Mensagem do Presidente Philippe Fernandes

Associação Internacional dos Lusodescendentes

Festa

Portugal mais uma vez participou e ganhou a final do Europeu de Futsal.

Podemos estar acostumados ao facto de ganhar estas finais, mas não devemos ficar deslumbrados com este feito, que é efetivamente notável, mas fruto de um conjunto de jogadores de grande nível e de uma excelente equipa técnica. A equipa portuguesa não se ressentiu da ausência inesquecível do maior jogador de futsal de sempre, o Ricardinho também conhecido como o Mágico, já que sem dúvida a sua influência e carisma deve ainda estar bem viva nos atuais jogadores da seleção portuguesa. Mas não foi só na Holanda que participámos numa festa, também em Portugal houve outra festa, a festa da democracia com as eleições legislativas. Tal como os jogadores portugueses de futsal que lutaram, sofreram, e foram resilientes no estrangeiro, os cidadãos portugueses, que quiseram votar, viveram também dessa maneira este ato simples de cidadania, ou que pelo menos deveria ser simples. Quem já viveu essa experiência, sabe que é preciso ter muita garra para exercer esse direito, pois parece que tudo é feito para desmotivar o exercício desse direito.

Parece-me que não existe nenhuma conspiração nesse sentido, mas sim alguma falta de cuidado e desmazelo especialmente no que diz respeito aos cidadãos que vivem fora de Portugal.

É certo que aparecem sempre alguns entendidos nas vésperas das eleições, que reconhecem a situação, chegando mesmo a propor soluções, mas depois nada é feito para que a situação se altere e nas vésperas das próximas eleições, ouvimos de novo os mesmos comentários. Esta situação já se repete há muito e não se percebe porque é que quem tem o poder para resolver e corrigir, não ganha vergonha e toma as decisões que se impõem, implementando finalmente soluções práticas e aproveitando todos os recursos tecnológicos que hoje em dia existem.

O país sairia certamente muito prejudicado, se os portugueses e lusodescendentes se desmotivarem de exercerem os seus direitos e obrigações associados à sua nacionalidade portuguesa. É certamente desmotivador e arrasador, saber que 80% dos votos foram invalidados, no momento da sua contagem. O país tem uma grande dívida para com as comunidades portuguesas no estrangeiro, o mínimo que se pode fazer é ajudar esses portugueses a viver a sua cidadania portuguesa de forma plena e a participar nas eleições do seu país.

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