A evolução da diáspora portuguesa na Suíça

A diáspora portuguesa na Suíça é uma das maiores e mais antigas comunidades de emigrantes portugueses na Europa.
Começou a ganhar força na década de 1960, quando muitos portugueses procuraram melhores oportunidades de trabalho e condições de vida fora de Portugal. A Suíça, com a sua economia estável e necessidade de mão de obra, tornou-se um destino popular.
A migração intensificou-se após acordos bilaterais entre Portugal e a Suíça, facilitando a entrada de mão de obra portuguesa.
Em 2023, estavam registados cerca de 260.462 residentes permanentes portugueses na Suíça, representando 11,8% dos estrangeiros e 3,1% da população total suíça.
É a terceira maior comunidade estrangeira no país, atrás apenas das comunidades italiana e alemã.

A comunidade está presente em todos os 26 cantões suíços, com maior concentração em:
– Neuchatel (cantão francófono)
– Friburgo e Valais (bilingues francês/alemão)
– Graubünden (alemão/romanche)
– Também é significativa em Genebra, Vaud, Ticino e Jura.
Os portugueses na Suíça trabalham principalmente em:
– Construção civil e obras públicas
– Hotelaria e restauração
– Agricultura
Serviços financeiros e setor farmacêutico
A Suíça é o maior emissor de remessas para Portugal, superando até a França. Em 2024, os emigrantes portugueses na Suíça enviaram 1.135,18 milhões de euros para Portugal, um aumento de 6,74% em relação a 2023.
Estas remessas são vitais para muitas famílias portuguesas e têm um impacto direto no consumo e desenvolvimento regional.
Apesar das remessas, muitos emigrantes enfrentam custos de vida elevados na Suíça, especialmente em habitação e seguros de saúde.

Em 2023, o número de saídas superou o de novas chegadas em 678 pessoas, indicando uma estabilização ou ligeira retração da migração ativa.
O crescimento da comunidade tem sido sustentado por nascimentos e reativações de autorizações de residência.
Ainda assim, a comunidade está a envelhecer, e muitos idosos enfrentam isolamento social e dificuldades de acesso a cuidados de saúde adequados.
O regresso a Portugal nem sempre é fácil, devido a diferenças no sistema de saúde, fiscalidade e reintegração social.
Também por isso, muitos emigrantes têm investido na educação dos filhos, incentivando a continuidade dos estudos e o domínio de várias línguas. O ensino de português como língua de herança é promovido por escolas e associações, com apoio do governo português.
A comunidade tem recorrido mais a serviços de saúde preventiva e programas de bem-estar promovidos por cantões e ONG’s.
Cresce o número de portugueses que abrem pequenos negócios, como cafés, restaurantes e empresas de serviços.
Muitos também procuram mobilidade interna dentro da Suíça, mudando de cantão ou setor para melhorar condições laborais.
Isso ajuda a manter a identidade cultural e facilita o regresso a Portugal, caso desejado.
A comunidade tem usado cada vez mais plataformas digitais para se informar, organizar eventos e aceder a serviços.
Grupos em redes sociais funcionam como centros de partilha de experiências e ajuda mútua.
Em resumo, a diáspora portuguesa na Suíça é uma comunidade numerosa e diversificada, com uma longa história de contribuições para ambos os países. Mantém uma forte identidade cultural e continua a desempenhar um papel importante nas relações entre Portugal e a Suíça.