Como será o futuro depois da Pandemia?
A pandemia do novo coronavírus transformou a vida das pessoas. Em todo o mundo. Mudanças na rotina, no trabalho, no comportamento e, acima de tudo, nas relações humanas. Nunca se falou tanto em convivência e, ao mesmo tempo, em distanciamento social. Dois opostos que se intensificam e ressignificam diariamente.
A primeira constatação sobre o que vem por aí depois da pandemia é simples: não dá para saber. São tantas as variáveis em jogo que qualquer previsão será frustrada.
A única certeza é a mudança. Não apenas nos hábitos — e nada tão certo quanto mudanças de hábitos. Assim como nos acostumamos ao cinto de segurança ou a gastar menos energia depois do apagão, é possível imaginar um mundo em que persistam o sabão, o álcool em gel e o “distanciamento social”. Menos apertos de mão e beijinhos no rosto.
Talvez haja mais espírito cívico, mais voluntários a ajudar idosos ou grupos ameaçados pelas novas ondas do vírus. Maior respeito por quem trabalha no serviço público ou pelos profissionais de saúde, heróis indiscutíveis no combate à pandemia. Poderemos, numa visão otimista, rumar para um mundo em que a ameaça comum do vírus acabe por gerar mais união em vez de divisão.
A principal razão para o otimismo é que, embora venha sendo comparada a guerras ou às crises financeiras do passado recente, a pandemia tem um impacto de outra natureza. Mexe diretamente com a saúde e a vida. “Comparado à opaca crise financeira, com seus ‘credit default swaps’ ou ‘collateralized debt obligations’, o coronavírus é relativamente fácil de entender”, afirmou o escritor americano Peter C. Baker.
“É uma dúzia de crises emaranhadas numa só, e todas se desenrolam imediatamente, de modo inescapável. Políticos ficam infectados. Celebridades ricas ficam infetadas.
Amigos e parentes ficam infetados. Podemos não estar exatamente ‘todos juntos nessa’ — como sempre, os pobres sofrem mais —, mas essa é uma sensação mais real do que jamais foi depois de 2008.” Talvez, disse Baker, possamos ver os nossos problemas como comuns, e a sociedade como mais do que “uma massa de indivíduos competindo uns contra os outros por riqueza e status”.
No entanto, algumas mudanças comportamentais e sociais já se fazem sentir e vieram para ficar tais como o teletrabalho, o ensino online, aumento exponencial dos consumidores que começaram a comprar quase tudo no comércio digital, sendo que as próprias empresas tem que reconfigurar os seus modelos de negócios para acompanhar esta tendência do novo consumismo. Experiências culturais imersivas como resposta ao isolamento social, os artistas e produtores culturais passaram a apostar em shows e espetáculos online, assim como os tours virtuais a museus ganharam mais destaque.
Com o isolamento social, as lives explodiram, principalmente no Instagram.
Novas crenças e valores emergem e o conceito de menos é mais, é a nova tendência social e comportamental.
Uma nova Ordem económica, social e psicológica irá surgir, esperemos que para melhor.