Mensagem do Presidente da AILD

O nível de abstenção continua elevadíssimo, não espelhando o grau de importância do Parlamento Europeu, no nosso dia-a-dia, sem que muitas vezes nos apercebamos disso. Não esqueçamos que o PE tem poder Legislativo, Orçamental, Supervisão, Consultivo, elegendo o Presidente da Comissão Europeia. As instituições europeias determinam, e muito, não só o enquadramento jurídico português mas também a atuação do Governo de Portugal.
Portanto a legislação europeia, influencia todo o nosso quotidiano, com impactos profundos na economia, ambiente, direitos socais, educação e mobilidade, segurança, justiça e até ambiente e daí a importância de escolhermos bem os nossos representantes. Portugal através dos seus residentes, tem a possibilidade de escolher deputados europeus, e também, através dos lusodescendentes e portugueses residentes noutros países, tem a capacidade de escolher mais deputados que podem defender os interesses de nacionais.
Temos que elogiar a oportunidade de se votar em Portugal, em qualquer mesa de voto, facilitando o exercício deste importante dever cívico, e pelo sucesso da medida, seria incompreensível não estender a sua aplicação a todas as outras eleições.

Nestas eleições cada voto tem igual valor, ao contrário do que acontece nas eleições legislativas nacionais. É hora de se alterar esta situação, para que cada voto seja valorizado e tenha igual peso na nomeação de deputados. Já que é preciso introduzir mais alterações, convinha repensar a justeza dos círculos eleitorais, pois os votos dos portugueses residentes no estrangeiro elegem menos deputados que muitos círculos eleitorais nacionais.
Existe uma profunda injustiça a esse respeito, os portugueses não são igualmente representados na Assembleia da República, o que contribui para a divisão entre os portugueses de cá e de lá. Deveríamos encontrar forma de reforçar a unidade nacional.
As eleições europeias não são portanto uma oportunidade de oferecer umas reformas douradas a uns políticos, mas sim a oportunidade de eleger representantes que saibam impactar positivamente o nosso dia-a-dia, contribuindo na determinação das decisões e políticas europeias.
Estes deputados devem ser nossos representantes, para moldarmos o futuro de Portugal dentro da UE. A participação ativa dos cidadãos portugueses é essencial para garantir que as políticas europeias reflitam as nossas necessidades e aspirações.
Cabemo-nos portanto o dever de votar e de escrutinar a ação dos mesmos.