Antes da pandemia Portugal era o novo centro de investimento

É curioso, ao estudarmos a História de Portugal desde quando ainda não éramos sequer uma nação, analisando criticamente os desenvolvimentos mais recentes na sociedade, na política e na economia portuguesa, e verificarmos como fomos flutuando entre extremos opostos ao longo dos séculos. Especialmente no que diz respeito ao lugar que ocupamos no mundo e à imagem que passamos lá para fora.

No auge da época dos Descobrimentos, muito à semelhança de hoje, ouviam-se várias línguas a serem faladas nas ruas das maiores cidades Lusas. Lisboa era alvo de grandes e novos investimentos a nível dos comércios, das artes e de grandes empreendimentos navais. Mesmo sendo um país pequeno, de quem muito poucos tinham ouvido falar até então, de súbito, Portugal tornara-se famoso e atrativo para ingleses, espanhóis, franceses, italianos e holandeses trazerem para cá as suas riquezas e aqui investirem os seus patrimónios em empresas de diversas géneses.   

Meio milénio passado, novamente voltamos a ouvir inúmeras línguas a serem faladas pelas ruas de Portugal. E porquê? O que terá cativado os investidores estrangeiros? O que nos elevou uma vez mais a uma visibilidade e reconhecida fama que inspirou a confiança de quem tem fundos, ideias e património, para investir no nosso país?

Com um crescimento mais notório a ter início no segundo semestre de 2016 e a alcançar valores percentuais bastante significativos entre 2018 e 2019, os investimentos estrangeiros no nosso país têm sido variados. Desde infraestruturas, passando por investigação científica e tecnologias da informação, até 1.2M de euros apenas em resorts e turismo de luxo e quase 763M em imóveis, as áreas e o volume de investimento que o cidadão estrangeiro tem feito em Portugal são notórias. Terão sido diversos os fatores emocionais e sociais que fizeram os estrangeiros querer apostar no nosso país. O clima, a gastronomia, a cultura e a segurança, foram os aspetos mais enumerados.

Contudo, a maioria dos investidores olhou para outras questões. Por exemplo o facto de estarmos no TOP 3 de países mais seguros do mundo, o facto de estarmos em 22º lugar no Quality of Life Index da Numbeo e de sermos considerados pela agência Transparency International como um dos países do mundo com maior grau de transparência política e social, colocando-nos na 30ª posição num rank onde constam 180 países.

Portugal recuperou uma interessante competitividade económica, pela qual deverá continuar a lutar após a pandemia da COVID-19, e iniciou uma profunda diversificação das suas exportações (setoriais e geográficas). Os principais pontos fortes que os investidores estrangeiros salientam em Portugal foram os seguintes:

  • Infraestruturas modernas e de qualidade;
  • Uma força de trabalho qualificada, muitas vezes multilíngue, a um custo significativamente menor comparando a outros países da Europa Ocidental;
  • Um sistema que promove investimentos em inovação, que permitiu ao país atrair novos Integrated Development Environments (IDE), essenciais para o seu desenvolvimento.
  • As nossas relações estratégicas internacionais com a Europa, África e América, para além de sermos membros da UE, permitem a Portugal manter laços estreitos com as ex-colónias como Brasil, Moçambique, Macau e Angola, e podem servir de porta de entrada para outros mercados da lusofonia.

Somos a nova porta para a Europa. Em pouco mais de duas horas atravessamos (em condições normais) a fronteira para Espanha, em duas horas de voo, por preços acessíveis, estamos em Londres ou em Paris.

Seja um cidadão estrangeiro, seja um português há muito longe de casa, ou seja, um luso-descendente para quem Portugal não passe de uma ténue memória, a verdade é que acreditamos que, apesar da conjuntura mundial atual, que se afigura bastante incerta, Portugal poderá continuar a ser uma boa aposta para os seus investimentos!

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