Sofia e Filipe
Aprofundar os conhecimentos e realizar uma especialização em cirurgia de equinos, levou-os para a Bélgica e essa experiência permitiu-lhes um regresso inesperado.
Que motivos vos levou a sair de Portugal em 2015?
Filipe: No decorrer da carreira profissional da Sofia, enquanto Médica Veterinária, rapidamente constatou-se que para aprofundar os conhecimentos e realizar uma especialização em cirurgia de equinos esta seria apenas possível no estrangeiro. Em 2015 uma primeira experiência na Bélgica, possibilitou a realização de um internato que mais tarde permitiu a candidatura a uma residência em cirurgia de equinos também na Bélgica, na Universidade de Liège. O caminho foi difícil dadas as poucas vagas disponíveis para residências aprovadas pelo Colégio Europeu de Cirurgia Veterinária e por essa razão deixei o meu trabalho em Portugal e aventurei-me para a Bélgica sem qualquer vínculo ou trabalho.
Foi difícil a adaptação num novo país? Como foi essa experiência?
Sofia: A experiência foi muito enriquecedora e desafiante. A aventura teve início no final de 2019 e em 2020 deu-se uma pandemia mundial o que gerou muitos receios e dificuldades para o Filipe encontrar trabalho na sua área de agronomia. A barreira linguística, dado que nenhum dos dois falava fluentemente francês, foi ao início um desafio a juntar à panóplia de situações que ocorrem quando se emigra para um novo país sem apoio de família ou amigos. Contudo, à semelhança de Portugal, a Bélgica providência cursos gratuitos nas mais diversas áreas e o Filipe mudou para área de logística e rapidamente passou com distinção no curso o que possibilitou o início de trabalho numa empresa.
O que vos fez regressar?
Filipe: O regresso a Portugal foi inesperado e feliz. Poucos meses antes da Sofia concluir a sua residência de 4 anos, recebeu uma proposta de trabalho por um dos poucos diplomados em cirurgia de equinos em Portugal, o Professor Luís Lamas, que havia reunido uma equipa de médicos veterinários com diferentes valências na Faculdade de Medicina Veterinária de Lisboa e todos com vasta experiência no estrangeiro. Nesta mesma faculdade encontra-se um serviço de referência, o Serviço de Cirurgia e Urgências de Equinos, que se encontra aberto 365 dias por ano para prestar cuidados aos equinos provenientes de todo o país quando os médicos veterinários referentes se deparam com patologias que requerem tratamento hospitalar. Perante tamanha oportunidade foi com alegria que se aceitou o novo desafio para junto da família e amigos.
Que papel teve o Programa Regressar nessa decisão?
Sofia: Foi também com grande surpresa que se constatou a existência do “Programa Regressar” junto das redes sociais. O “Programa Regressar” foi sem dúvida um dos pontos preponderantes para o regresso dadas as vantagens e incentivos.
Felizes com este regresso a Portugal?
Filipe: Retornados a Portugal, a Sofia iniciou o seu trabalho na Faculdade e encontra-se a concluir o seu doutoramento em medicina veterinária iniciado em 2018 e eu, tendo ganho várias apetências no estrangeiro nomeadamente linguísticas e computacionais abri uma empresa por conta própria. Não podemos deixar de incentivar os jovens a abraçar novos projetos sem medo, pois ainda que por vezes o caminho não seja o mais fácil é sem dúvida bastante enriquecedor.
O programa Regressar deseja-vos muitas felicidades neste regresso e muitos sucessos!