A AILD e o Orgulho de Pertencer

Atravessando oceanos e continentes, onde houver um português, haverá sempre uma herança que persiste, uma língua que ecoa e uma identidade que resiste. A Associação Internacional dos Lusodescendentes (AILD) não é apenas mais uma entre tantas instituições que povoam as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo — é o reflexo vivo da generosidade dos seus membros e de todos quantos com ela se relacionam.
Num tempo em que o individualismo se afirma como norma, a AILD propõe um gesto contracorrente: o da união. O seu verdadeiro valor reside nessa capacidade rara de congregar vontades dispersas, de acolher experiências nascidas nos quatro cantos do mundo e de oferecer a cada lusodescendente uma casa comum. Uma ponte afetiva e sólida entre as comunidades portuguesas e Portugal.
A pergunta que se coloca, quase instintivamente, é: “O que posso eu fazer pela AILD?”. Porque esta é uma associação que se alimenta da participação, da entrega e da consciência de que o seu sucesso é construído por todos. Mas a AILD não se limita aos propósitos fundacionais. Cresce, adapta-se e responde aos novos contextos sociais, culturais e económicos. Reinventa-se sem perder a alma.
Nas comunidades portuguesas florescem inúmeras instituições que mantêm viva a cultura e a pertença. A AILD, nesse mosaico, propõe-se ser o cimento: liga associações, aproxima pessoas, reforça os laços com Portugal. E fá-lo com a sabedoria de um dos seus lemas: se pudermos realizar alguma coisa com outros, não fazemos sozinhos.
Ao longo da história, os portugueses integraram-se com dignidade nos países que os acolheram. Trabalharam, contribuíram, respeitaram. Mas a integração nunca deve significar esquecimento. A AILD tem como missão preservar o orgulho de ser português, mantendo viva a cultura, a língua e os valores junto das novas gerações.
Acredito, com convicção, que muito do futuro de Portugal passa pela força das suas comunidades no exterior. Uma comunidade portuguesa viva, organizada e respeitada é uma potência cultural, económica e afetiva de valor incalculável. Mas essa força exige memória e identidade. Sem saber quem somos, de onde vimos e o que nos une, corremos o risco de perder para sempre o elo que nos liga a Portugal.
A AILD é, pois, mais do que uma associação. É um farol identitário. Um tributo às raízes e uma promessa de continuidade. Um espaço de encontro entre lusodescendentes e todas as gentes que partilham connosco um sentido de pertença e um gosto pela cultura que nos molda.
Não espere por amanhã por se juntar a nós. Como diria Zeca Afonso: “Venham mais cinco”.




Lídia m.
3 meses agoParabéns pelo seu texto!