Mensagem do Presidente Philippe Fernandes

No mês passado, a Carlota Simões, diretora da Imprensa da Universidade de Coimbra (IUC) provou que Luís de Camões nasceu no dia 23 de janeiro de 1524.
Os Lusíadas são um dos maiores clássicos da Literatura mundial. Camões iniciou esta obra magistral em Goa, continuando depois enquanto estava em Macau, em Moçambique, e muito provavelmente por outras longínquas paragens.
Os Lusíadas, escritos em português, estão ao nível de Homero, enriquecendo o género, inovando e incorporando um saber variado e complexo, que transcende a ilíada e a Odisseia.
A obra foi traduzida para mais de 40 idiomas e é estudada em universidades e escolas de todo o mundo.
Influenciando outros poemas épicos, como o poema épico francês La Franciade, de Ronsard e o poema épico inglês The Faerie Queene, de Edmund Spenser.
Os Lusíadas também inspiraram escritores de outros géneros literários, como o dramaturgo inglês William Shakespeare, que escreveu a peça The Tempest, inspirada na tempestade que os navegadores portugueses enfrentaram na sua viagem às Índias.

O poema também influenciou a arte, a música e o cinema e até uma das nossas capas, não é por acaso que existe o Camões Instituto.
Sendo, os Lusíadas uma obra-prima da língua portuguesa e um marco da literatura universal, estamos nós à altura de prestar a devida homenagem aos 500 anos do nascimento de Camões, defendendo a sua herança cultural, não somente em Portugal, mas em todo o mundo?
Todos nós, portugueses e lusodescendentes por esse mundo fora, devemos contribuir de alguma maneira para que o aniversário de Camões, seja recordado e festejado de forma digna, e de acordo com a sua importância para a literatura mundial e para a própria língua portuguesa.
Os portugueses tornam-se mais portugueses quando saem de Portugal. Quando interagem com outros povos, o seu espírito expande-se e transcende-se.
Se calhar não foi por acaso que o Lusíadas foram escritos fora de Portugal. Precisamos de viver o diferente para ser verdadeiramente quem somos.