Novos contributos para o incremento da dimensão estratégica da diáspora portuguesa
Num caminho de persistente inovação e criatividade, a Fundação AEP está a lançar uma nova geração de ofertas e instrumentos para a diáspora portuguesa.
Tendo por base os pressupostos que presidiram à sua criação, a Rede Global da Diáspora 3.0, alinha objetivos de acordo com a nova Estratégia Portugal 2030, corporizada numa agenda de prioridades no respeito dos princípios orientadores de uma Europa mais sustentável até 2030, em resposta aos desafios societais.
Neste novo quadro, o foco da abordagem estratégica está nas pessoas, na digitalização, na inovação e qualificações como motores do desenvolvimento, na transição climática e sustentabilidade dos recursos, e na construção de um país competitivo externamente e coeso internamente, com o qual a Rede Global se encontra totalmente alinhada e comprometida.
Por outro lado, a definição dos objetivos estratégicos teve em consideração a visão espelhada no Programa do atual Governo, recentemente empossado, que considera a Diáspora como um ativo com enorme potencial para alavancar a economia nacional, quer ao nível das exportações, quer ao nível da atração de investimento e mobilidade (atração) de capital humano. A definição dos mercados estratégicos no âmbito deste projeto teve ainda em consideração a atual situação de grande instabilidade geopolítica que assistimos na Europa e no Médio Oriente, à qual se associa a elevada incerteza no futuro quadro governativo dos EUA, fatores que têm impacto evidente nas economias globais e nos circuitos de comércio internacional.
Em face do exposto, a construção da Rede Global da Diáspora 3.0 tem em consideração os seguintes objetivos estratégicos:
– Afirmar a Diáspora como um ativo estratégico na promoção das exportações nacionais e na geração de negócios globais, sem descurar o potencial de atração de investimento e da mobilidade de RH altamente qualificados, abrindo horizontes internacionais às PME nacionais. De referir que o tema já consta da agenda política, para o que muito contribuiu os resultados alcançados com as anteriores edições;
– Colocar a Rede Global da Diáspora ao serviço da economia nacional, incentivando a adesão crescente de outros parceiros que possam ver na plataforma um veículo interessante de acompanhamento, comunicação ou interação com a Diáspora. Para o efeito, será necessário proceder a um upgrade da plataforma, tornando-a mais atrativa e funcional, com forte apelo às novas soluções tecnológicas digitais, assim como alargar o leque de mercados onde a nossa diáspora está presente com visibilidade e poder de influência e capacitar a rede dos media e opinion makers da nossa diáspora para a promoção concertada da oferta nacional;
– Promover um exemplo de inovação na cooperação entre entidades associativas de diferentes setores de atividade, protagonizando um exemplo de eficiência na concretização de projetos estruturantes e com interesse coletivo, financiados com apoios públicos nacionais e comunitários. Neste âmbito, a Fundação AEP assume-se como instituição supra-associativa, capaz de juntar múltiplos atores, públicos e privados, em torno da temática da Diáspora, e desta forma rentabilizar os investimentos que estão a ser aplicados;
– Contribuir para as medidas de política pública no domínio da internacionalização da economia, como resposta aos desafios temáticos e societais, em particular o que prevê a construção de uma Europa num Mundo em Mudança. Neste aspeto, o projeto Rede Global da Diáspora 3.0 enquadra-se transversalmente na Estratégia Portugal 2030 e respetivas Agendas temáticas, corporizadas no Acordo de Parceria e por conseguinte, no Compete 2030, designadamente no objetivo estratégico 1 – Portugal + competitivo e 3 – Portugal + social.
Este cenário estratégico conduz-nos à definição de um conjunto de objetivos operacionais cujo alcance será materializado num quadro de atividades incrementais, inovadoras e complementares às iniciativas desenvolvidas nos projetos anteriores e que acrescentam elevado valor à Rede Global da Diáspora. São eles:
1 – Proceder a uma atualização da plataforma online que suporta a Rede Global da Diáspora, fazendo um upgrade no design, na arquitetura base e no alojamento web, com vista a aumentar a atratividade e eficácia, em face da evolução tecnológica ocorrida nos últimos 5 anos;
2 – Construir um aplicativo de software (APP) que permita facilitar o relacionamento entre os membros da plataforma (empresários portugueses e da diáspora), com recurso a dispositivos móveis;
3 – Consolidar o relacionamento institucional e empresarial nos mercados do EUA, Canadá e Brasil, através de uma missão a esses mercados que permita reforçar a qualidade percecionada pelas comunidades empresariais portuguesas sobre a oferta nacional;
4 – Promover o relacionamento empresarial com os empresários da diáspora tirando partido do potencial da Rede de Câmaras de Comércio e Indústria, através de um roadshow nacional que proporcione a criação de sinergias de cooperação e/ou prospeção nos mercados respetivos;
5 – Apostar na diversificação e alargamento da Rede Global da Diáspora em novos mercados, onde existe uma forte comunidade de portugueses empresários, tais como Macau, Países Nórdicos (Suécia, Dinamarca e Noruega), Costa Oeste dos Estados Unidos da América e África do Sul, através da realização de ações de ativação nesses países;
6 – Organizar Roteiros Industriais com visita a empresas em território nacional, dirigidos aos mais relevantes compradores/distribuidores/importadores da Diáspora, em três fileiras onde existe uma maior influência portuguesa ao nível empresarial: Agroalimentar, Arquitetura, Engenharia e Construção e Lifestyle (Moda e Casa);
7 – Desenvolver uma forte campanha de marketing digital, suportada na componente de social media e google, capaz de atrair novos membros para a plataforma, individuais e empresariais;
8 – Capacitar os media da diáspora para a importância do seu papel na promoção da oferta nacional junto das comunidades portuguesas e não só, através da definição de um conjunto de linhas orientadoras que possibilitem uma atuação concertada e alinhada com as políticas públicas de internacionalização da economia.