Imigração, uma nova Era
A história tende, efetivamente, a repetir-se! Passado meio século da época dos Descobrimentos, Portugal volta a estar nas bocas do Mundo e ser conhecido pelos mais variados motivos – do desporto, à cultura; da aposta das empresas multinacionais, ao próprio crescimento económico mais recente. E se há 500 anos o mundo foi a casa para os nossos muitos marinheiros e exploradores, agora Portugal torna-se um destino preferencial para vários cidadãos do mundo, verificando-se um crescimento sem precedentes de famílias inteiras que aqui colocam as intenções de fixar residência.
Do ponto de visto social, cultural e histórico, os motivos que estão a fazer de Portugal um dos países favoritos para migrar podem ir desde as relações históricas, e acordos políticos daí subsequentes com vários países à volta do globo, passando pela nossa relativa estabilidade social e política e pelo facto de ser a quinta língua mais falada em todo o Mundo, até às próprias facilidades vigentes na nossa Lei dos Estrangeiros para regularização no nosso país.
Salientam-se entre os motivos mais atendidos para escolher Portugal como destino migratório a segurança, o clima, as facilidades de deslocação dentro do próprio país e a estabilidade sociopolítica, a educação, o sistema de saúde e a nossa tranquilidade e hospitalidade enquanto povo.
Porém, é a questão da segurança que impera no momento da decisão da esmagadora maioria daqueles que elegem Portugal para residir. Segundo um estudo, divulgado em finais de junho do ano passado, apresentado pelo Instituto Internacional de Economia e Paz, Portugal foi colocado em 4º lugar como país mais pacífico do Mundo. Esta classificação deve-se aos baixos índices nas taxas de crime, de terror político, de militarização e de conflito interno. Num período em que tantos países em torno do globo vivem uma quase constante sensação de medo, insegurança e tensões políticas, Portugal torna-se como que um porto de abrigo para as variadas nacionalidades. Ao fim de ao cabo, cerca de meio milhão dos habitantes em Portugal são cidadãos estrangeiros portadores de Título de Residência.
As nacionalidades mais representativas desta nova vaga de imigração são: Brasileiros, Ucranianos, Chineses, Angolanos, Franceses, cabo-verdianos, romenos e italianos.
Quer isto dizer que esta nova vaga de imigração tem contornos totalmente diferentes das anteriores. São essencialmente profissionais altamente qualificados, que vêm para Portugal trabalhar e investir na área das tecnologias da Informação e também reformados, ou pessoas que vivem que rendimentos próprios, provenientes do seu país de origem ou fruto de trabalho que podem desenvolver remotamente.
Há também um aumento significativo dos pedidos de vistos e autorização de residência para estudo (ensino superior, mestrado e doutoramento) e investigação.
Cumpre ainda referir que desde 2017 que Portugal apresenta um saldo migratório positivo, ou seja, foram mais as pessoas que entraram em Portugal do que aquelas que emigraram.
Espera-se agora que o contributo desta nova vaga migratória se verifique também num aumento da natalidade e, consequentemente, um decréscimo no envelhecimento da população. Note-se que em 2020 as mulheres estrangeiras foram responsáveis por 12% dos nascimentos registados em Portugal.
Por tudo isto, podemos entender que Portugal já não é somente um país de marinheiros e exploradores e, com o Tempo e a História, evoluímos para uma nação do mundo e para o mundo, convertendo talentos em matéria-prima para crescimento interno, simultaneamente oferecendo a segurança necessária para os que decidem investir num novo rumo para as suas vidas e criar novas raízes “no país à beira-mar plantado”.