Mensagem do Presidente Philippe Fernandes

Os Meios de comunicação social

Um dos pilares das democracias assenta no jornalismo, não é por acaso que regimes autoritários escolhem como suas principais prioridades, o controlo dos jornalistas e dos meios de comunicação.
Esta ação tem a dupla vantagem de dar um exemplo à restante sociedade, de como não devem desafiar/desobedecer às autoridades, pois sofrerão das mesmas consequências, e possibilita ao governo informar a sociedade, qual é a única verdade que é admissível expressar e que palavras, imagens ou símbolos podem ser usados. Os jornalistas perdendo a sua liberdade tornam-se funcionários políticos, que simplesmente se limitam a ecoar na sociedade uma cartilha pré-determinada do poder vigente.
As democracias estão sob constante pressão de forças que pretendem exercer um controlo sobre a sociedade em geral. Vemos sinais disso na aparente defesa do outro, nas sucessivas tentativas do uso ou não uso de certas palavras, censurando a expressão do indivíduo e chegando mesmo a impor a reescrita dos livros. Com esta tendência dificilmente conheceremos o passado, uma vez que a reescrita dos livros, poderá levar à ocultação da verdade histórica, à recriação do passado e à criação de um novo passado. Em última análise são tentativas de combater a liberdade de cada sob uma capa de boas intenções e de preocupação com o outro….
Nestes ambientes, o sentido crítico de um individuo é associado a intolerância.

Quantos mais meios de comunicação independentes houver, mais possibilidade haverá de haver jornalistas livres, exercendo a sua profissão de forma plena e assegurando a vitalidade de uma democracia.
É de louvar o trabalho de muitos meios de comunicação social portugueses no estrangeiro, que permitem fortalecer os laços das comunidades portuguesas entre si e Portugal, permitindo que a maneira de ser português permaneça viva nessas comunidades, juntamente com a língua e a cultura portuguesa. Permite ainda e/ou incentiva a intervenção cívica dos portugueses nos países de acolhimento e também em Portugal.
Todos esperamos que o Estado cuide desses meios de comunicação, não para os controlar ou influenciar, mas para que possam livremente desenvolver o seu trabalho, o que se tem tornado difícil pela perda de receita motivada pelas consequências da COVID e pelo aparecimento de plataformas difusoras de notícias de forma gratuita. Cada um de nós e também as empresas, devem agir de modo a manter vivas estes meios de comunicação, vitais, para uma comunidade livre e coesa, uns comprando as suas publicações, outros comprando publicidade, outros contribuindo com donativos, e outros colaborando, inclusive, gratuitamente na sua existência e manutenção. Este é o contributo que permitirá fortalecer a nossa comunidade, a nossa democracia e por último a nossa liberdade.
Esperamos que o leitor tome uma ação concreta para defender assim a sua liberdade e a dos seus.

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