A diáspora portuguesa e as exportações e importações

Portugal é historicamente um país extremamente aberto à migração, sendo um país no qual as importações e exportações têm enorme representatividade no PIB, ao mesmo tempo que recebe e envia um considerável número de migrantes.
Com ondas de migração a começarem no século XV, foi no ano de 2008 que surgiu o mais recente flow de emigrantes portugueses, maioritariamente devido ao início de uma forte crise financeira. No entanto, as características destes emigrantes distinguem-se das gerações anteriores, que eram maioritariamente não qualificadas, enquanto que os emigrantes atuais são caracterizados como tendo elevados níveis de qualificação. Esta nova onda migratória é grande promotora do crescimento do “Mercado da Saudade”, ao mesmo tempo que abre portas a novas oportunidades de negócio associadas a este mesmo mercado.

Num artigo de 2015 publicado na revista Empreendedorismo Start&Go, Ondina Afonso, a diretora executiva da Portugal Foods, refere: “O mercado da saudade passa não só pela venda de produtos portugueses, mas também pela promoção que os próprios portugueses fazem dos produtos nacionais nos países onde vivem, o que os torna “embaixadores natos” dos nossos produtos […]. O mercado preferencial é mesmo o mercado externo onde está a saudade do que é português, e também o maior poder de compra.” A atual evolução da economia portuguesa está extremamente ligada à evolução do comércio internacional, o qual é consequente da globalização. Esta, por sua vez, tem como dimensão central a intensificação das migrações e dos fluxos das pessoas.
Assim, a Diáspora portuguesa constitui um ativo importantíssimo para o País, na medida em que cada português pode assumir o papel de agente facilitador na abordagem aos mercados externos, atenuando as maiores debilidades identificadas pelas PME nos processos de expansão internacional, sobretudo as de menor dimensão, como sejam a falta de informação e de recursos humanos qualificados e com conhecimento profundo sobre os mercados.
A construção de uma rede social colaborativa assente numa plataforma informática exige um trabalho profundo de criatividade e conhecimento das expetativas dos seus futuros utilizadores, a que acresce a construção de uma dinâmica de atualização de conteúdos conjugada com as melhores opções tecnológicas. São estes os fatores decisivos do sucesso da plataforma e da sua sustentabilidade futura, pelo que foram tidos em consideração na construção do percurso metodológico.

A Rede Global da Diáspora (www.redeglobal.pt) é um projeto promovido pela Fundação AEP, que tem por objetivo aproximar as PME portuguesas com a Diáspora; Este projeto responde a uma estratégia colaborativa de internacionalização, assente na construção de uma plataforma capaz de promover o relacionamento dos portugueses espalhados pelo Mundo entre si e entre estes e as PME portuguesas, com o objetivo de os transformar em verdadeiros embaixadores e promotores da oferta nacional; O projeto, pelos seus objetivos, assume um enorme interesse para o tecido empresarial português no contexto da internacionalização da economia, possibilitando o crescimento do networking global, através de um acesso às comunidades de portugueses internacionais, cuja adesão será facilitada com recurso às atuais redes.

Rede Global da Diáspora

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