O papel da IA na sustentabilidade

A Inteligência Artificial (IA) começa a assumir um papel importante na preservação ambiental e na construção de um futuro mais sustentável. A implementação de sistemas integrados de IA está a promover mudanças significativas em vários sectores de actividade, possibilitando a análise de grandes quantidades de dados num curto período de tempo, permitindo, desse modo, a libertação dos profissionais para outros tipos de tarefas.
Além de uma melhor optimização na gestão de recursos, os processos baseados em IA permitem um maior foco no desenvolvimento de práticas mais sustentáveis.
Ao contrário da análise manual de dados, sempre muito morosa, a análise assente em IA permite gerir e analisar uma grande complexidade de dados, possibilitando a preparação atempada das organizações para eventuais cenários futuros, nomeadamente, em termos de impactes provocados pelas alterações climáticas e pelas crises económicas.

Apesar dos grandes benefícios advindos da utilização massiva da IA, importa referir os correspondentes custos ambientais e financeiros inerentes à utilização dessa tecnologia. O maior deles está relacionado com as elevadas necessidades energéticas e de recursos necessários à construção e alimentação dos grandes centros de dados, imprescindíveis ao funcionamento da IA. Perante isto, urge uma avaliação cuidada, no sentido de se determinar se os benefícios superam os custos e em que medida.
A IA aplicada às plataformas de gestão de dados permite agilizar as medidas de sustentabilidade e moldar futuras estratégias. Ao permitir a ligação de diferentes softwares e bases de dados, facilita a transferência de elementos de um modo mais rápido, automatizado e eficiente, além de reduzir a probabilidade de erros associados às entradas manuais.
No futuro, com apenas um clique será possível actualizar extensos relatórios de sustentabilidade num ápice. Isto permitirá libertar os profissionais da recolha rotineira de dados, passando aqueles a dispor de mais tempo para o planeamento e definição de estratégias e para a avaliação dos impactes.

Quando bem aplicada, a IA poderá reduzir os impactes ambientais das empresas, melhorar a competitividade, reduzir os desperdícios e melhorar a eficiência energética.
Apesar das consideráveis vantagens decorrentes da utilização da IA, não devemos descurar a intervenção e supervisão humanas. A IA deve ser entendida como uma ferramenta coadjuvante das actividades de sustentabilidade ambiental e não como um elemento de substituição das decisões dos profissionais. Importa manter a transparência dos procedimentos e a verificação dos dados para se evitarem erros. As questões relacionadas com a responsabilização continuam a apresentar-se como um calcanhar de Aquiles na adopção da IA aplicada à sustentabilidade. Urge que se estabeleça quem se responsabiliza pelas decisões tomadas. Em nenhum momento, as recomendações da IA poderão substituir-se às decisões humanas. Aquelas, quando muito, servirão de suporte de informação e melhoramento à supervisão e governação dos profissionais humanos.
É fundamental que exista uma abordagem equilibrada na utilização da IA aplicada às questões ambientais e à sustentabilidade.

O autor não aderiu ao novo acordo ortográfico

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