Mensagem do Presidente Philippe Fernandes
Natal
Para os crentes e não crentes, não há dúvida que o Natal é uma época festiva muito especial, sendo sobretudo uma festa da família. É também um momento de maior solidariedade para com os mais fracos, os mais sós, e os mais vulneráveis e debilitados.
Podemos aprender muito sobre quem é uma pessoa, uma família, pela forma como vive o Natal, mas é sobretudo pela mesa da Ceia de Natal que melhor a conhecemos, pois vemos ali expostas as tradições familiares, as vivências e o grau de interação com outros povos.
Pela Ceia de Natal podemos descobrir a história de uma pessoa, de uma família, de um povo, tanto mais rica é essa realidade quanto mais variada foi a vivência e abertura dessa família, povo, com o contacto com outras geografias. A alimentação é uma importante manifestação cultural de quem somos.
Os portugueses a viver no estrangeiro mantêm muito vivas essas tradições, enriquecendo-as com as tradições dos países de acolhimento. Por exemplo, em França é fácil de identificar uma família portuguesa, quando se nota a presença de couves portuguesas no seu quintal.
Para que as futuras gerações não deixem de saber quem são, é importante cuidar a forma como se transmite a nossa cultura.
Tanto é assim que é frequente os governos dos vários países instituírem um Ministério da Cultura para cuidar precisamente da cultura da nação.
Sendo esta uma tarefa titânica pois quando tentamos perceber o que é a cultura, entramos num domínio complexo, rico e muito difícil de definir, já que abrange os conhecimentos, as crenças, a arte, os costumes, de uma maneira de ser e estar que atinge dimensões materiais e imateriais.
Não podemos deixar esta tarefa de preservar a nossa cultura unicamente nas mãos do Ministério da Cultura, todos devemos assumir a nossa quota parte de responsabilidade, muitas vezes com ações simples, como manter a língua portuguesa viva entre os nossos filhos e netos que vivem no estrangeiro, muitos deles sem acesso ao sistema de ensino público e que somente podem contar com a sua família para aprender o português. Muitos portugueses que vivem no estrangeiro para facilitar a integração da sua descendência nos países de acolhimento, acabam por abandonar o uso do português em casa, pois pensam que assim eles ganham um maior domínio da língua do país de acolhimento. Sendo compreensível esta atitude, a prática tem demonstrado, que as crianças têm uma capacidade extraordinária para aprender línguas e que não é por estarem expostos, em simultâneo, à língua dos pais e do país de acolhimento, que o domínio de uma ou de outra língua fica prejudicado.
A AILD procura também dar o seu contributo na defesa da nossa cultura, em todos os países onde vamos estando presentes, promovendo um sem número de ações culturais, que aproximam os portugueses de cá e de lá e com outras comunidades de expressão portuguesa, e todos são convidados a participar desta tarefa.