Norberto Gonçalves da Cruz
Norberto Gonçalves da Cruz é um músico, produtor e compositor português nascido em 1979. No seu percurso profissional conta com uma carreira de concertista reconhecida mundialmente tocando em vários países por como, Itália, Brasil, França, Bahrein, EUA, entre outros, sendo considerado entre os bandolinistas portugueses de maior prestígio internacional. Como compositor e diretor artístico colabora regularmente com várias instituições culturais criando obras e dirigindo musicais como o “Novo Mundo” (2009), “FadoTango” (2019), “A Cortina de Soller” (2020), “Ezequiel” (2021) e “Gaia” (2023). É um dos fundadores, juntamente como o Emanuele Buzi e Valdimiro Buzi, do célebre “Quintetto Anedda”, grupo que recebeu a Medalha de Representação do Presidente da República Italiana. É diretor artístico da Associação de Bandolins da Madeira, com a qual tem promovido inúmeros projetos artísticos e pedagógicos na área do bandolim e a guitarra a nível nacional e internacional.
Funda em 2015 o Festival Internacional de Bandolim da Madeira.
Como e quando nasceu a ligação com a música?
Como acontece com muitos músicos, a ligação nasce no meio familiar através de meu avô. Ele sempre foi um apaixonado pela música, na verdade, foi a pessoa mais apaixonada pela música que alguma vez conheci. Mesmo sendo um músico amador, cresci com a referência dele a tocar no seu quarto quando chegava do trabalho, o bandolim e o acordeão (que eram os seus instrumentos de escolha), onde ele tirava da sua gaveta toda uma série de partituras, escritas à mão com uma caligrafia lindíssima, que ele tinha recolhido a vida toda. Ainda muito novo, quando comecei a dar os meus primeiros passos no bandolim e ele se apercebeu que eu tinha talento, começou a ensinar-me e a incentivar-me em todo o meu caminho musical, apoio do qual ele manteve até sua morte em 2023, sem nunca perder esse entusiasmo e paixão. Isso eu levo para a vida.
A descoberta do bandolim foi uma paixão ao primeiro som?
Acredito que sim. Lembro-me de gostar muito de ouvir o meu avô a tocar, ficava ao lado dele muito fascinado, não só com o som do instrumento mas com todo o ritual que ele tinha, desde a manutenção dos instrumentos até ao manuseamento das partituras que ele cuidava como um tesouro. Em casa a música sempre esteve presente, porque os meus pais adoravam colocar discos dos mais variados tipos de música, o meu avô era muito entusiasta de fados, boleros, mazurkas e sua peça favorita era as “czardas” de Vittorio Monti. Esses foram os meus primeiros estímulos musicais na infância. Este ambiente foi fundamental para aprofundar os meus estudos na música ainda adolescente e mais tarde ir estudar e fazer carreira para Itália.
Performance, criação ou composição?
É uma excelente pergunta! Para mim não são coisas separadas, mesmo no papel de interprete e instrumentista de bandolim sempre tive a curiosidade de saber como a música que interpretava era construída e sempre tentei conectar-me emocionalmente com o compositor, mesmo criando imagens que pudessem de alguma forma despertar emoções que me fizessem conectar com a música que estava a interpretar. Uma peça escrita, porquanto ela possa ser complexa na sua intenção e arquitetura, necessita que o músico tenha a capacidade de criar a interpretação que realmente permita gerar uma emoção no público que a ouve, senão ela não passa de um papel escrito. É essa a responsabilidade que o músico tem em interpretar.
Do ponto de vista mais literal da composição e criação a partir do zero, sempre foi algo que acompanhou paralelamente ao meu trabalho de interprete de bandolim. Em Itália as aulas na universidade eram abertas a quem gostava de assistir, além dos próprios alunos desses cursos. Tive muita sorte porque à parte do meu horário das aulas oficiais, que não eram muitas (na altura não havia uma carga horária muito preenchida), era comum usar o tempo restante, para preparar todo o material musical que tinha de ficar pronto todas as semanas. Eu como todos, fazia isso, concentrava-me e focava-me no trabalho que tinha que fazer e o tempo livre que sobrava ia assistir a todas as aulas. Estive quase uma década em Itália e nesse tempo além dos meus estudos assisti à direção de orquestra, música eletrónica, artes cénicas, canto, composição, música antiga, etc. Paralelamente, fui-me afirmando como instrumentista e viajei pela Itália em diferentes projetos. Por isso tenho muito vivo e presente que a minha identidade como artista não passa só por ser um executante de bandolim, e daí todo o meu percurso musical que fiz desde que regressei a Portugal, seja na música erudita, ou experimental.
Outra vertente que sempre me estimulou na criação de musicais e de concertos conceituais foi sempre a minha enorme paixão por criar e contar histórias. É algo que mesmo na música instrumental, aplico mentalmente: cada peça que toco é como se fossem histórias diferentes que se materializam na minha mente.
Quais foram as suas principais influências ao longo da sua carreira?
É interessante porque as minhas influências nunca estiveram ligadas a um género musical, pelo contrário, sempre ouvi e aprecio constantemente música de todos os géneros. Claro que tenho certos critérios que me fazem aproximar ou não de uma música ou artista, desde logo se me desperta alguma emoção, às vezes pode ser uma textura sonora, ou uma melodia ou harmonia particular. Dos músicos clássicos adoro o período barroco desde Bach, Telemann e Vivaldi mas também outros compositores que caracterizavam outras escolas do período na Europa, como Scarlatti e Lully, ou dos clássicos e românticos como Beethoven até Mussorgsky. Bebo da influência de muitos compositores que escreveram para bandolim como Calace, ou Kauffman e compositores modernos que estão a compor música lindíssima para estes instrumentos. Na música moderna adoro o rock progressivo dos anos 70 e 80, desde projetos como Emerson, Lake and Palmer, Frank Zappa, até rock mais pesado como Steve Vai, Devin Townsend e Mike Gordon. Outra vertente que amo imensamente de ouvir e descobrir coisas novas, são as músicas do mundo, a “World Music” onde cada dia descubro novas sonoridades, músicas da tradição do mundo todo e artistas maravilhosos. Também na música pop encontro coisas que gosto e tem músicos muito talentosos que tentam sempre não só mostrar o seu virtuosismo, mas também promover a inovação. Acho que o “artista” vive não só dessa necessidade de comunicar a sua música, mas também de uma procura em criar novas referências. É por isso que por exemplo quando ouço uma peça como a “Juditha Triumphans” de Vivaldi, a imagino se fosse tocada incorporando também guitarras elétricas, Oud árabe e dukus, improvisações com quartos de tom e uma texturas sonoplásticas criadas a partir da ressonância dos instrumentos por meios eletrónicos, substituindo por exemplo o fundo sonoro e a forma de improvisar sobre os “recitativos”. Se tens curiosidade suficiente e ficas aberto a procurar nesta variedade de géneros, nem o céu é mais o limite para o potencial criativo que podes realizar.
Quantas horas em média por dia pratica o instrumento?
Mantenho sempre um equilíbrio entre o “estudar”, o “ouvir” e o “tocar”. Para mim as três são importantes ter em equilíbrio. O “estudar” é o momento em que preciso focar-me na execução de certas sequências que devo praticar, procurando todos os recursos à disposição e fazendo muito trabalho de repetição, o “ouvir” está no procurar formas de me inspirar a criar uma interpretação diferente e pessoal, que depois incorporo no estudo e finalmente o “tocar” onde esqueço tudo e toco o repertório, mesmo errando, até que se torne o mais natural possível. Para mim a peça está perfeita quando desligo a mente e deixo o corpo e as emoções que incorporei fazerem o seu trabalho. Por isso para mim não vale a pena estudar 8 horas por dia se não é acompanhado de uma procura de uma inspiração de como interpretar, arriscando que fique tudo “mental”. Lembro-me que uma vez com o “Quintetto Anedda” tínhamos que tocar e gravar a peça “Esqualo” de Astor Piazzolla e para mim ficou a tarefa de tocar o solo de violino da peça, que tem a sua complexidade. Eu estudei na altura o solo como estava escrito e no momento em que ensaiamos toquei-o perfeitamente, porém, musicalmente não funcionava. Fui para casa ouvir as gravações de “Escualo” do Quinteto Tango Nuevo de Piazzolla onde o violinista Fernando Suárez Paz tocava o solo de uma forma completamente diferente ao que estamos habituados a ouvir de uma forma mais clássica. Na altura eu estava a estudar na universidade muito repertório do período barroco e clássico, que procura uma pureza na sonoridade e ressonância, mas para tocar o solo tive de fazer uma procura do som no lado oposto, tive de procurar uma forma de tocar mais agressiva e percussiva em alguns pontos, tendo de rebater a palheta na mesma direção em notas seguidas, separar acordes a duas notas com sons abafados e que depois abriam nas frases abertas e em velocidade e tive de estudar uma forma de fazer um glissando na corda mi que tinha de terminar exatamente no harmónico solto. Ou seja faltava tudo e nada disto a partitura poderia me dizer, tive de ir a procura de uma gravação da época e tive de reinterpretar não só o solo, mas toda a forma de tocar o instrumento. Sei que trabalhei umas duas semanas e quando tocamos juntos o solo ganhou vida e mudou completamente a direção da peça. É uma das gravações que mais me orgulho e que podem ouvir no Youtube. Por isso, esse equilíbrio no “estudar”, “ouvir” e “tocar” é fundamental para mim.
Como foi a odisseia, “Itália”?
A Itália é um país do qual tenho uma ligação forte até hoje. Desde os meus 14 anos sonhava estudar em Itália, ainda mais quando nessa altura me ofereceram uns CD’s de algumas orquestras italianas tocando Vivaldi. Em 1981 houve um concerto na Madeira com a orquestra clássica com bandolinistas italianos e lembro-me que eles tinham deixado as partituras eme de Vivaldi e quando me deram uma cópia fiquei logo apaixonado. Nessa altura, era algo muito difícil para não dizer impensável, tirar um curso superior de música em bandolim, que na Madeira na altura era visto ou como um instrumento tocado só nas orquestras de bandolins ou na música popular e que nunca poderia estar à altura de instrumentos estudados no conservatório como o violino ou o piano. Claro que foi algo que eu já na altura queria mudar, comecei a estudar muito repertório para violino (porque não tinha acesso ao repertório original) e procurei peças com grande virtuosismo, porque queria mostrar o que queria fazer e o bandolim era o meu caminho para isso. Esforcei-me muito na minha adolescência em participar em inúmeros projetos musicais, tentando-me destacar e em 1999 consegui ganhar uma bolsa de estudo para Itália.
Na Madeira, não havia muitas referências do que haveria de encontrar chegando àquele país, a era da internet não tinha ainda chegado e o que encontrei foi um meio musical muito vibrante onde a música era vivida de forma muito intensa e aberta. Muitos compositores eruditos eram de origem italiana, e ao estudar as obras percebia e imaginava de onde vinha essa inspiração vendo os lugares que visitava. O ambiente no conservatório era muito familiar e quando conheci a minha professora, Dorina Frati, renomada Bandolinista mundial, foi um encontro que mudou minha vida por todo o universo do repertório que ela me apresentou e vim a descobrir que foi a Dorina que esteve na Madeira e deixou a partitura de Vivaldi que depois chegou às minhas mãos.
A Dorina, abriu-me as portas de Itália onde comecei a afirmar-me, primeiro dentro do ambiente universitário e depois no meio artístico. No ano 2000 tive a minha primeira experiência no “Teatro Alla Scala” (Milão) onde fiz a audição para fazer parte dos bandolinistas no Romeu e Julieta de Prokofiev, dirigido por Rostropovitch. Tinha 20 anos e a primeira impressão de tocar com a Filarmónica do “Teatro Alla Scala” foi algo indescritível. Imaginem um espaço, com uma acústica incrível onde se ouve tudo, todo feito em madeira, em que, no momento que a filarmónica começa a tocar todo o espaço vibra, como se o próprio teatro fosse um instrumento musical, com mais de duas mil pessoas a assistir. Nada te prepara para algo assim e a experiência de sentir essa sonoridade é simplesmente, única. Trabalhei no “La Scala” e noutros teatros como o Teatro “La Fenice” de Veneza, o “Sferisterio” de Macerata e o Teatro “Massimo” de Palermo como bandolinista nas operas e bailados durante 8 anos. Com a música de câmara, ainda nos meus primeiros anos em Itália conheci Emanuele Buzi (hoje docente de bandolim no Conservatório de Palermo) e Valdimiro Buzi, e fundamos o “Quintetto a Plettro Giuseppe Anedda” (em homenagem ao grande bandolinista), o qual ao longo dos anos se tornou um dos mais importantes e reconhecidos quintetos de bandolins do mundo, ganhando a medalha da república italiana em 2012. Paralelamente e juntamente com meus colegas do “quintetto”, gravamos muitas composições e fizemos parte de projetos relacionados com o cinema italiano, interpretando obras de Nino Rota, com a Roma Sonfonietta de Ennio Morricone, compositor, o qual, autorizou a transcrição das suas obras para o nosso quintetto.
Vivi em Itália de 1999 a 2009, e além de ter sido o primeiro português a concluir o curso superior em bandolim, regressei à Madeira com mais de 400 concertos realizados. Quando cheguei à Madeira abri o curso de bandolim no conservatório onde hoje já temos vários alunos que se formaram em cursos superiores. Hoje felizmente a realidade do bandolim no nosso país é muito melhor e sobre a Itália ainda hoje me desloco todos os anos para tourneés com o “Quintetto Anedda” e é um país da qual a cultura fará sempre parte de mim e do meu trabalho.
Como se sentiu ao tocar ao lado de músicos tais como Andrea Bocelli, Noa, ou Placido Domingo?
Tocar com estes artistas foi uma experiência inesquecível, o concerto com o Andrea Bocelli foi feito no Teatro del Silêncio, que é um teatro ao ar livre no meio dos campos da Toscana, no meio de uma natureza de uma beleza incrível, com uma assistência de mais de 10.000 pessoas. Foi também por esta altura que toquei com a artista Noa, onde tocamos as partes de bandolins da música “beautiful that way”, dirigida pelo prémio Oscar Nicola Piovani. A experiência com Plácido Domingo durou mais tempo, foi no ano 2000, onde ele interpretava “Otello” (ópera de Giuseppe Verdi) no Teatro Alla Scala (existe a gravação no Youtube da opera dessa altura em que eu estava). A experiência que mais me marcou foi no final das sessões de “Otello”, quando fomos à procura do maestro para tirarmos uma fotografia, descemos para beber um café e lembro-me que ele estava a conversar com a senhora do bar que tinha a filha doente e ele cedeu o seu transporte para a levar. Depois mais tarde saiu do teatro a pé com o seu sobretudo e chapéu, depois de ter cantado aquela ópera maravilhosa. Esse foi para mim um exemplo que a grandeza de um artista e de um homem não está no fazer, mas no SER. Tive muita sorte em ter tido este tipo de experiências na minha vida, aprendi mesmo muito.
O que é o espetáculo “Gaia”?
“Gaia” (terra mãe) é um espetáculo conceptual que junta uma série de composições que criei no sentido de despertar uma reflexão sobre o mundo em que vivemos e a forma como nos colocamos nesse mundo como seres humanos. “Gaia” é um espelho da nossa complexidade como seres humanos e de tudo à nossa volta e ao mesmo tempo é uma abordagem à simplicidade como forma de beleza mais pura. Nascendo da “Génese”, “Gaia” passa através dos elementos “Água”, “Terra”, “Ar, “Fogo” e “Éter”, que descrevem o nosso papel e responsabilidade não só no mundo físico, como também no
metafísico e da nossa relação com a espiritualidade. As composições de “Gaia” trazem uma fusão de elementos a partir dos instrumentos acústicos que utilizo, bandolim de 10 cordas, bandoloncelo, guitarra folk e elétrica, instrumentos analógicos como o moog, outros digitais realizados em composições prévias em estúdio, as vozes são utilizadas como se fossem instrumentos musicais em algumas secções e noutras foram criados cantos com letras que não são de uma língua específica, mas com palavras inventadas, de modo a encontrar fonemas que se enquadrassem com o movimento melódico dos instrumentos. Cada secção ou “elemento” tinha influências de géneros musicais diferentes, desde o sinfónico, passando pelo acústico, metal, rock progressivo e a “World Music”. Fiquei muito feliz com este espetáculo e acabei por ter um excelente feedback por parte do público com a apresentação no Brasil de três concertos.
O que o inspira nas suas criações?
Acho que são duas coisas que mais me movem: a vontade de me colocar em áreas artísticas que ainda não explorei e a minha grande paixão em contar histórias. Uso tudo isso para me colocar sempre numa posição de continuar a aprender, e esse movimento e essa visão de sonhar acordado traz-me paz, força vital e equilíbrio. As pessoas que tenho no meu caminho e que amo, também me inspiram todos os dias.
O futuro do bandolim está assegurado nas novas gerações?
Não tenho nenhuma dúvida que sim! A música sempre foi uma necessidade humana e instrumentos como o bandolim proporcionam hoje muitas referências, em vários géneros musicais e artistas pelo mundo, é um instrumento com um enorme potencial pedagógico para as crianças, promovendo assim a possibilidade de uma saída profissional para termos mais professores no ensino destes instrumentos e acredito que existirá sempre, quanto mais não seja pela forma como ele proporciona a possibilidade de estarmos juntos e em comunidade através da arte, como por exemplo numa orquestra. Acredito que é um instrumento hoje muito amado porque que une as pessoas, e aqui na Madeira a quantidade de jovens que praticam e gostam de bandolim, é mesmo impressionante. As novas gerações que ficam a conhecer o instrumento sabem de tudo isto e sonham já com novos horizontes.
Que concertos ainda tem previsto para este ano e o que já nos pode revelar para 2025?
Este ano no final de outubro estaremos em Itália, em novembro na Madeira com o Festival internacional de Bandolim e para 2025 temos 3 projetos, onde dois são de criação e um de circulação: “Sonarwave.ai” que é um projeto de fusão de instrumentos acústicos com musica eletrónica e inteligência artificial, uma circulação nacional com músicas escritas pelo compositor Vincent Beer-demander para mim, para duo de bandolim e acordeão e a última, uma criação que segue o modelo que fiz com “Gaia”, chamada “Arapy Iguasu – Sinfonia dos Dois Mundos” que conta com a participação da Orquestra Indígena do Mato Grosso do Sul numa circulação na Madeira e Portugal em agosto de 2025. Mesmo muito entusiasmado com o trabalho pela frente e com muita vontade também em fortalecer cada vez mais a ligação e projetos no futuro com os Açores.
Uma mensagem para todos os artistas do mundo.
Foco sempre nos objetivos, a arte é um terreno vasto e há lugar para todos, por isso evitem o julgamento e aprendam sempre com as situações em silêncio, desenvolvam o vosso autoconhecimento e alimentem a paixão pelo esforço e pelo trabalho, ajudem sempre todos os que puderem na vossa escalada e não tenham medo de dizer “não” para tudo o que vos desvie do caminho, e sempre, mas sempre, ouçam o vosso coração. O resto, vem naturalmente por consequência.