Jomafe

Empresa associada do mês

Como surgiu a Jomafe? Qual foi a motivação por trás da criação da empresa?

A Empresa foi fundada em 1976 pelo meu pai, José Maria Ferreira, aliás, são as iniciais do seu nome que dão origem à marca “Jomafe”, surgindo da vontade de criar o seu próprio negócio, curiosamente, numa área completamente diferente da experiência que tinha até então. Anteriormente, trabalhava como comercial numa empresa de produtos alimentares, representando as principais marcas de mercearias finas e vinhos do porto. Contudo, a sua consciência ética o impediu, neste novo projeto, de atuar na mesma área da empresa anterior, uma vez que não achava correto fazer concorrência ao seu anterior patrão.
A nossa cidade, Guimarães, era e continua a ser, o principal centro produtivo de cutelarias de mesa. As principais empresas de “cookware” e acessórios de cozinha estavam também elas sediadas na região norte do país.
Com as sinergias produtivas da região, uma carrinha Bedford, a visão e determinação de um homem deu origem à criação da empresa. Para iniciar a atividade, começou por vender estes produtos em regiões do interior do país e cidades perto da fronteira de Espanha. Na verdade, alguns dos clientes da época continuam ainda hoje a trabalhar com a Jomafe. A estética e qualidade dos produtos e materiais, foram desde sempre uma preocupação, sendo este ADN, que se mantém, que permitiu um crescimento sustentável da marca nos diversos mercados onde atua.
Desde há vários anos e como o administrador executivo, eu carrego esse legado sem me esquecer dos valores que estão subjacentes à história e criação da Jomafe.

Atualmente, quais são os principais serviços/produtos disponibilizados pela Jomafe e a quem se destinam?

Hoje, temos um cardex com mais de 3000 itens ativos, concentrados em 4 principais categorias: Cutelarias, loiças metálicas de forno de fogão, cerâmicas e acessórios de cozinha. Todos eles são distribuídos pelas principais empresas do segmento casa e decoração em diferentes países.

Quais são as características distintivas da sua marca em comparação com outras empresas do mesmo ramo?

Há várias empresas do setor, também elas, a fazer um excelente trabalho. Pode dizer-se distintas na medida em que cada uma tem a sua estratégia e o seu modus operandi.
Nós temos os nossos próprios ADN, com a Missão, Visão e Valores sempre presentes . Uma atitude de compromissos é, também, imprescindível para o nosso sucesso.
Compromisso com as pessoas, com a qualidade, com o ambiente e, acima de tudo, com os clientes. Costumamos dizer que não procuramos clientes para o nosso produto, mas sim produtos para os nossos clientes. Promovemos uma proximidade com os clientes de modo a não sermos apenas um mero fornecedor de artigos, mas um parceiro que colabora no desenvolvimento de soluções integradas. Por outras palavras, trabalhamos para cada cliente um alinhamento de marketing mix assente nos 4 Ps. Todo o trabalho de comunicação, promoção e estratégia de preços é trabalhada com nossos clientes muito antes de receberem as encomendas. Este serviço integrado já era importante para a promoção de venda off-line, hoje, com e-commerce, diria que é imprescindível.

Como é que o José Manuel Ferreira identifica e seleciona os fornecedores ou fabricantes dos produtos oferecidos pela Jomafe?

Os fornecedores são parceiros da empresa que merecem toda a nossa atenção. Embora o processo seleção de fornecedores seja dinâmico, tendo em conta a própria evolução do mercado e o surgimento de novos materiais, prezamos pela previsibilidade e qualidade dos serviços e das matérias. Ainda temos fornecedores desde o início da nossa fundação. Tal como com os clientes, temos de estar alinhados com o propósito que nos une, o que significa disponibilizar ao consumidor a melhor opção para o posicionamento que atuamos.
É um trabalho conjunto entre todos os intervenientes da cadeia, na qual, obviamente, os fornecedores são um elemento importante.

Quais foram os principais desafios que enfrentou e como os superou?

Os desafios foram vários ao longo do nosso percurso, continuam e continuarão a surgir. Aliás, são esses desafios e sua superação, assim como os erros que cometemos, que nos fazem evoluir. Costumo dizer que erramos há quase 50 anos e é exatamente por isso que há quase cinco décadas que aprendemos com eles.
Relativamente à questão, diria que o principal desafio foi e continua a ser afirmar e fazer crescer uma marca de uma PME portuguesa no contexto global. É muito mais difícil para uma empresa portuguesa empreender num mercado global do que uma empresa com o mercado doméstico de grande dimensão. É de notar que, salvo raras exceções, todas as grandes empresas do setor surgem em países onde o mercado doméstico tem uma dimensão expressiva, o que acaba por lhes permitir adquirir a “musculatura” suficiente para empreender fora de portas. No nosso caso, e na generalidade das empresas portuguesas, temos de ser muito mais criativos para atingir os mesmos objetivos.

Trabalha com clientes fora de Portugal? Os produtos Jomafe estão presentes em que países?

Atualmente vendemos para mais de 25 países. Nalguns com vendas esporádicas, noutros de forma mais regular.

Quais os principais planos de expansão ou novos produtos que a empresa tem para o futuro?

Pretendemos crescer de forma orgânica, abordar novos mercados e consolidar onde já estamos presentes. Temos empresas juridicamente constituídas em diferentes países: Portugal, Brasil e Reino Unido. Estamos neste momento a estudar a constituição da Jomafe USA.
Esta diversificação geográfica ocorre por diferentes razões, mas a proximidade local tem-se revelado uma importante valia na nossa operação. Além de procurar crescer onde já estamos, o novo projeto, Jomafe USA, será seguramente um importante desafio.

Como sente a portugalidade? É um tema presente na sua empresa?

É curioso que esta pergunta, há uns anos, certamente teria uma resposta diferente. Embora a portugalidade estivesse presente nas empresas, era afirmado de forma mais tímida. Hoje, afirma-se esta portugalidade com orgulho. Nos últimos anos, diversos setores da atividade empresarial, associativa e governamental tem feito um excelente trabalho na promoção de Portugal. Destaco o papel do turismo e de diversos setores empresariais que muito tem contribuído para uma notoriedade positiva do país.
De facto, temos vindo a sentir uma recetividade muito grande por parte dos consumidores estrageiros por marcas e artigos portugueses. Muitos dos nossos clientes fazem questão que se coloque nos nossos produtos o “Made In” ou “Designed In” Portugal.
Hoje, Portugal é considerado um pais “sexy”, e esta uma onda que faz todo o sentido surfar.

A internacionalização é importante para o futuro da Jomafe?

Neste momento, diria que é crucial. As oportunidades de mercado que surgem com a internacionalização criam um círculo virtuoso que melhora a performance das empresas. Diria que a internacionalização é estratégica para a empresa e, por essa razão temos feito um esforço nesse sentido. Permite crescer, mitigar o risco, eficiência além do mercado doméstico e economias de escala. Atualmente, o mercado externo está a contribuir para melhorar a “musculatura” económica e uma melhor perceção de marca Jomafe.

A AILD está a criar uma rede internacional de pessoas que se vão poder interligar e colaborar entre si. Como vê este projeto e quais as vossas expectativas?

Parece-me um excelente projeto.
Tive oportunidade de estar presente no lançamento da AILD, em São Paulo, no brasil. Na altura, referi, e reafirmo, que a associação tem um potencial incrível.
O fato de ser uma associação internacional, presente em vários países, acaba por adquirir essa grande vantagem, promover a interação entre pessoas de diferentes geografias. Não tenho dúvidas que a AILD será muito bem sucedida neste propósito.

Que palavras deixaria sobre a AILD aos empresários que irão ler esta entrevista relativamente a esta plataforma global?

Vivemos num mundo cada vez mais globalizado. Quanto maior for a nossa rede, maiores serão as possibilidades de interação com pessoas que partilham os mesmos interesses. Se a AILD, muito meritoriamente, se propõe a criar uma plataforma à escala global, o que teremos a perder? Na minha opinião, todos teremos a ganhar. Parabéns pela iniciativa.

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