Obra de Capa

Les jambes de Rebecca

Toen de tijd leek stil te staan

en elke stap vooruit als twee stappen

achteruit voelde.

Als de weg geen richting heeft,

kan je enkel voetje voor voetje gaan.

Je moet het afleren om vooruit te willen.

Opgeschorte dromen (suspended dreams).

Straks zal het wel weer beter gaan.

In de stilte leerde ik op eigen benen staan.

Rebecca Lenaerts

Quando o tempo parecia ter parado

e que sentia que cada passo em frente

era como dois passos para trás.

Quando a estrada perde o sentido,

só se pode dar um passo de cada vez.

É preciso ultrapassar o desejo de avançar.

Sonhos suspensos.

(Em breve vais melhorar).

No silêncio, com as minhas próprias pernas aprendi a andar

Tradução proposta por Sónia Aniceto

Corpo fragmentado, corpo desenraizado.

As pernas são as nossas “rodas”, ou seja, os instrumentos que nos transportam pelo mundo. Representam o movimento, são sinónimos de vida.

Pernas suspensas, incapazes de andar. Expostas como numa montra. O que as impede de avançar?

Este desenho evoca uma amizade, mas é sobretudo a expressão dum sentimento de pausa, de impedimento. Uma divisão entre dois mundos, entre dois territórios afetivos. Entre o desejo de avançar e a necessidade de entretecer o fio que retém, tal um cordão umbilical.  As pernas suspensas recusam tocar com os pés no chão.

Pausa: a menina não quer crescer!

Nesta acumulação de pernas surge um espaço, um momento de silêncio. Da fricção entre o antes e o depois surge o “agora”.

Sónia Aniceto


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