Obra de Capa fevereiro 2021

Kanjinvi desperta para mais um dia da sua vida

Olha em volta, e, o que consegue ver, parece-lhe lindo. Contudo, desde que nasceu, o seu espaço é limitado e o seu horizonte visual também. Mas ele sente algo de diferente nesse dia. O dia está lindo e ele sente que algo dentro dele pulsa. Não tem consciência do que com ele se passa, mas sente-se forte e com vontade de fazer algo mais do que aquilo que foram os seus dias anteriores.

Descansa, e, como que por um impulso inconsciente, apercebe-se pela primeira vez que tem asas, e, quando as bate, ainda que dócil e delicadamente, sente que o seu corpo sofre um impulso. Sou forte pensa, mas apesar de tudo indaga junto de sua mãe, para que alguém que não ele o confirme.

Sua mãe, diz “Sim! És forte e vais voar”.

“Como é voar?” pergunta Kanjinvi.

“Voar é algo que não se consegue explicar por palavras. Tem de ser experimentado e sentido, pois de outra forma não se viveu. Tu tens a capacidade inata para o fazer, apenas precisas de vencer o medo inicial, e com a prática apurarás as tuas capacidades. Tens já a força suficiente. Necessitas agora de ter a iniciativa. Daqui, que tem pouca altura, podes, sem perigo, fazer a tua primeira experiência. Eu te guiarei nas primeiras batidas de asa ” – diz a sua mãe carregada de sabedoria.

Kanjinvi observando as instruções, enche-se de coragem e lança-se no espaço. Com grande surpresa, não cai, como julgava que iria acontecer. Segue em frente, ainda que, numa fase inicial com medos e receios, seja um voo inseguro e tímido.

O êxito rapidamente confere-lhe uma enorme autoconfiança, e então, começa a aventurar-se inebriado por uma sensação sem limites. Sobe no ar, vagueia, faz acrobacias. É incomensuravelmente feliz! Tal como sua mãe lhe dissera, não há de facto palavras que traduzam a sensação de voar.

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