A aldeia mais portuguesa de Portugal

O que visitar em Monsanto
Antes de começarmos esta visita é importante conhecermos o aspeto geomorfológico distintivo de Monsanto: a sua localização sobre o plutonito granítico sinorogénico de Penamacor-Monsanto, que aflora nesta zona em três inselbergue, Monsanto, Moreirinha e Alegrios. Tratam-se de colinas que emergem abruptamente da superfície distinguindo-se como “montes-ilha”, por se destacarem das planuras que os rodeiam, que acredite deixam qualquer um fascinado! O de Monsanto por exemplo, composto fundamentalmente por xistos e grauvaques, eleva-se mais de 300 metros, alcançando os 758 metros no topo.

A convivência dos monsantinos com as rochas expostas pela erosão é pois antiga, sendo grande parte das construções realizadas fruto de um aproveitamento dos blocos graníticos, carregados de uma enorme simbologia, com lendas e mitos associados. Não hesite por isso em perguntar aos habitantes de Monsanto estas tradições que o espaço raiano carrega, de certeza que vai descobrir histórias surpreendentes.

Tem calçado e roupa confortável? É que vai precisar para percorrer os caminhos de Monsanto. Embora não sejam longas distâncias, os caminhos são um pouco íngremes, por isso prepare-se. Começando pelo imponente Castelo, podemos presenciar de imediato a carga histórica que a aldeia apresenta. Dê asas à sua imaginação, para recriar o período no qual este espaço assumia uma enorme importância estratégica para a defesa da fronteira leste de Portugal. Da estrutura antiga restou uma torre de menagem, denominada localmente como “Torre da Atalaia” ou “Torre do Pião”. Dentro do castelo pode também descobrir a Igreja de Santa Maria, com uma característica curiosa no seu exterior: a pequena janela localizada do lado esquerdo da porta. O seu interior é formado por uma nave e uma capela-mor, em alvenaria de granito. O seu altar-mor dispõe de uma base em granito, suportada por uma coluna. Mas sem dúvida que o mais incrível em subir ao castelo é a vista de tirar o fôlego, com 360^° de beleza! A cada passo que dá, mais se encanta, compensa mesmo o esforço! 

Próxima ao castelo, na aba nordeste, encontrará a Capela de São Miguel, com uma decoração poupada e simples, ainda que os restos de argamassa pintada possam indiciar ornamentos omissos. A fachada exibe um portal de arco de volta perfeita. O templo é de uma só nave e capela-mor. Finalmente, na aba nascente do castelo, fascinar-se-á com o inacreditável miradouro (que corresponde a um conjunto de ruínas da capela de São João que anteriormente terá existido), que lhe dará uma absorção sensitiva única do espaço sobre a superfície de Castelo Branco e a sua envolvente.

Destaque ainda para a Torre de Lucano ou Torre do Relógio de Monsanto, localizada junto à Igreja da Misericórdia (a mais importante antes da construção da atual igreja matriz) na extremidade da parte alta da aldeia. Possui um forte simbolismo para os habitantes, por exibir a réplica do Galo de Prata, troféu esse, da “aldeia mais portuguesa de Portugal”.

Quanto a locais para fazer as suas refeições e para o seu repouso, recomendamos a Adega Típica O Cruzeiro (que serve almoço e jantar) e a Casa de David, caso pretenda pernoitar.