Grande Entrevista Carlos Monjardino
Presidente da Fundação Oriente
Carlos Monjardino nasceu em Lisboa, em dezembro de 1942, numa família de oposição ao Estado Novo. Estudou em Londres, na London School of Foreign Trade, na University of London, e em Paris. Em meados da década de 80, mudou-se para Macau a convite do Dr. Mário Soares. Nesse território negociou a renovação do contrato do jogo com o magnata Stanley Ho, que acabou por disponibilizar um fundo que permitiu criar a Fundação Oriente e respetivo museu. É, desde 1988, presidente da Fundação Oriente e ocupa igualmente cargos de administração noutras fundações, nomeadamente, Fundação Monjardino, Fundação Mário Soares, Fundação Stanley Ho em Portugal e Fondation Universités de Paris – Résidence André de Gouveia (FUPRAG), em França. Nesta edição, a Descendências Magazine leva-o numa viagem pelo “Oriente” de Carlos Monjardino.
Deixando os ofícios e posições de lado, quem é Carlos Augusto Pulido Valente Monjardino?
Sou descendente de uma família burguesa-aristocrata, que se distingue por ter referências muito grandes, nomeadamente, os meus avós, pessoas que se destacaram e que foram os dois professores de Medicina.
Acredito que fui favorecido por ter nascido num meio que já ultrapassava a “mediania” da burguesia comum. Tive uma vida particularmente facilitada e tenho consciência de que, com a sorte que eu tive e com as facilidades que fui tendo ao longo da vida, outras pessoas com as mesmas facilidades teriam feito mais do que eu. Tenho essa consciência, ou pelo menos essa ideia. Em termos profissionais, a vida também me correu sempre muito bem.
Apesar de ser filho e neto de médicos ilustres, nunca pensou enveredar pela Medicina. Ao contrário do que se poderia imaginar, o seu sonho era ser Arquiteto Naval, mas a vida “trocou-lhe as voltas”. Em que momento da sua vida acabou por abraçar a área de gestão e comércio internacional?
Sempre fui um bocadinho distraído e, na altura, era também um bocadinho desligado dos estudos. Quando saí daqui para ir para Inglaterra fazer o curso de Arquitetura Naval esqueci-me de uma coisa muito importante: de que haviam prazos para me inscrever no curso. Ou seja, quando lá cheguei já não me podia inscrever. Então, tive que “inventar” uma outra área qualquer para poder ficar em Inglaterra a estudar. Escolhi a London School of Foreign Trade, onde estudei Comércio Internacional durante um curto período. Depois, fui para a Universidade e abandonei, definitivamente, a ideia da Arquitetura Naval.
Na altura, o meu desejo de enveredar pela Arquitetura Naval, para além de gostar da área, prendeu-se pelo facto de ser um curso que não havia em Portugal e que me dava a possibilidade de ir para outro país e adiar a minha incorporação na tropa. Ao fim de cinco anos voltei a Portugal e acabou por surgir a oportunidade de trabalhar na banca.
Fui trabalhar para um banco, casei, e passados sete anos fui para França também trabalhar num banco de que gostei muito. Aqui, aproveito para dizer que aprendi e identifiquei-me muito com os meus clientes, que eram todos emigrantes portugueses. Tenho uma excelente memória dos tempos que passei em França em contacto com eles. Estive em França durante alguns anos, até me fartar e decidir voltar ao meu país. Acabei por não ficar muito tempo em Portugal, uma vez que, acabei por ir para Macau a convite do Dr. Mário Soares.
Da sua atividade profissional, destaca-se uma longa carreira bancária desde 1966, tendo ocupado vários cargos na administração de diversos bancos portugueses e europeus, nomeadamente em França e na Alemanha. O que de melhor guarda deste período?
Para além de todo o aspeto cultural, muito enriquecedor, a cozinha. Deliciei-me com a cozinha francesa.
Referiu que quando foi para França trabalhou num banco quase falido. Em Portugal, assistimos à queda do BPN, BPP e do BES. Da longa experiência que tem neste setor, considera que estes colapsos poderiam ter sido impedidos se, à altura, a fiscalização do BdP tivesse tido a capacidade de prever os problemas que enfrentavam?
A posteriori é fácil de constatar que, se a fiscalização do Banco de Portugal tivesse sido mais atenta e eficaz, certamente se teriam evitado os colapsos desses bancos. É evidente que havia sinais de alarme que não foram tomados em linha de conta. Mas precisamente porque se aprendeu com os erros, hoje em dia temos a certeza de que o controle do regulador é muito mais apertado e é mais difícil que estas situações ocorram. No que diz respeito ao BES, creio que poderiam ter sido adotadas outras soluções que não as que foram adotadas.
Em 2020, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que “a situação da banca pode merecer a confiança dos portugueses”. Em 2023, essa confiança ainda se deve manter?
Perfilho da opinião do Senhor Presidente, porque o Banco de Portugal atualmente exerce com muito rigor a sua missão de manutenção da estabilidade do sistema financeiro e está muito exigente com a banca relativamente à necessidade de manutenção dos ratios prudenciais.
Há certamente menos riscos, o que é muito importante para a economia nacional e para a segurança das poupanças das famílias portuguesas.
Dois grupos de capitais chineses e um de capital americano estão na disputa pelo Banco Português de Gestão (BPG), o banco da Fundação Oriente, que já há algum tempo a fundação tenta vender. O que nos pode adiantar sobre este processo?
Não lhe posso adiantar muito mais a não ser que o processo está em curso. Estamos na fase de selecionar o candidato que – entre os interessados – irá assinar o acordo de compra (SPA).
Afirma ser um “prático” e que “a teoria sem a prática não vale nada”. Foi este praticismo essencial na forma como levou a sua vida até aqui, sobretudo, a profissional?
Certamente. Sei que, às vezes, sou um bocado criticado por ser assim tão prático e percebo porquê. Apesar de dar importância à teoria, como também temos de dar, acredito que a teoria sem prática não vale de nada. Eu sou, basicamente, prática.
Na política, desempenhou funções de Secretário-Adjunto para a Economia, Finanças e Turismo, e de Governador Substituto do Governo de Macau (1986-1987) e foi Presidente da Assembleia Municipal de Cascais (1994-1997). Foi durante esta sua passagem pela política que, em meados de 1980, se mudou para Macau para evitar recusar, novamente, um convite de Mário Soares. Depois de duas recusas, ao então Presidente da República, o que o levou finalmente a aceitar este desafio?
Desde logo, a grande amizade que tinha com o Dr. Mário Soares e que já vinha do tempo do meu pai.
Como disse, quando regressei a Portugal, o Dr. Mário Soares convidou-me, pela terceira vez. Embora, das outras duas vezes o convite tenha sido para ser Secretário de Estado da Cooperação, convite que, por razões várias, recusei. À terceira vez que ele me convidou para ir para Macau, decidi aceitar. Na altura, lembro-me que parecia uma loucura, mas achei que era interessante “meter o pé” na política e fui para lá. Hoje, olhando para trás, não estou nada arrependido. Embora tenha sido um ano político muito duro e muito intenso.
Durante a década de 80 desempenhou funções de Governador Substituto do Governo de Macau. Olhando para trás como avalia esta sua passagem por Macau? Uma terra chinesa governada por Portugal durante mais de 400 anos só pode ter sido um grande desafio…
Foi sem dúvida um desafio. No entanto, olho para trás com alguma saudade e tendo a noção que foi um período muito importante da minha vida e que teve, naturalmente, consequências positivas e negativas.
Positivas, porque consegui realizar, ou pelo menos pôr em marcha, grandes obras que sei que foram determinantes para o futuro de Macau, como o aeroporto, pontes, ou até o porto. Consegui contribuir para que aquilo avançasse. Para além disso, com o dinheiro do Contrato de Jogo, consegui constituir o Fundo de Pensões dos Funcionários Públicos de Macau.
Mas também teve as suas consequências negativas como, por exemplo, o facto de me ter tornado muito mais desconfiado.
Foi neste território, sob administração portuguesa, que negociou a renovação do contrato do jogo com o magnata Stanley Ho, que havia conhecido vinte anos antes. Na altura, o jogo era a mais importante atividade do território e, na sequência dessa renegociação, Stanley Ho disponibilizou um fundo que permitiu criar a Fundação Oriente e o respetivo museu. Tal como no jogo, podemos afirmar que a Fundação Oriente foi uma espécie de “sorte grande” para Portugal?
Acredito que foi uma sorte grande para toda a gente. Na altura, não havia meios financeiros em Portugal para criar um projeto como a Fundação Oriente. Depois de uma conversa com o Dr. Mário Soares decidimos avançar com este projeto, que seria uma cooperação cultural entre Portugal e os países da Ásia, onde tivemos um importante papel em determinado momento da sua história. Assim foi, e fez-se a Fundação Oriente.
A Fundação Oriente tem por missão a prossecução de ações de caráter cultural, educativo, artístico , científico, social e filantrópico, que visem a valorização e a continuidade das relações históricas e culturais entre Portugal e o Oriente. Como vão hoje essas relações, entre Portugal e o Oriente?
Bem, muito bem. Muito graças à ajuda por parte desses países também. Com a China temos uma excelente relação de cooperação cultural. Eles enviam artistas chineses cá e nós fazemos o mesmo lá. Há uma grande intercâmbio entre os dois países e o mesmo acontece, por exemplo, com o Japão. Aliás, vamos fazer uma grande exposição com o Japão este ano. Tem sido intenso, mais poderia ser mais se tivéssemos mais dinheiro.
É caso para dizer que, Portugal ainda beneficia da simpatia que a China tem pelos primeiros europeus que lá desembarcaram, no século XVI?
Por estranho que pareça, sim. E digo isto porque esta simpatia é mais importante e mais vezes invocada pelos chineses do que pelos portugueses. Os chineses ainda se referem a nós como “os nossos velhos amigos”. Aliás, não só dizem como sentem isso. Os portugueses nunca dizem isso em relação aos chineses. Nós temos uma atitude mais passiva sobre essa relação.
Na área educativa, a Fundação Oriente prima pela defesa e divulgação da língua portuguesa no Oriente, nomeadamente em Macau, através do Instituto Português do Oriente (IPOR), assim como em Goa e em Díli. De que forma, a divulgação da língua portuguesa e da cultura lusófona no continente asiático tem sido fundamental para fortalecer o intercâmbio cultural e as relações entre Portugal e as instituições regionais asiáticas?
Tem sido importante, sobretudo, porque não fazemos apenas ações de cariz português. Desenvolvemos iniciativas com as duas vertentes: a vertente portuguesa e a vertente local. Em Goa, por exemplo, fazemos todos os anos o Festival de Música do Monte que conta com a presença de artistas portugueses, indianos e locais, que se movem entre as duas culturas. Tentamos fazer este intercâmbio cultural o mais possível.
“A preservação da língua e da cultura portuguesas, o apoio social e o fortalecimento de laços entre as populações na ‘diáspora’ estão na base da colaboração da Fundação Oriente prestada às comunidades macaenses e às atividades das Casas de Macau espalhadas pelo mundo”. Curiosamente, esse também é um dos principais objetivos da Associação Internacional dos Lusodescendentes, que conta já com delegações em França, Reino Unido e Brasil, onde tem procurado fomentar projetos nas áreas de cultura, educação, voluntariado e negócios, além de promover a troca de informações entre as associações das diferentes comunidades portuguesas que já existem nesses países. Na sua opinião, de que forma o trabalho desenvolvido por entidades e associações, como é exemplo a Associação Internacional dos Lusodescendentes, que tem contacto privilegiado com um público abrangente, nomeadamente com as comunidades portuguesas, se reveste de extrema importância?
Nós temos esta preocupação desde o início. Achamos que tínhamos de privilegiar o relacionamento com a comunidade macaense que, como todas as comunidades que são fruto de uma mistura de etnias, tinha uma grande probabilidade de sair a perder aquando da passagem para a China.
Eles estavam muito ligados a Portugal e partilhavam a cultura chinesa, mas também a portuguesa. Nós privilegiamos esta relação com os macaenses criando Casas de Macau em vários sítios, como o Brasil, Estados Unidos e Canadá. Para além disso, ainda ajudamos em termos sociais essas casas e as iniciativas que desenvolvem.
É a partir da Fundação Oriente que surge em 2008 o Museu do Oriente, um museu multicultural que preserva, em todas as suas vertentes, o património material e imaterial de vários países asiáticos. Este espaço apresenta as artes e as culturas que surgiram dos primeiros laços comerciais entre a Europa, em particular os navegadores portugueses, e a Ásia. Podemos assim afirmar que o Museu do Oriente é uma espécie de “ode” à estreita relação de Portugal com Ásia?
É certamente. Aliás, foi com esse objetivo que ele foi criado.
Não fazia sentido que um país como Portugal não tivesse um museu dedicado ao Oriente. A decisão da criação do museu demorou um bocado, porque foi um investimento muito, muito grande. Tivemos que fazer poupanças para depois dirigir esse dinheiro para a criação do museu e não estou nada arrependido disso. Acredito que fizemos um excelente trabalho e prova disso é que, hoje, a Fundação Oriente é sobretudo conhecida pelo seu museu, pelas suas exposições, pelos cursos que aqui são ministrados e pelas atividades desenvolvidas.
Em exposição encontram-se coleções de arte portuguesa e asiática, que contam com 14.000 peças alusivas à presença portuguesa na Ásia. Qual a sua peça favorita e porquê?
Tenho várias peças favoritas. Da coleção Kwok On, temos um conjunto de máscaras de que gosto muito. Vieram de França a partir de uma associação francesa que nos doou esse espólio. Para além disso, tenho uma particular ligação com o biombo Namban, particularmente, bonito e raro.
Quase que podemos afirmar que está ligado a cada metro quadrado deste espaço, sendo que algumas das peças que compõem este museu foram compradas diretamente por si. Qual a aquisição que lhe deu mais gosto?
A peça que me deu mais “frisson” comprar foi um biombo num leilão em Nova Iorque, por telefone.
O Museu do Oriente além de exibir uma excelente coleção de peças da Índia, China e Japão tem características um pouco diferentes dos restantes. Hoje a palavra “museu” é já um pouco redutora para definir este espaço e as ações que desenvolve?
É verdade. Temos desenvolvido diversas atividades, sempre ligadas à presença portuguesa no Oriente que vão para além da componente museológica. É um centro cultural muito vivo. Todos os dias existem imensas ações, como conferências, cursos, workshops, espetáculos.
Voltando agora para a política. Assume ser do PS, embora não seja militante do partido. Como avalia este governo que, em apenas nove meses, já contabilizou 13 baixas, entre demissões e consequentes exonerações?
Contrariamente a muitas pessoas, acho que o Governo é bom. Acho que o António Costa é um excelente primeiro-ministro e acho que tem tido, se calhar, pouca sorte com alguns ministros e que devia ter um bocadinho de mais cuidado a escolher os ministros.
Entre todas as funções que desempenhou e projetos que criou ao longo da vida há, talvez, um que se destaca pela sua nobreza: a Fundação Monjardino. Criada em 1992, a Fundação Monjardino teve como principal motivação o acolhimento de crianças desprotegidas ou em risco. Fale-nos um pouco mais sobre este projeto e de que forma impactou a sua vida.
A Fundação Monjardino foi uma maneira de dar à comunidade um pouco daquilo que recebi. Foi isso que procurei fazer, focando-me nas crianças, uma comunidade que acho que deve ser, particularmente, protegida.
Estamos a falar de grupos de crianças, alguns deles irmãos, que estavam a precisar de ser acolhidos. O caminho normal seria que alguns deles fossem adotados, mas não todos acabando por perder os poucos laços familiares que tinham. Ao acolher um, acolhia o grupo de irmãos. Acolhi oito irmãos, tutelei-os até aos 18 anos e a partir daí cada um seguiu a sua vida, mas ainda continuam a manter comigo uma grande ligação.
Em 80 anos de vida, muitos projetos pessoais e profissionais foram pensados e desenvolvidos. De qual se orgulha mais?
Do meu percurso profissional há dois projetos de que me orgulho particularmente. Um foi a minha passagem pelo Governo de Macau. O outro foi a criação da Fundação Oriente. Fui para Macau em 1986, fazer parte do Governo do Professor Pinto Machado, como Secretário-Adjunto para a Economia, Finanças e Turismo. Foi nessa qualidade que participei na renegociação do Contrato de Jogo com a STDM – Sociedade de Turismo e Diversões de Macau que detinha a Concessão de Jogo no Território. O acordo final alcançado incluiu diversas contrapartidas importantes para Macau nomeadamente, além de uma verba a pagar como renda ao Território, importantes subsídios para os grandes investimentos públicos futuros. Uma dessas contrapartidas foi o Aeroporto de Macau, projeto que foi lançado quinze dias antes da minha partida de Macau.
Acabou, também, por ser incluída uma Cláusula no Contrato, por sugestão do Dr. Stanley Ho e já depois de se ter chegado a acordo em relação às contrapartidas para o Território, em que a concessionária se comprometia a patrocinar a constituição de uma Fundação com fins de ordem científica, filantrópica, cultural e académica, que pudesse garantir a continuidade da presença histórica e cultural de Portugal em Macau, na China e no Oriente em geral. Depois, em inícios de 1988, eu já tinha regressado a Portugal e à minha vida profissional na Banca, mas o Presidente Mário Soares deu-me instruções para avançar e dar os passos necessários para dar corpo à fundação. Foi assim que surgiu a Fundação Oriente, de que sou Presidente do Conselho de Administração desde 18 de Março de 1988 e de cujo percurso muito me orgulho.
Considera que ficou alguma coisa por realizar? Algo que, olhando para trás, se arrepende de não ter feito, ou pelo menos ainda não ter feito?
Vivemos tempos conturbados e cada vez mais se verifica o falhanço do Estado-providência, que obviamente não consegue colmatar todas as lacunas e corresponder a todas as solicitações de uma sociedade em crise, duramente afetada pela pandemia e pela Guerra na Ucrânia.
Há sempre muitas coisas que gostaríamos de ter feito e que não pudemos ou não conseguimos realizar. Pessoalmente gostaria de ter contribuído mais para que Portugal fosse um país mais solidário e com um desenvolvimento social mais equilibrado.
Reconheceu que Stanley Ho foi determinante na sua vida. Que outras pessoas também o marcaram ao longo destes últimos 80 anos?
A minha mulher. A minha mulher foi absolutamente decisiva na minha vida. Sei que o pouco de bom que fiz só foi possível por ela estar ao meu lado.
O meu pai. A minha maior e primeira referência. Um ser humano extraordinário que, além de meu pai, era um grande amigo meu.
O meu irmão. Uma grande referência para mim, sobretudo, por ser muito diferente de mim e melhor em muitas coisas. Tínhamos uma relação estreitíssima e acredito que há poucos casos assim.