Obra de Capa

Família

É preciso fazer sorrir todas as famílias do Mundo para que a felicidade não tenha fronteiras.

O pai, a mãe e o filho sorriem. Sei que não existiu nenhuma palavra mágica que inventou a sua alegria, apenas descobriram que para se estar em paz e ser-se feliz, é necessário saber estar com quem se quer. O pai, a mãe e o filho sorriem. E quando assim acontece são todas as famílias do Mundo que sorriem porque afinal o Mundo é uma família, um só corpo e cada família nuclear uma parte, um membro desta família global. Por isso uma família em África é igual a uma outra na Europa. Uma família do sul do Sudão sente o mesmo calor que uma outra, algures, na Califórnia. Quando uma família morre de fome na Etiópia há uma outra família que se emociona na Suíça.  É preciso fazer sorrir todas as famílias do Mundo para que a felicidade não tenha fronteiras.  Olho para os traços e cores que o pintor João Timane nos mostra e vejo um fim da tarde suave e uma família radiante, suponho que seja de Chipangara, Mafalala, Nicoadala,  Namicopo, de um lugar qualquer de Moçambique. E não deixo de repetir: “É preciso fazer sorrir todas as famílias do Mundo para que a felicidade não tenha fronteiras.”

Marcelo Panguana


Marcelo Panguana

Nasceu na cidade de Lourenço Marques. Cronista, poeta, autor de contos reconhecido internacionalmente. Nas estantes das livrarias pode-se encontrar diversas publicações da sua autoria: coletâneas de contos, romances, um livro de entrevistas, uma história de literatura infantil e uma recolha de contos tradicionais. Recebeu em 2005 o Prémio Rui de Noronha concedido pelo FUNDAC. Foi-lhe atribuído em 2011 uma menção honrosa no Grande Prémio SONANGOL de Literatura. 



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