosto da sua capacidade de idealizar e lutar pelos objectivos

Deixe um Comentário

Your email address will not be published.

Start typing and press Enter to search