Quem nunca questionou a sua felicidade?

Todos nós procuramos ser felizes – é um desejo inerente ao ser humano.


Todos nós procuramos ser felizes – é um desejo inerente ao ser humano.

As escolhas que fazemos todos os dias, de forma mais ou menos consciente, acabam por refletir essa procura e esse desejo de nos sentirmos bem, e de bem com a vida.

Claro que neste tema das escolhas e da procura do que cada um sente como bem estar e felicidade, haveria todo um mundo sobre o qual refletir e não é esse aprofundar que hoje nos traz aqui, embora tudo se conecte. Mas como?

Escolher praticar Yoga surge dessa procura: seja de um bem estar físico, ou da necessidade de “acalmar os pensamentos” como oiço tantas vezes da parte de quem quer iniciar.

Quando praticamos e nos dedicamos aqueles minutos no tapete, existe desde logo uma escolha de fazermos algo por nós; de um tempo que decidimos parar para sentir, para cuidar e para nos fazermos bem – e a felicidade mostra-se logo aí! (sim, também entre “ais e uis” muitas vezes calados) Mas quase sempre num sentir positivo, que muitos nem conseguem explicar. “Fez-me tão bem esta prática”, dizem. “Estava mesmo a precisar e não sabia o quanto”. “Incrível, o que uma simples prática faz por mim”.

E os benefícios vão-se mostrando, muitas vezes em proporção à nossa dedicação, consistência, entrega e caminho individual, mas benefícios esses ao alcance de todos e comprovados pela sobrevivência desta prática milenar até aos nossos dias e todos os estudos feitos sobre o seu impacto na saúde e bem estar de quem a pratica.

Assim, importa esclarecer que não sendo um desporto, nem uma religião, nem um método exclusivamente terapêutico, o Yoga acaba por nos poder trazer os benefícios associados a tais coisas, através do alinhamento de corpo, mente e espírito.

Esse alinhamento é transmitido de acordo com um determinado numero de diretrizes transmitidas ao longo do tempo, que ao associar o movimento do corpo e certas posturas a uma respiração consciente e a uma observação do momento presente, ajuda a promover o aumento da nossa consciência corporal, da nossa sensibilidade e perceção, e da capacidade de voluntariamente fazermos escolhas que impactem positivamente o nosso equilíbrio e bem estar.

Na verdade, mesmo enquanto não desenvolvemos uma pratica que nos permita fazermos essas escolhas de uma forma mais consciente e direcionada, nomeadamente utilizando técnicas de respiração e ásanas específicos para o que pretendemos, uma prática acompanhada e onde nos são propostas variadas ações, abre caminho à possibilidade de usufruirmos dos imenso benefícios que o Yoga nos pode trazer.

O impacto físico da prática será provavelmente dos benefícios mais rápidos de observarmos, uma vez que através do movimento esta promove o aumento da força, da flexibilidade e do equilíbrio.

A consciência corporal que vamos adquirindo permite-nos também uma maior atenção à nossa postura, à forma como usamos o nosso corpo no dia a dia, o que em muitos casos tem um impacto grande no alivio das dores corporais.

Quando essa consciência se alia à consciência da respiração, há toda uma serie de impactos no nosso corpo nomeadamente na regulação do sistema circulatório, hormonal e também do sistema nervoso.

É através da respiração que garantimos o suprimento necessário e adequado para a vida celular. Assim, uma respiração consciente promove uma oxigenação mais efetiva dos nossos órgãos. nomeadamente coração e pulmões, melhorando a circulação, contribuindo para o controlo da pressão arterial e promovendo no geral um melhor aproveitamento da energia que respiramos e que renova milhares de células a cada respiração.

Uma respiração ampla e profunda é a principal fonte de energia e de saúde para todas as células do corpo e que garante que esses sistemas funcionam de forma eficiente para nós.

Também a nível hormonal, o corpo é estimulado a produzir substâncias que nos fazem sentir bem, como o a serotonina e a dopamina, que podem ajudar a controlar a necessidade de recorrer a antidepressivos e ansiolíticos usados no controlo de estados depressivos; A produção de melatonina responsável pela regulação do ciclo do sono é outro exemplo e promove um descanso com maior qualidade e profundidade.

Uma respiração consciente contribui também, e diretamente, para a regulação do nosso sistema nervoso, e para a possibilidade de tomarmos consciência de cada inspiração e de cada expiração, aprendendo a ficar mais presentes em cada momento, podendo estes fatores contribuir para o controlo da ansiedade, tão presente nos dias corridos e rápidos de hoje.

Na verdade, muitas vezes saltamos de momento em momento, sempre numa ânsia de viver o momento a seguir, sem verdadeiramente usufruirmos ou tomarmos consciência do momento que está presente.

Estar no tapete, é poder estar connosco em segurança, sem ter que saber o que se segue. É poder escolher onde ir a cada respiração, porque não há pressa de chegar.

É aprender a estar e a ser. É aprender o nosso ritmo. É dar possibilidade ao corpo de se exprimir, de nos falar e de fazermos silencio para ouvir.

É guardarmos o que nos serve e soltarmos o que não nos faz bem. É confiarmos que o corpo sabe.

É assimilarmos as subtilezas de quem somos, em verdade e em essência.

É poder descobrir, explorar, evoluir e quem sabe descobrir que a Felicidade que muitas vezes procuramos fora, afinal está em nós e muitas vezes ao alcance de algo tão simples como ouvir-nos respirar, sentir a vida pulsar e sabermos agradecer.

E quem nunca questionou a sua felicidade?

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