Manter os laços entre as comunidades portuguesas e o país de origem

A preservação cultural e da identidade portuguesa no exterior passa por várias estratégias.
O ensino da língua portuguesa constitui o pilar fundamental, devendo ser promovido através de escolas portuguesas, programas de fim de semana e parcerias com instituições educativas locais. A celebração de festividades tradicionais como o São João, os Santos Populares ou o Natal português ajuda a manter vivas as tradições, enquanto a promoção da gastronomia portuguesa através de restaurantes, festivais gastronómicos e cursos de culinária tradicional fortalece os laços afetivos com a terra de origem. A criação de centros culturais e Casas de Portugal nas principais cidades com comunidades significativas oferece espaços de encontro e preservação cultural, que devemos acarinhar. Estes espaços podem organizar exposições, conferências, espetáculos de fado e folclore, mantendo a cultura portuguesa visível e acessível às novas gerações.
Por outro lado, a era digital oferece oportunidades únicas para manter os emigrantes conectados. Plataformas digitais específicas para a diáspora portuguesa podem disponibilizar conteúdos sobre Portugal, notícias, eventos culturais e oportunidades de negócio. Programas de televisão e rádio direcionados para as comunidades no exterior, transmitidos online, ajudam a manter a ligação emocional ao país.

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Neste âmbito, as redes sociais desempenham um papel crucial na criação de comunidades virtuais onde os emigrantes podem partilhar experiências, manter contactos e organizar eventos. A criação de grupos específicos por região de destino facilita a troca de informações práticas e o apoio mútuo.
Da mesma forma, o exercício dos direitos cívicos é fundamental para manter o vínculo institucional com Portugal.
A simplificação dos processos de voto no estrangeiro, através do voto eletrónico ou postal, pode aumentar a participação eleitoral. A criação de círculos eleitorais da emigração com representação parlamentar adequada garante que as vozes das comunidades são ouvidas.
Programas de educação cívica ajudam os emigrantes a compreender melhor o sistema político português e a importância da sua participação. Consultas regulares às comunidades sobre questões que as afetam demonstram que as suas opiniões são valorizadas. As comunidades emigrantes constituem uma rede de promoção económica e cultural inestimável. Funcionam como pontes para novos mercados, facilitando as exportações portuguesas e atraindo investimento estrangeiro para Portugal. A transferência de conhecimentos, tecnologias e práticas empresariais adquiridas no exterior enriquece a economia nacional.


Culturalmente, a diáspora portuguesa projeta a imagem do país além-fronteiras, promovendo o turismo, a língua portuguesa e os produtos nacionais. Esta projeção cultural tem valor económico mensurável através do aumento das exportações de produtos portugueses e do crescimento do turismo.
As oportunidades de investimento e negócio em Portugal oferecem alternativas de diversificação económica e possibilidades de regresso. O acesso a serviços educativos e culturais portugueses no exterior beneficia as famílias emigrantes.
O sucesso destas estratégias requer coordenação entre diferentes ministérios e organismos públicos, desde os Negócios Estrangeiros à Educação, passando pela Economia e Cultura.
O envolvimento das próprias comunidades emigrantes no desenho e implementação destas políticas é crucial. Conselhos consultivos das comunidades, com representação regional, podem assegurar que as estratégias respondem às necessidades reais. Esta abordagem integrada reconhece que a relação entre Portugal e as suas comunidades emigrantes é mutuamente benéfica, criando um círculo virtuoso de apoio, reconhecimento e contribuição mútua que fortalece tanto o país como a diáspora portuguesa espalhada pelo mundo.


Fundação AEP

Rede Global da Diáspora

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