Uma Mulher de Palavra

A Diretora Geral da Cultura da AILD/Reino Unido, Gabriela Ruivo, acaba de lançar o livro de poesia Uma Mulher de Palavra em edição de autor. O livro encontra-se exclusivamente à venda na Amazon, bastando pesquisar na plataforma pelo título ou nome da autora.

Uma Mulher de Palavra reúne um conjunto de poemas e prosa poética bastante diversificado, explorando alguns dos temas inerentes à escrita da autora – a condição da mulher, a ambivalência afetiva e a introspeção e reflexão onírica, entre outros. Este livro nasceu da necessidade de amadurecer o registo poético da autora, em diálogo com amplitudes diversas e menos ortodoxas da poesia. Espelhos que refletem as vicissitudes da alma humana – uma poética mente – uma teia onde o eu-narrador se desdobra, multifacetado, num registo primariamente introspetivo, ao qual se imprime a marca indelével da realidade mundana.

“A palavra é feminina. E a mulher tem o dom da palavra, o sopro das cantigas para ninar o mundo. Senhora de um destino que não está nos vaticínios e nas leituras das mãos, uma mulher escreve poesias como quem deixa um testamento. E toda a existência se torna um jogo de espelhos, um incêndio de palavras e sonoridades que não cabem nas mãos, tampouco na voz. Uma mulher tem em si um coração que transborda onde nada mais cabe. Eis o exercício poético de Gabriela Ruivo em Uma mulher de palavra. A poesia é salvação, diz-nos Octavio Paz, e pelos versos de Gabriela encontramos o amor e todas as formas às quais podemos chamá-lo: alimento e perdição. Há corpos repletos de desejos, lábios que são labirintos e vontades que pairam sobre tudo. Os sentidos multiplicam-se, rompem fronteiras de sensibilidades e conjugam verbos que são convites ao leitor. O tempo à espreita de uma vaga lembrança; as crateras de uma lua; as correntes marítimas; a terra e seu ventre prenhe e os cometas que ardem de uma paixão qualquer, são algumas das imagens da poesia construída por Gabriela. Uma poesia viva, pulsante, e que nos apresenta um desejo imenso de encontro com a palavra, que contemple todo o sentimento do mundo, toda a alegria de saber-se vivo, e a nostalgia de um abandono do tempo que acontece a cada minuto que vivemos, e que a poesia nos revela como único e inadiável.”

Gabriela Silva
Professora e Doutora em Teoria da Literatura