Síndrome de Fadiga Pandémica

A Organização Mundial de Saúde (OMS) realizou um estudo que revela que cerca de 60% da população mundial já sofre do Síndrome de “fadiga pandémica”

Este síndrome pode definir-se como “um sentimento de sobrecarga emocional e psicológica, por nos mantermos constantemente vigilantes, e de cansaço, por obedecermos a restrições e alterações na nossa vida”.

Recordando que a Covid-19 “exigiu e exige de todos nós uma grande capacidade de adaptação”, o organismo ressalta que, agora, ao fim de dez  meses de pandemia e sem um fim à vista, “é natural que nos possamos sentir menos motivados para seguir as orientações e os comportamentos de proteção, após tantos meses a viver com limitações, sacrifícios e incerteza”. Ou seja, em poucas palavras, é natural que “nos sintamos cansados e fartos desta situação”.

O Síndrome de fadiga pandémica é uma das consequências mais incómodas e inesperadas da atual pandemia. Estamos esgotados. E por muitos motivos. Um deles é o derivado da própria doença. Como comprovou uma pesquisa feita na Irlanda no segundo semestre de 2020, metade das pessoas que tinham contraído covid-19 apresentavam sintomas de fadiga física severa até 10 semanas depois de receberem alta médica. O vírus esgota. Mas não ficamos exaustos apenas por nos infetarmos; podemos nos sentir assim por outras causas.


A fadiga pandémica ocorre por diversos motivos. Um deles é consequência da excessiva vigilância contra o vírus, que fatiga o nosso sistema hormonal e endócrino de maneira constante, tornando-nos mais vulneráveis a certos transtornos, como a ansiedade. stress e a depressão. Além disso, a situação económica e a incerteza que vivemos criam um desgaste acumulativo.

Aos fatores anteriores a OMS soma a privação de liberdade derivada dos confinamentos, as queixas e o tédio.

Apesar de existir uma convergência geral para este sentimento de fadiga pandémica, cada pessoa é afetada pela sua experiência pessoal, pelas suas emoções e pelas perceções que tem em relação à situação vivenciada e que podem estar relacionadas com vários aspetos, entre eles o estado de saúde (físico e psicológico, diretamente ligado ou não à Covid-19), o apoio social que recebe de familiares, de amigos ou da comunidade, as restrições aplicadas à sua área de residência e os fatores socioeconómicos (como a perda de rendimentos, precariedade laboral ou habitacional, etc.)”.

O cansaço “pode provocar indiferença”, porque a nossa perceção de risco relacionada com a Covid-19 pode diminuir.
Não é fácil perspetivar o futuro e lidar com as alterações frequentes das orientações das autoridades de saúde, à medida que também evolui o número de casos e as dinâmicas da pandemia.
O desemprego, a perda de rendimentos ou a deterioração das condições de vida são alguns dos exemplos que o organismo aponta como efeitos colaterais da pandemia “igualmente devastadores”.

“Apesar do cansaço, é preciso redobrar esforços para combater o vírus” e não podemos “baixar a guarda”.
“Os nossos comportamentos são críticos para conter a sua propagação e para nos protegermos a nós e protegermos os outros”. Contudo, é importante continuarmos a fazer a nossa vida, procurando “atividades que aumentem o nosso bem-estar e, simultaneamente, minimizar o risco em todas as situações em que nos encontremos”.

Vejamos algumas estratégias para praticar no nosso dia a dia:

  1. Viver um dia de cada vez. Tente focar a sua atenção no Aqui e Agora.Use a respiração, inspire o ar e mentalmente conte até 7, sustenha a respiração por 4 segundos, depois expire devagar contando mentalmente até 7. Faça este exercício várias vezes ao dia. Vai ajudar a focar-se no presente.
  2. Faça Meditação, procure no YouTube por vídeos acerca deste tema e escolha aquele com que se identifica. Pode ser uma meditação calma ou meditação dinâmica (dançar).
  3. Evite falar constantemente da covid-19 ou do medo. Não significa negar a sua existência nem nos esquecermos do seu perigo, mas sim não alimentar mensagens que acentuem o desgaste psicológico e emocional da situação.
  4. Higiene do sono, tente dormir 8 horas.Dormir estimula um bom funcionamento do nosso sistema imunitário.
  5. Faça exercício físico, caminhar, dançar, correr…
  6. Faça uma alimentação saudável,tente beber muita água com limão.
  1. Aposte nos suplementos de Vitamina C e D.
  2. Apanhe sol,10 minutos por dia.Vá até à janela,varanda, passear o cão, etc.
  3. Nutra o seu cérebro com música, bons livros,documentários…
  4. Evite isolar-se socialmente, use as redes sociais para falar, faça videochamadas,faça cursos online, etc.
  5. Faça uma gestão equilibrada da informação, veja um noticiário por dia e nada mais.
  6. Distribua o seu tempo entre trabalho e lazer.
  7. Peça ajuda caso precise, pode usar a plataforma da AILD, onde dispomos de um serviço de Psicologia online.

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