Manuel do Nascimento

Palavra ao Associado AILD

Manuel do Nascimento, nasceu em Portugal e está radicado em Paris desde 1970.
A sua paixão pela História, fez com que em terras gaulesas começasse a escrever vários livros em português, francês e ainda bilingue português/francês, uma forma de promover a história de Portugal.
Em França, é considerado um autor anti obscurantismo pela história do seu povo.
Manuel do Nascimento foi o pioneiro dos estudos em França sobre a participação do Corpo Expedicionário Português (CEP) na Primeira Guerra ao lado dos aliados, onde já editou três livros em francês. O primeiro foi editado em 2008 no âmbito do 90° aniversário da batalha de la Lys, o segundo em 2014, no quadro do centenário da Primeira guerra mundial e o terceiro em 2018, no quadro do centenário da Batalha de la Lys.
Neste momento está a ser editado em Lisboa, desta vez em português, sobre o 9 de Abril de 1918, Batalha de la Lys.
Tem feito em França diversas conferências sobre a História de Portugal, as Invasões de Napoleão em Portugal, a Primeira Guerra Mundial e a participação de Portugal na Flandres francesa.

O que faz profissionalmente?

Aposentado, mas sempre muito envolvido com atividade literária.

Desafios e projetos para 2021?

Tenho neste momento dois livros prontos a editar (um em português e outro em francês), que são dois projetos e desafios para este ano. Mas a seguir a estes outros se seguirão.

Considera importante a existência de políticas e ações para uma maior aproximação de Portugal às comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo? O que poderia ser feito nesse sentido?

Não gosto de fazer política, tal como é feita atualmente, e prefiro estar no terreno, com público, com o meu público, sabendo que também assim se faz política.
Penso, que todos os políticos portugueses, não devem esquecer as remessas dos portugueses, que são sem dúvida muito importante para o país.
Nunca a comunidade portuguesa foi tão aclamada pelos políticos como em 2020. A pandemia estava à porta das férias do mês de agosto, onde milhares de portugueses se deslocam à sua terra natal, mas em 2020, com a pandemia, muitos deles estavam indecisos, e os nossos governantes portugueses à espera dos euros gastos no país que estava a faltar.

Tem piada, que já em 2014, num dos meus livros, e em relação aos emigrantes tinha dito:
“…si tous les Portugais ne partaient pas (un seul) mois d’août en vacances au Portugal ?
Et que dire du Portugal, en août, sans les immigrants… Ceci s’applique également à l’économie portugaise, si tous les immigrants ne passaient pas leurs grandes vacances une seule année sur leur terre natale.
…se todos os portugueses não fossem de férias a Portugal (um único) mês de Agosto?
E que dizer de Portugal, no mês de Agosto, sem os imigrantes… Isto aplica-se também à economia portuguesa, se todos os imigrantes não passassem as suas férias um só ano na sua terra natal.”
Pois em 2020 estava quase para acontecer em Portugal, e aí os nossos governantes já se lembravam dos emigrantes.

O que mais gosta em Portugal?

Além de ser o meu país, gosto das gentes simples, modestas e sem brio aparente.

O que menos gosta?

Como em todos os países, das pessoas não honestas.

Por que se tornou associado da AILD?

Penso a que é uma boa ideia de poder dar a oportunidade às pessoas que não têm padrinhos ou madrinhas de se exprimirem, de terem voz e também, a oportunidade de partilhar informação.

Inevitável no momento que estamos a atravessar perguntar-lhe como está a “sobreviver” a esta pandemia? Que impacto está a ter na sua vida?

Penso, como toda a Europa ou Mundo; se houver respeito mútuo, talvez se possa sair desta pandemia mais depressa. Visto estar aposentado, no que me diz respeito, e falo por mim, faltou-me muito o contacto com o público, visto estar impedido (impedidos) de continuar a fazer conferências ou outras atividades culturais.

Qual é o seu sonho para 2021?

O meu sonho para 2021 é que o mundo aprenda a importância de um abraço. Que valorizemos mais os pequenos momentos que no fundo têm sido a sustentabilidade do nosso bem-estar e que em 2021 possamos sorrir mais, com ou sem máscara, mas de preferência sem ela.

Uma mensagem para as comunidades portuguesas e/ou lusodescendentes?

Meus amigos, sei que o momento que atravessamos não é dos melhores, e que a pandemia obrigou ao encerramento temporário (pelo menos no Canadá) das nossas associações e das nossas atividades – muitos de nós sem o apoio financeiro necessário para aguentar um encerramento com um fim incerto, alguns inclusive já tiveram de encerrar de vez as suas portas. Mas, mesmo de portas fechadas espero que consigam manter vivas as nossas tradições. Mantenham o orgulho de ser português, ensinem aos vossos filhos e netos a beleza da nossa cultura. Apoiem os nossos restaurantes e lojas portuguesas, divulguem os nossos produtos e mantenham a fé de que tudo vai ficar bem e que brevemente, poderemos de novo dançar juntos o vira! Viva Portugal!

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