Diáspora Industrial Tour
Novas ações
A Rede Global da Diáspora tem permitido divulgar a oferta nacional em diversos mercados onde existem comunidades de portugueses estabelecidas na esfera empresarial e com intervenção ativa no mundo dos negócios. Para tal contribuíram as ações de ativação e as jornadas empresariais realizadas nos anteriores projetos, nas quais houve um esforço de divulgação coletivo que envolveu os parceiros da rede, desde a AICEP às associações empresariais e Câmaras de Comércio e Indústria Portuguesas.
O maior impacto destas iniciativas registou-se numa melhor perceção das comunidades portuguesas em relação à enorme diversidade e qualidade da oferta que Portugal apresenta atualmente, associado à inovação e capacidade exportadora, elevando o posicionamento competitivo no mercado global.
Torna-se agora necessário demonstrar esses atributos, de forma a garantir que essa nova perspetiva se converta em negócio.
Para o efeito, o projeto prevê a realização de Industrial Tours direcionadas aos principais compradores/distribuidores/importadores da diáspora, com o objetivo de proporcionar o conhecimento sobre as PME portuguesas, através de um programa estruturado de visitas, onde poderão constatar in loco os processos de fabrico, as tecnologias e as infraestruturas.
Considerando o seu elevado potencial exportador e o facto de serem setores onde a diáspora portuguesa tem uma forte influência, estas missões irão ser focadas nas seguintes fileiras:
AGROALIMENTAR: Esta indústria ocupa um espaço de relevo na economia portuguesa, não somente pelo seu peso económico, mas também pela criação de produtos genuínos e frescos, merecedores da confiança dos consumidores. Nos últimos anos, tem-se registado um crescimento significativo das exportações desta fileira, demonstrando o aumento do seu reconhecimento internacional.
Composta por cerca de 126.810 empresas e 307.101 colaboradores, que se diferenciam pela sua elevada qualidade e capacidade técnica.
Em 2023, as exportações da fileira Agroalimentar totalizaram 9,954 mil milhões de euros representando 12,83 por cento das exportações totais portuguesas de bens e um crescimento de 6,5 por cento face ao ano anterior, demonstrando a relevância do setor agroalimentar para a economia e a competitividade do país. Portugal exportou para 177 mercados em 2023, representando os cinco principais mercados (Espanha, França, Brasil, Países Baixos e Reino Unido) cerca de 58,95 por cento das exportações totais do setor. Os produtos agrícolas (azeite, vinho, frutas, hortícolas), são os mais exportados, em comparação com os outros produtos alimentares transformados (conservas de peixe, tomate em conserva, sumos de fruta) (Fonte: AICEP)
CONSTRUÇÃO CIVIL E MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO: A fileira da Construção Civil e Materiais de Construção portuguesa caracteriza-se pela sua vocação exportadora, pelo talento e qualificação dos seus trabalhadores, pelo dinamismo e por um conjunto diversificado de vantagens competitivas que asseguram o seu sucesso no mercado internacional.
A construção civil conta com mais 99 mil empresas, que empregam cerca de 350 mil trabalhadores. Representa 2,09% das exportações portuguesas e está presente em 32 países. O setor dos Materiais de Construção, que inclui os subsetores dos metais, cerâmica, madeira, cortiça, rochas ornamentais, cimento, gesso e betão, plásticos, tintas e vernizes e vidro, está fortemente orientado para os mercados externos.
O setor dos Materiais de Construção português irá continuar a ser um exemplo de crescimento constante ao nível das exportações, não só pela qualidade dos materiais em si, mas também pela qualidade das empresas que têm apostado constantemente na inovação do produto e na melhoria de eficiência do processo produtivo. Em 2022 registaram-se exportações para 180 mercados, com um volume de negócios que ascendeu aos 4,7 mil milhões de euros. (Fonte: AICEP)
LIFESTYLE (MODA E CASA): A fileira Moda portuguesa é reconhecida pela sua capacidade de inovar e pela confiança que o seu património de saber-fazer inspira no mercado internacional. Composta por oito setores onde se destacam o vestuário, o calçado, a marroquinaria e a joalharia, reúne, no total, 15.085 empresas (dados 2022), na sua maioria PME de estrutura familiar, que empregam mais de 167 mil trabalhadores.
A fileira, que representa cerca de 22 por cento das empresas da indústria transformadora portuguesa, gerou um volume de negócios de mais de 11 mil milhões de euros.
Em 2023, as exportações da fileira atingiram um valor de 7,5 mil milhões de euros, com um peso de cerca de 10 por cento nas exportações nacionais. Exportaram para cerca de 200 mercados, sendo os principais: Espanha, França e Alemanha, que representam cerca de 51 por cento do volume total de exportações. A fileira Casa portuguesa abrange os setores do mobiliário, têxteis-lar, utilidades domésticas (cerâmica, cutelaria, louça metálica, pequenos eletrodomésticos e vidros e cristais) e iluminação.
Marcada pela tradição na arte de saber-fazer e pela qualidade, associada à resiliência, capacidade de adaptação e uma clara orientação para o cliente, a fileira é reconhecida pela sua capacidade de inovar, de criar tendências e, acima de tudo, pela confiança que o seu património de know-how inspira no mercado internacional. Destacam-se igualmente a elevada eficiência operativa e a capacidade de produzir rapidamente pequenas séries como vantagens competitivas da fileira. (Fonte: AICEP).
Para cada uma destas fileiras haverá um trabalho de pesquisa sobre os principais players de mercado inseridos na diáspora, que permitirá criar um grupo de seis (6) elementos que serão convidados a participar na missão.
A seleção destes elementos terá em consideração vários fatores associados à empresa e ao seu representante. Em relação à empresa, será avaliado o posicionamento no mercado, reconhecimento e notoriedade, networking e capacidade de influência junto da comunidade. Quanto aos participantes na missão deverão ter capacidade de decisão e ligação ao departamento comercial/compras. A pesquisa será realizada com o apoio dos delegados da AICEP, e irá procurar-se alcançar três mercados europeus e três mercados fora da Europa.
Após a identificação do grupo da missão, será definido um programa estruturado de 5 dias com visitas a empresas, com foco nas regiões Norte, Centro e Alentejo, que permitam responder às expectativas da comitiva e que permitam demonstrar e representar a capacidade exportadora nacional da fileira.
Esta atividade pressupõe um elevado envolvimento dos territórios, apelando a uma estreita colaboração das Comunidades Intermunicipais. O envolvimento das Comunidades Intermunicipais no âmbito da RGD tem vindo a ser reforçado e consolidado nos últimos anos, algumas delas já celebraram protocolos de cooperação com a Fundação AEP e têm tirado partido das ferramentas e do network para a implementação de várias iniciativas de natureza empresarial com a sua diáspora.