Aconchego

Empresa associada do mês

Comecemos a nossa conversa por conhecer um pouco melhor o percurso do Marco Basílio.

Como muitos jovens transmontanos, aos 18 anos decidi emigrar para França. A garantia de ter lá familiares dava-me conforto e fez com que a minha decisão recaísse sobre aquele país para procurar melhores oportunidades. Desde o momento em que cheguei, estive sempre ligado à construção civil, até que em 2004, com 21 anos, decidi criar a minha própria empresa, esta também ligada à área de construção civil.
Concentrei os esforços na área da renovação de imóveis, dando soluções de resposta para todo o tipo de projetos, tendo sempre como ideia base que a melhor publicidade é um cliente satisfeito. Desde o início da minha atividade que, por diversas vezes, realizando uma obra numa localidade, quando esta termina sou requisitado para uma obra vizinha, levando-me a crer que a publicidade de um cliente satisfeito é a garantia de trabalhos seguintes.
Em 2013, também ligado à área da construção, criei uma outra empresa, Locobat, que está também inserida na área de aluguer de todo o tipo de máquinas para construção, o que obriga a ter sempre uma frota de equipamentos muito diversificada, considerando isto uma vantagem para todo o tipo de concorrência neste sector.

Como surgiu o Aconchego? Como surgiu a ideia de criar uma Residência Sénior?

Sempre tive a ideia de investir no meu país. Estive sempre atento a diversas áreas de negócio, até que, através de uma feliz coincidência, comecei a desenvolver ideias com um amigo, o Bruno Gonçalves, atual diretor geral do Aconchego Residência Sénior. Percebi a consistência de valores e o profissionalismo que o acompanham, estudámos em 2017 três possíveis áreas de negócio e uma delas foi o desenvolvimento de uma Residência Sénior, que marcasse a diferença tendo como base o bem-estar do idoso, e dessa forma começamos a trabalhar num novo conceito de estrutura residencial para pessoas idosas.

Bruno Gonçalves e Marco Basílio

Relativamente ao processo de abertura de uma Residência Sénior, o que poderia ser melhorado ou agilizado?

Por incrível que pareça demoramos exatamente o mesmo tempo na construção do edifício (2 anos), como no licenciamento para a construção, (2 anos), com a nota que tudo em todos os sectores teve aprovação por todas as entidades.
Precisamos claramente de facilitar a vida a quem investe, desenvolver mecanismos que facilitem o percurso do investidor. É completamente inaceitável que o investidor seja tratado desta forma pelas entidades públicas que licenciam instituições semelhantes à nossa.

Atualmente, quais são os principais serviços disponibilizados pelo Aconchego e a quem se destinam?

A Aconchego Residência Sénior é uma ERPI (estrutura residencial para pessoas idosas), e por isso destina-se a pessoas com mais de 65 anos.
Atualmente, os nossos serviços baseiam-se no atendimento personalizado do residente, com alojamento, alimentação, serviços de enfermagem, animação, estética, lavandaria, serviços de limpeza, acompanhamento social, assistência de diversas áreas de saúde e serviços de transporte.

Na sua opinião, o que tem diferenciado o Aconchego da concorrência e, sobretudo, perante o cliente?

A Aconchego foi um projeto pensado na individualidade de cada residente. Não seria justo compará-lo a outros concorrentes, porque cada projeto é pensado de forma diferente.
Para nós, o foco, é a personalização de cada caso, para que os residentes se mantenham o mais ativos possível dentro do plano individual de cada um. E por isso, tentamos ser sempre flexíveis nas regras impostas, e tentamos que o leque de escolhas que oferecemos seja o maior possível, de forma a que o residente considere sempre que a rotina adotada foi uma escolha sua: eles é que escolhem a ementa, eles é que escolhem os horários, eles é que escolhem o espaço onde querem estar.
A juntar a esta individualidade, defendemos a presença das famílias na rotina deles: temos um restaurante onde as famílias podem vir almoçar com o seu familiar, permitindo a aproximação ao Aconchego e ao espaço que é adotado como “casa”.

Como avalia atualmente o mercado das Residências Seniores em Portugal? Quais os principais desafios que se impõem?

Atualmente, o mercado está em expansão e já se veem projetos carregados de inovação, focados no bem-estar do residente e na potencialidade da qualidade de vida que os idosos devem ter, aliada a uma gestão transparente.
Ainda assim, ter uma residência sénior implica passar por desafios em diferentes campos. Desde os processos de legalização, processos burocráticos lentos, processos de contratação e formação de recursos humanos, é um sem fim de desafios que atualmente o mercado enfrenta, só para abrir. Depois de aberto, os desafios continuam: a gestão financeira, de mão dada com os tempos atuais, é por si só um desafio constante. A gestão de recursos humanos, a legislação, que nem sempre nos permite crescer. Os impostos a que as empresas estão sujeitas, a carga fiscal em Portugal é colossal e atormenta diariamente os empresários que tentam vingar nos seus negócios, julgo que este é o desafio diário não só nosso como de todas as empresas em Portugal.

Quais os maiores desafios que a sua empresa enfrenta para desenvolver a sua atividade em Portugal?

Em Portugal, há muitos anos, criou-se uma ideologia de que os lares de idosos eram asilos, onde os idosos eram depositados e abandonados. Ao longo do tempo, foi-se desconstruindo essa ideia, ainda que esteja demasiado enraizada em gerações anteriores. Atualmente, com as novas realidades familiares, os idosos vêem-se obrigados a entrar em instituições, ainda que acompanhados de um receio que os assombra. Quebrar esse estigma é um desafio que enfrentamos, porque requer mudança de mentalidades. Felizmente, caminhamos no bom sentido, com os bons exemplos de instituições que cada vez mais primam pela qualidade e que são pensadas de forma a promover a autonomia do idoso.

O que podemos continuar a esperar do Aconchego num futuro próximo?

Podemos continuar a esperar a ânsia de fazer mais e melhor. O concretizar deste projeto foi uma superação, mas o continuá-lo diariamente, é um desafio ao qual nos propusemos. O futuro é para nós uma absoluta vontade de evoluir e por isso, queremos que haja mais “Aconchegos”. O objetivo é replicar e formar uma rede que nos permita crescer, aumentando a amplitude, sem prejudicar a qualidade e personalização dos serviços.

Como sente a portugalidade? É um tema presente na sua Residência Sénior?

Estamos localizados em Trás-os-Montes e à margem da percentagem elevada de pessoas que decidem emigrar na zona, temos muitos filhos de residentes que estão emigrados. Ora, as pessoas estando fora do país, não lhes é possível visitar os familiares com a frequência desejada. De forma a colmatar esta ausência, decidimos investir num sistema que aproxime as famílias: Sioslife. Esta plataforma interativa, para além da componente recreativa, tem um sistema de acesso à comunicação facilitado. Assim, entrar em contacto com família torna-se elementar, e tudo é partilhável: desde videochamadas, enviar e receber fotografias e partilha de ficheiros. Este sistema permite aproximar as pessoas, reconectando-as com a comunidade, mantendo o que de mais fiel é a quem está fora: a sua origem.

A AILD está a criar uma rede internacional de pessoas que se vão poder interligar e colaborar entre si. Como vê este projeto e quais as vossas expectativas? Que palavras deixaria sobre a AILD aos empresários que irão ler esta entrevista relativamente a esta plataforma global?

Todas as sinergias, rede de contactos e parcerias que se criem são património da empresa. Poder ampliar este património chegando até outras empresas e mercados é sempre uma mais-valia. Neste mundo global, os desafios são diários e os empresários são postos todos os dias à prova, ter uma rede de suporte como a AILD é uma vantagem enorme para qualquer adversidade que surja.
Gostaríamos assim de agradecer à AILD pela oportunidade que nos deu de apresentar o Aconchego Residência Sénior e pela permuta constante de conhecimento.

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