A Adolescência

Há crise ou não há crise?


Para os Pais, talvez sim…para os Filhos, talvez não…
A Adolescência é uma fase muito importante do desenvolvimento humano que marca a transição da infância para a idade adulta. Corresponde a um período de transformação neurológica profunda que acarreta frequentemente uma menor reatividade aos estímulos que na infância pareciam ser muito mais motivantes e, no qual, as regiões do cérebro que controlam as emoções se desenvolvem e amadurecem. Tudo muda rapidamente!
A Adolescência corresponde também uma fase do crescimento recheada de descobertas que pode ser, por vezes, confusa, onde se assiste à emergência de dúvidas e ansiedades. Os sentimentos, emoções, atitudes e valores andam em grande turbilhão. É um período que tem consequências em toda a família e que obriga todos a adaptarem- se a novas exigências, bem como, a novos papéis.
O Adolescente deve ir construindo a sua identidade, no sentido de uma autonomia cada vez maior, em relação à família. Deve também ter nos Pais uma referência importante, apesar de os ir contestando, o que faz parte desta idade. O Adolescente irá procurar, cada vez mais, a companhia dos amigos/pares, em detrimento da companhia dos Pais e não há nada de errado nisso.

Os Pais deverão apreender a lidar com filho que cresce, muda, às vezes afasta-se dos seus ideias e procura o seu próprio caminho. Os Pais continuam a ser fonte de suporte emocional, ainda que o mesmo possa não ser procurado. Os ensinamentos da infância irão ficar guardados nessa criança que não se perde. A criança não se perde, apenas se transforma.
O Adolescente irá explorar o mundo e precisará de sentir o apoio, proteção e segurança da família. Irá confrontar-se com novas regras, aprendendo novos comportamentos, outras formas de comunicação e expressão de sentimentos. Vai construindo uma identidade que o aproxima do mundo adulto.
Nesta fase torna-se fundamental entre Pais e Filhos a estimulação do diálogo, a capacidade de negociação e de resolução de problemas. Pode ser usado o castigo quando há incumprimento de regras mas também, sobretudo, a recompensa quando as coisas correm bem. Os elogios nunca são demais. As regras devem se claras, precisas e coerentes, umas firmes e outras mais flexíveis. As regras serão melhor aceites e cumpridas se forem expostas com afeto, este é a base de tudo!
O percurso do Adolescente nem sempre é linear, no sentido de uma evolução positiva na aquisição das competências. Por vezes, o adolescente isola-se em casa, não sai e não faz amigos. Talvez não esteja a conseguir integrar-se no seu grupo de pares e isso, provavelmente traz-lhe um grande sofrimento. Este sofrimento pode ser silencioso.
Esta é uma situação a que se deve dar atenção e procurar ajuda de um profissional especializado.
Da minha pratica Clínica, o Acompanhamento Psicoterapêutico individual e/ou integração num Grupo Terapêutico poderão ser os tratamentos mais eficazes na resolução da problemática.
Se sente sinais de sofrimento no seu filho/a, não hesite! Procure ajuda.

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