A importância do Conselho das Comunidades Portuguesas no exterior

e o papel da nova geração na integração cultural

Como Conselheira das Comunidades Portuguesas eleita pelo círculo eleitoral fora da Europa, representando São Paulo, sinto-me honrada em abordar um tema de extrema relevância para a nossa diáspora: a importância do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) e o papel fundamental da nova geração na sua integração e fortalecimento.
O CCP é uma entidade vital que atua como um elo entre as comunidades portuguesas no exterior e o governo de Portugal. Sua função vai além da representação; trata-se de um espaço onde se discutem e se defendem os interesses das comunidades, promovendo a cultura e a identidade nacional. No entanto, para que essa missão seja plenamente realizada, é imprescindível a inclusão e o engajamento da nova geração, que traz consigo novas ideias, energia e uma visão renovada sobre a integração cultural.

A nova geração de portugueses no exterior enfrenta desafios únicos, como a adaptação a culturas diferentes e a busca por uma identidade que una suas raízes com a realidade local. Para que esses jovens se sintam parte integrante da comunidade portuguesa, é fundamental que haja programas de incentivo à inclusão em atividades culturais, como os ranchos folclóricos. Essas iniciativas não apenas preservam as tradições, mas também oferecem um espaço de socialização e pertencimento, onde os jovens podem vivenciar e transmitir a cultura portuguesa de forma dinâmica e contemporânea.

A participação ativa dos jovens em associações e eventos comunitários é essencial para a construção de uma identidade coletiva. O CCP deve fomentar a criação de plataformas que permitam a interação entre as gerações, onde os mais velhos possam compartilhar suas experiências e os jovens possam apresentar suas ideias e propostas. Essa troca é fundamental para a continuidade da cultura portuguesa, garantindo que as tradições sejam adaptadas e revitalizadas de acordo com as novas realidades.

Para que essas iniciativas sejam efetivas, é necessário que o governo português, através da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas (SECP) e da Direção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas (DGACCP), desenvolva políticas de apoio mais robustas. Sugiro a implementação de programas de financiamento direcionados a associações que promovam a inclusão de jovens em atividades culturais e sociais. Além disso, a criação de bolsas de estudo e intercâmbio para jovens que desejam aprofundar seus conhecimentos sobre a cultura portuguesa pode ser uma forma eficaz de fortalecer a conexão com suas raízes.

Outra proposta que gostaria de destacar é a realização de eventos anuais que reúnam jovens de diferentes comunidades portuguesas ao redor do mundo. Esses encontros poderiam servir como um espaço de troca de experiências, aprendizado e fortalecimento de laços, além de promover a cultura portuguesa de forma vibrante e contemporânea. A colaboração entre a SECP, a DGACCP e as associações comunitárias é crucial para a implementação dessas iniciativas, garantindo que os recursos sejam direcionados de forma eficaz e que as necessidades das comunidades sejam atendidas.

Em suma, o Conselho das Comunidades Portuguesas desempenha um papel vital na promoção da identidade e da cultura portuguesa no exterior. No entanto, para que essa missão seja cumprida de forma eficaz, é essencial que a nova geração seja integrada e incentivada a participar ativamente. Como conselheira das comunidades portuguesas de São Paulo, estou comprometida em trabalhar para que o governo português esteja atento às necessidades dessas comunidades, oferecendo o suporte necessário para que as associações possam prosperar e, assim, garantir a continuidade da rica herança cultural portuguesa no mundo. A união e a colaboração entre gerações são a chave para um futuro vibrante e coeso para as comunidades portuguesas, onde todos se sintam valorizados e representados.