Terrius

Empresa associada do mês

Comecemos a nossa conversa por conhecer um pouco melhor o percurso da Rita Martins. Como decidiu fundar a Terrius? Qual foi a motivação por trás da criação da empresa?

A ideia de iniciar o projeto em Marvão começou exatamente pela beleza única desta região, e pelo quanto me apaixonei por Marvão e pela Serra de São Mamede, desde a primeira visita, em 2006. Nessa altura disse “um dia vou desenvolver aqui um projeto e venho para cá viver!”. Existe uma magia neste lugar que não se explica por palavras… apenas se entende sentindo e visitando Marvão. Ao longo dos anos fui trabalhando em projetos ligados aos produtos tradicionais portugueses e em 2009 fui responsável por uma loja de vinhos do Douro. Nesse momento percebi a minha paixão: a Gastronomia e os Vinhos Portugueses! Na mesma altura em que descobri Marvão trabalhava com o meu atual sócio Filipe Verdasca, e finalmente decidimos que chegava o momento de avançar com o “tal” projeto que um dia tinha ficado prometido a Marvão… e assim nasceu a Terrius em 2012!
A Terrius começou com o objetivo de recuperar alimentos antigos que tradicionalmente estavam presentes na Dieta Mediterrânea e valorizar matérias-primas do Alentejo, desenvolvendo produtos inovadores respeitando os princípios da Economia Circular. Tínhamos também planeado a implementação dos programas de turismo gastronómico, e só mais tarde em 2017 começamos os serviços de consultoria.

Atualmente, quais são os principais serviços/produtos disponibilizados Terrius e a quem se destinam?

A Terrius tem 3 áreas de negócio:
– venda de produtos alimentares conservados (inovadores e de excelente qualidade (destinados à revenda – restaurantes e hotéis; e ao consumidor final – através de lojas ou nos cabazes de Natal);

– organização de eventos e programas de turismo gastronómico e agrícola destinados a turistas nacionais e internacionais e a empresas que procuram eventos inovadores e exclusivos;

– serviços de consultoria nas áreas de: desenvolvimento de novos produtos, valorização de subprodutos, economia circular, exportação, literacia alimentar e combate ao desperdício alimentar.

Produtos Terrius:
Farinhas naturais sem glúten: castanha fumada, bolota, tomate e cogumelos.
Produtos desidratados: variedades de cogumelos silvestres, cogumelo shitake, tomate, castanha fumada e bolota;
Conservas: pimentos piquilho assados, chutney de tomate seco com gengibre, azeite e orégãos, chutney de cogumelo shitake com coentros e azeite, mostarda de pimento doce.

    Filipe Verdasca e Rita Martins

    Quais são as características distintivas da sua marca em comparação com outras empresas do mesmo ramo?

    Desde o primeiro momento, a Terrius sabe que as matérias-primas disponíveis na Serra de São Mamede são de excelente qualidade, mas não basta para garantir a venda dos produtos. Assim, o compromisso de conjugar qualidade, inovação e fabrico artesanal, com natureza, sustentabilidade e saúde são os pilares diferenciadores da nossa Marca. Adicionalmente, fomos pioneiros no desenvolvimento de um conceito gastronómico inovador na região, com o objetivo de aliar Agricultura, Gastronomia e Turismo. A Terrius defende a produção extensível, sustentável, o consumo de alimentos sazonais e conservados de forma natural. Promovemos a economia circular, o aproveitamento de todas as partes do alimento e o combate ao desperdício alimentar, recorrendo apenas a métodos naturais de conservação e processamento dos alimentos.
    Por outro lado, o sucesso dos nossos eventos e experiências de Turismo Gastronómico resulta da combinação de produtos portugueses de excelente qualidade (onde o facto de serem de fabrico artesanal é muito importante), temperados com histórias e saberes (do tempo das nossas avós), e em locais de uma beleza única que de outra forma quem visita Portugal não os descobriria… Todas as experiências são criadas à medida de cada Cliente de acordo com as suas preferências.
    Quanto à prestação de serviços, a Equipa Terrius tem já muitos anos de trabalho desenvolvido ao longo de todo o Sector Agroalimentar: da produção agrícola até à transformação do produto final, sempre com o Ambiente e a Economia Circular presentes nos nossos princípios orientadores. A qualidade e a distinção neste caso vêm não só da nossa experiência, mas também das muitas formações que frequentámos, em particular do meu Doutoramento que permitiu aprofundar o conhecimento nestas áreas.

    Como é que a Rita Martins identifica e seleciona os fornecedores ou fabricantes dos produtos oferecidos pela Terrius?

    A Terrius subcontrata a produção agrícola e a transformação dos seus produtos. Os fornecedores e prestadores de serviços são também parceiros, pois tudo isto só resulta e faz sentido se houver um total envolvimento de quem produz as receitas que desenvolvemos.

    Quais são os principais desafios que enfrentou ao empreender no ramo da Terrius e como os superou?

    Uma vez que a Terrius desenvolve produtos alimentares inovadores, uma das maiores dificuldades ao princípio foi exatamente o que era suposto distinguir-nos! Mesmo ao nível dos clientes profissionais como os cozinheiros, foi um grande desafio conseguir que experimentassem os nossos produtos e que depois ficassem a comprá-los regularmente. Ao longo dos anos perceberam que os produtos são de uma qualidade realmente muito elevada e que a inovação era uma mais-valia e não um problema. A forma de ultrapassar esta questão foi a nossa determinação para nunca desistirmos e a possibilidade de esperar algum tempo após os potenciais clientes experimentarem as amostras que oferecíamos. Quanto ao consumidor final continua a ser um grande desafio, mas os Cabazes de Natal são um enorme impulsionador do consumo de produtos diferentes e considerados mais especiais, o que ajuda muito a dar a conhecer os produtos Terrius.

    Trabalha com clientes fora de Portugal? Os produtos Terrius estão presentes em que países?

    Sim, trabalhamos com alguns clientes fora de Portugal. Os produtos Terrius estão presentes em Espanha, França, Alemanha, Bélgica, Noruega, Finlândia e Suíça.

    Quais os principais planos de expansão ou novos produtos que a empresa tem para o futuro?

    Esperamos sempre um futuro positivo e promissor!! Continuamos a acreditar fazer a diferença no sector da Gastronomia e do Turismo, em particular no aproximar dos turistas à produção agrícola tradicional, mostrando a sua importância ao nível da preservação das tradições, da natureza e do património. Queremos chegar mais longe e conseguir esta transmissão de conhecimentos não só aos turistas estrangeiros, mas também aos portugueses e em particular às crianças.
    Esperamos também muito brevemente alargar a nossa área de trabalho para além do Alentejo, que já temos vindo a fazer, mas apenas pontualmente. Em relação à consultoria o planos de expansão é conseguir levar a nossa experiência e conhecimento a outros países.

    O que podemos continuar a esperar da Terrius num futuro próximo?

    Iremos continuar a desenvolver produtos únicos e de elevados padrões de qualidade, valorizando os subprodutos, ou recursos esquecidos, e a mostrar ao mundo o que de melhor se faz no nosso querido Alentejo. Acreditamos que o futuro passa por reduzir o desperdício e aproveitar o que a natureza nos dá, sublinhando a importância de não nos irmos todos embora do interior do país, para que este não desapareça ou não acabe totalmente destruído. Por outro lado, num futuro próximo esperamos aumentar o número de operadores turísticos clientes das experiências gastronómicas e conseguir que os nossos serviços de consultoria cheguem a outros países.

    Como sente a portugalidade? É um tema presente na sua empresa

    A Portugalidade é a identidade da Terrius sendo um tema muito presente na nossa empresa. É algo que nos identifica e que defendemos, fazendo tudo por levar Portugal mais longe e para que as experiências de quem nos visita sejam realmente únicas e inesquecíveis.

    A internacionalização é importante para o futuro da Terrius?

    É essencial!! O crescimento da empresa passa tanto por vender os nossos serviços de turismo gastronómico aos clientes internacionais (maioritariamente agências e operadores) que trazem os seus clientes a Portugal, mas também por vender mais produtos a restaurantes e hotéis que por sua vez recebem clientes estrangeiros. Por outro lado, aumentar o número de clientes de revenda de outros países a quem vendemos os nossos produtos é muito importante. Finalmente como referimos nos nossos objetivos de crescimento, queremos iniciar a prestação de serviços de consultoria nas áreas técnicas que trabalhamos também noutros países.

    A AILD está a criar uma rede internacional de pessoas que se vão poder interligar e colaborar entre si. Como vê este projeto e quais as vossas expectativas?

    Consideramos este tipo de iniciativas cada vez mais importantes. Sozinhos não conseguimos nada, nem chegamos a lado nenhum. A promoção dos produtos nos diversos canais e da forma diferente que cada parceiro da rede poderá desenvolver é muito importante para podermos crescer, chegar mais longe e para que mais clientes conheçam toda a nossa gama de produtos, experiências gastronómicas e serviços. Temos como expectativa conseguirmos atingir mais rapidamente e com melhores resultados os nossos objetivos definidos para o futuro.

    Que palavras deixaria sobre a AILD aos empresários que irão ler esta entrevista relativamente a esta plataforma global?

    O trabalho de reunir e aproximar Lusodescendentes que a AILD tem vindo a desenvolver tem um enorme valor e é da maior importância para todos nós! Muitos parabéns à AILD!

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