Obra de Capa

As cores vivas revelam uma linguagem, uma outra forma de fazer passar uma ideia, a emoção ou o estado de espírito. Na terra onde nasci as cores vivas falam, traduzem uma identidade, espelham uma cultura, elas são a própria vida. Não brilham apenas nas telas do pintor, também se mostram no deslumbrante pôr-de-sol do nosso encantamento, nas vestes das mulheres que passeiam nas ruas da nossa aldeia, ou no colorido dos pássaros que sobrevoam as florestas. As cores vivas ressuscitam a esperança, estimulam os risos, espalham-se no fogo que deflagra das fogueiras. As cores vivas são o espelho indelével da família retratada nesta tela e da minha África.

Marcelo Panguana

Marcelo Panguana

Nasceu na cidade de Lourenço Marques. Cronista, poeta, autor de contos reconhecido internacionalmente. Nas estantes das livrarias pode-se encontrar diversas publicações da sua autoria: coletâneas de contos, romances, um livro de entrevistas, uma história de literatura infantil e uma recolha de contos tradicionais. Recebeu em 2005 o Prémio Rui de Noronha concedido pelo FUNDAC. Foi-lhe atribuído em 2011 uma menção honrosa no Grande Prémio SONANGOL de Literatura.