Joana Silva
Dez segundos de silêncio
Em média demoramos cerca de dez segundos a olhar para uma fotografia, essencialmente se ela contiver pouca informação e seja objetiva na mensagem que pretende dar a conhecer. E é exatamente esse tipo de fotografias que vos trago: objetivas na ideia que transmitem, mas subjetivas simultaneamente pelo facto de poderem ser sugestivas quanto ao seu entendimento. Cada vez mais estamos rodeados de estímulos que requerem a nossa atenção e que nos vão afastando de nós próprios e do nosso bem-estar e é precisamente aí que o silêncio tem um papel preponderante, porque para além de nos poder aliviar do stress diário, estimula o crescimento cerebral, aumenta a capacidade de atenção e proporciona-nos momentos de introspeção que certamente nos levarão para mais perto da nossa essência e da paz interior que é tão procurada nestes novos tempos. Este conjunto de imagens traduz uma forma de silêncio. Transparece o amor partindo dos corpos de seres humanos e principalmente da sua pele. Aqui, far-se-á sentir um silêncio tão puro e, de certa forma, duro, ao mesmo tempo. Porque é assim que eu vejo o silêncio, como algo que pode estar presente mas não é físico, que não é visível mas é palpável, algo misterioso que nos dá um misto de paz e insegurança.