Odete Costa Semedo

Poemar


Poemar é amar o mar
Poemar é revestir o ser
Com o próprio pensamento
É trazer à superfície
O subconsciente
É ser vidente
É ser viandante
É amar a dor
E dar calor
Ao frio da noite.
Poemar é dar prazer ao ser
É estar contente
Por poder amar
E poemar é amor
Poemar é amar
Quando ao luar
O mar e a mente se entrelaçam
Quando a dor e o calor se confundem…
Poemar é amor
É amar
É mar

E é dor também

Odete Costa Semedo

© José Félix da Costa

Odete Costa Semedo

Nasceu no dia 7 de novembro de 1959, em Bissau, Guiné-Bissau.
Licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e doutorada em Letras na Universidade Católica de Minas Gerais.
Os versos de Odete Semedo revelam uma inquietude do indivíduo diante a sua própria existência. Ela expõe cenários e situações conflitantes de quem busca entender seu papel no mundo. Outro tema também muito explorado pela poeta e a natureza da língua como uma testemunha cabal da nossa relação com a vida.
Vencedora do Prémio Literário da Lusofonia Guerra Junqueiro 2023.

Esta rubrica pretende dar a conhecer ao mundo o melhor da poesia por diversos autores lusófonos. Os poemas são selecionados por Gilda Pereira, uma fã incondicional de poesia.

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