Berlim Parte I

A cidade que procura virar a página

A cidade de Berlim, é a atual capital da Alemanha, e um dos dezasseis Estados germânicos. Esta metrópole, com cerca de 3,5 Milhões de habitantes, é a maior cidade do país, e a sétima área urbana mais habitada de toda a União Europeia.

A história da cidade remonta ao ano de 1237 nas margens do rio Spree, local onde um pequeno povoado começava a desenvolver-se suportado nos mercados marítimos, de cereal e madeira. Longe da imponência atual, a cidade de Berlim em 1411, era governada sob domínio da dinastia Hohenzollern, integrando o Império Romano Germânico, seguindo-se a proclamação de Berlim como a capital de Brandemburgo.  A ocupação da cidade pelas tropas napoleónicas, fez despertar a consciência nacional, e em 1871 com a derrota dos Franceses às mãos da Prússia, reconduziram a cidade a capital do novo Império Prussiano.

Nos anos subsequentes, assistiu-se a um crescimento demográfico estonteante, sendo que no início do século XX a cidade era já conhecida como referência arquitetónica, cultural e financeira.

Seguiram-se anos de declínio, e a Alemanha integrou a coligação dos Impérios Austro-húngaro e Otomano culminando com uma pesada derrota frente às Forças Aliadas. A recém-proclamada República Weimar resistira até 1933, e aproveitando o forte período de instabilidade económica, Adolfo Hitler era nomeado Chanceler dando origem ao Terceiro Reich. Atos isolados como queima de obras literárias e as eliminações de possíveis opositores foram as medidas tomadas no imediato, seguindo-se uma perseguição racial aos Judeus. Em 1939, Hitler sobre falsas informações de um ataque Polaco invoca legitimidade para invadir e ocupar Polónia. Durante anos de guerra, milhões de judeus e opositores foram enviados para campos de extermínio. A expansão nazi prosseguia a bom ritmo, contando com o apoio de Benito Mussolini e do General Franco, a invasão prosseguiu a Este e a Leste. O combate da Invasão nazi era efetuado a Leste pelo exército Soviético, e no Ocidente pelas tropas Aliadas, e à medida que o território era recuperado, o mundo ficava a conhecer as maiores barbaridades alguma vez perpetuadas. Em 1945, Berlim é invadida pelo exército russo pondo fim ao império mais macabro que a humanidade alguma vez conhecera.

No período 1961-1988, caracterizaram-se pela ocupação estrangeira da cidade, originando uma espécie de paz apelidada como Guerra Fria Ocidente/Oriente. Em 1989, é derrubado o regime separatista RDA/RFA resultando na reunificação da Alemanha. Os anos subsequentes transformam completamente a cidade de Berlim, de uma cidade fustigada pelos sucessivos conflitos a uma economia fortíssima gozando de uma posição central na Europa.

A maioria das companhias aéreas europeias voam para Berlim, através de voos diretos ou com escalas. A moderna rede ferroviária europeia coloca igualmente Berlim no epicentro da Europa, sendo que muitos visitantes preferem este meio de transporte. A Cidade de Berlim é relativamente segura e visitada por milhões de turistas anualmente, que usam o metro U-Bahn para se deslocar no interior da cidade. A barreira linguística poderá representar uma barreira, todavia todos os locais estão devidamente identificados em inglês. O clima poderá ser igualmente uma adversidade, todavia a construção alemã é uma das melhores e todos os edifícios estão dotados de infraestruturas que nos fazem esquecer as temperaturas negativas que por vezes se sente nas ruas.

Parlamento Alemão de Berlim «Deutscher Bundestag»

O antigo edifício do Reichstag situado nas imediações das Portas de Brandeburg é atual sede do Parlamento Alemão. A impressionante cúpula deste edifício, ao estilo clássico sobressai dos demais, como um dos grandes símbolos de Berlim. A visita ao Bundestag, poderá demorar cerca de 3 a 4 horas sendo atualmente possível visitar cúpula.

Durante diversos anos, nomeadamente no apogeu Nazi, este local perdeu importância, sendo usado e ocupado apenas por militares. Durante a II Guerra Mundial foi bombardeado e só recentemente foi reconstruido, incluindo uma cúpula nova. Nas imediações existem jardins apelativos repletos de locais em modo piquenique.

Portas de Brandeburgo «Brandenburger Tor»

Inaugurado em 1971, nas imediações da Praça Parizer, o portão de Brandeburgo configura uma antiga porta de acesso ao interior da cidade de Berlim. Encomendada pelo rei Frederico Guilherme da Prússia, como um símbolo do triunfo da paz sobre as armas, esta enorme construção neoclássica possui doze colunas, e é atravessada por um conjunto de cinco estradas. Sobre o arco os visitantes podem observar uma réplica da “quadriga” onde a deusa grega da paz é puxada por cavalos. 

A «Quadriga» original terá vivido uma história conturbada, visto que imediatamente após a construção deste monumento sucederam-se invasões francesas que culminaram na retirada da mesma por ordem expressa de Napoleão Bonaparte. Existem inclusive, registos históricos que descrevem o envio da quadriga para França, como forma de demonstração de dominância por parte dos franceses.  Em 1814, a Quadriga regressa a Berlim após a Batalha das Nações, herdando uma cruz de ferro e a águia prussiana procurando celebrar a libertação do domínio francês.  Nos últimos dias da Segunda Guerra Mundial, observaram-se danos consideráveis tanto nas portas como na quadriga. Durante um período, a cidade de Berlim permaneceu divida em sectores e as portas de Brandeburgo configuravam uma “espécie de fronteira” entre territórios de controlo Soviético e Britânico. As tropas soviéticas tentaram desestabilizar o sector aliado, procedendo à mudança do sentido sobre o qual marchava a quadriga.

Atualmente este é um dos locais mais visitados da cidade de Berlim, repleto de turistas que se amontoam numa tentativa de obter uma fotografia. Será difícil aos visitantes imaginarem a importância desde local na história da Alemanha, mas as Portas de Brandeburgo foram muito mais que um simples acesso à cidade.

Berlim parte II

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