Mário Fonseca

Palavra ao Associado AILD

É natural de Caxarias, concelho de Ourém, onde residiu até acabar o ensino secundário. Aos 18 anos “emigrou” para Lisboa com o objetivo de continuar os estudos de piano clássico no Instituto Gregoriano de Lisboa, para prosseguir pela via artística.
No entanto, um convite de Fernando Graça, (seu tio e fundador do Grupo Parcial Finance), para trabalhar na primeira empresa do grupo em Portugal, fez com que rapidamente ingressasse neste grupo empresarial familiar, e acabasse por se licenciar em Gestão Imobiliária pela ESAI. Frequentou ainda a Pós-Graduação em Finanças e Controlo Empresarial do ISCTE.
A partir de 2006, foi responsável pela criação e desenvolvimento da Parcial Finance em Portugal. No ano de 2011, fruto de uma reestruturação interna, emigrou para a Suíça para trabalhar de perto com a comunidade portuguesa enquanto conselheiro financeiro. Em 2017 assumiu a função de diretor geral do Grupo Parcial Finance no seu todo, e lançou o 1° Balcão do Emigrante em Bruxelas. Atualmente a marca Balcão do Emigrante já se encontra presente em 5 países com 7 escritórios abertos ao público e tem como objetivo colocar à disposição de todos os portugueses emigrados pelo mundo, um conjunto ainda mais alargado de soluções administrativas, fiscais, imobiliárias, dos seguros, das poupanças, e do crédito, tanto no país de acolhimento como em Portugal.

O que faz profissionalmente?

Sou o Diretor Geral do Grupo Parcial Finance, constituído por 8 empresas, em 5 países e pelas marcas Balcão do Emigrante e Beach Rentals (Algarve), empresa que se dedica a criar e colocar à disposição dos emigrantes portugueses pelo mundo, um conjunto de soluções de apoio imobiliário, administrativo, fiscalidade e produtos financeiros em Portugal e também, no país de acolhimento.

Desafios e projetos para 2021?

• Abertura de 4 novas unidades do Balcão do Emigrante, em nome próprio;
• Lançamento do processo de Franchising para a marca Balcão do Emigrante, com a abertura de duas unidades piloto em regime de Franchising;
• Consolidação de procedimentos internos e lançamento de novos produtos e serviços de apoio às comunidades;
• Estabilização dos resultados económicos e financeiros pós-covid-19.

Considera importante a existência de políticas e ações para uma maior aproximação de Portugal às comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo?

Considero muito importante a existência de políticas que coloquem (definitivamente) os emigrantes portugueses na agenda política portuguesa. Parece-me evidente que as palavras não “casam” com os atos, ao invés de uma aproximação tem-se assistido a um degradar do investimento e dos recursos colocados ao dispor da emigração portuguesa. O sistema consular é o reflexo do “desinteresse” existente pelas comunidades, acabando por instalar-se junto das comunidades a sensação de que tudo o que diga respeito a investimento na diáspora seja um “mal necessário”, em forma de serviços mínimos.

O que poderia ser feito nesse sentido?

A verdade é que o que deve ser feito já foi mais que debatido. A questão é que da passagem das propostas à sua aplicabilidade prática há um grande fosso. Mas sem dúvida que a modernização do sistema consular e o aumento dos recursos humanos seria sem dúvida algo de extrema importância para que as comunidades emigrantes portuguesas se sentissem bem acolhidas.

O que mais gosta em Portugal?

A Gastronomia e o Sol.

O que menos gosta?

A burocracia tão característica dos sistemas portugueses.

Porque se tornou associado da AILD?

Porque me parece que o propósito desta associação é muito válido e que pode vir a beneficiar as nossas comunidades.

Inevitável no momento que estamos a atravessar perguntar-lhe como está a “sobreviver” a esta pandemia? Que impacto está a ter na sua vida?

Existem constrangimentos económicos devido às medidas de confinamento e às restrições ao exercício normal das atividades. Uma das minhas grandes dificuldades prende-se com as viagens a que a minha posição nas empresas me obriga, pois existe uma enorme dificuldade em viajar entre os países onde estamos.
A nível pessoal e pelo facto de ser pai, o fecho dos sistemas de acolhimento das crianças faz com que a conciliação entre a vida pessoal e profissional se torne mais exigente neste período.

Qual é o seu sonho para 2021?

Basicamente que a Humanidade consiga finalmente passar para uma nova fase no que diz respeito à convivência com a COVID 19, e que a normalização da vida das pessoas possa já ser uma realidade ao longo de 2021.

Uma mensagem para as comunidades portuguesas e/ou lusodescendentes?

A minha mensagem para as nossas comunidades é a de que mantenham o espírito empreendedor e resiliente dos nossos antepassados. Somos uma grande Nação com feitos notáveis dos quais temos que nos orgulhar e fazer deles bandeira.

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