Ciência do bom senso
As Universidades quando tentam formar futuros líderes e gestores, proporcionam uma licenciatura de Gestão aos interessados, procurando dar uma formação global, abrangente e integral aos seus alunos.
Não admira que esta licenciatura seja constituída por cadeiras de direito, cadeiras de história, já que não há nada melhor do que aprender com os exemplos e erros dos outros, cadeiras de psicologia, cadeiras de matemática, cadeiras financeiras e económicas, cadeiras de informática, marketing, ética, etc, na esperança de proporcionar aos alunos formação qualificada, para que de posse de todo esse conhecimento, possam tomar as melhores decisões para as empresas para as quais trabalham, para os seus detentores de capital, para os seus trabalhadores e para as sociedades onde desenvolvem a atividade económica.
A principal tarefa de um gestor é tomar constantemente decisões. Se analisarmos a base fundamental da tomada dessas decisões, concluímos facilmente que o bom senso e a ética são determinantes para cuidar dos interesses de todos os que contactam com a organização.
No entanto, não se consegue ensinar a ninguém a ter bom senso, ou se tem ou não se tem e a ética, nos dias de hoje, aparece desfigurada em muitos ambientes profissionais.
Deter muito conhecimento, não é garantia que alguém é melhor gestor que outro, mas é evidente que o que detém mais conhecimento estará em melhor condições para desempenhar a sua função.
Nas vésperas da Segunda Grande Guerra, os alemães eram dos povos mais avançados em termos de conhecimento, nas áreas da engenharia, da ética, da filosofia bem como em muitas outras, no entanto, não foi por isso que evitaram más decisões.
Graças às noções de ética, supostamente avançadas, mas com uma grande falta de bom de senso, todos sabemos que caminhos trilharam.
Portugal tem a vida facilitada, porque não precisa de descobrir a pólvora, basta simplesmente estudar a vida empresarial do Comendador Manuel Rui Azinhais Nabeiro, a quem prestamos aqui homenagem.
Um homem simples, cheio de bom senso, que com apenas a quarta classe, construiu um grupo económico internacional impressionante. A sua vida dá substância suficiente para uma licenciatura, mestrado e doutoramento.
Que Portugal tenha a sorte de que as nossas Universidades consigam formar gestores desta estirpe, pois teremos em mão, uma revolução económica e talvez assim, finalmente, o país cresça como nunca conseguiu crescer.
Os gestores podem sempre contar com os contabilistas certificados na tomada de decisões, pois costumam ter um conhecimento global da sociedade muito precioso.