Oslo

A Cidade Glaciar

Rumo à gélida Península Escandinava, proponho uma visita à cidade mais importante do Reino Norueguês, claro está falo da “Cidade Glaciar” Oslo.
A Noruega, ocupa a parte Ocidental da Península preconizando fronteira a leste com a Suécia, a norte com a Finlândia e a Rússia.
Os etimologistas creem que o termo Noruega advém da antiga língua Nórdica, significando caminho para o Norte. Conhecida como terra de exploradores, terá sido ponto de partida para diversas missões aos polos ártico e antártico. O principal impulso para este tipo de expedição, foi o possibilitar uma cartografia precisa do território Norueguês, assim como comprovar a possibilidade de circum-navegar o polo Norte.
A história da Noruega, é repleta de exploradores destemidos, aventureiros e corajosos que perante a adversidade do clima, foram inúmeras as excursões periclitantes, resultando em tragédia.

A cidade Oslo, remonta ao Séc. XI, nomeadamente ao tempo dos vikings, que durante a sua expansão terão usado a capital como porto de fabrico e reparação de barcos. Recordo que Oslo beneficia de uma floresta ímpar, permitindo à Noruega ser um dos maiores exportadores de madeira para o mundo. Esta capital assenta num fiorde antigo, que de uma forma sucinta consiste num desprendimento glaciar através da erosão que resulta numa baía interna com ligação ao mar, nomeadamente o célebre Mar do Norte.
O rei Norueguês Haakon V. inicia a construção do Castelo de Akershus em Oslo. A construção deste monumento configura uma peça importante na supremacia marítima sobre cidades pares, como Bergen e Trondheim, e que viria a resultar na proclamação da cidade de Oslo como capital do reino. A história da Noruega fica igualmente marcada com a ocupação do regime nazista em 1940. Durante um período de 5 anos, Hitler preconizou um controlo das exportações, nomeadamente madeira, peixe entre outros produtos noruegueses. Escusado será imiscuir uma retração económica do reino durante o período de ocupação. A Noruega viria a recuperar economicamente nos anos subsequentes à libertação, culminando com a organização dos Jogos Olímpicos de Inverno em 1952.
A cidade de Oslo, representa o centro cultural, científico e governamental da Noruega, tendo como principais atividades económicas o comércio, serviços financeiros, indústria extrativa e naval. Apesar do clima agressivo, estamos perante uma nação rica e repleta de recursos, sobretudo em petróleo e alumínio, onde a Noruega ocupa respetivamente o 14º e 7ª lugar de maiores produtores mundiais.
A nossa viagem inicia-se através do aeroporto-Gardermoena, a primeira imagem não faz jus às expectativas. O aeroporto principal, localizado 50km a norte da cidade, vê-se envolvido numa floresta densa e cujo esplendor adensa com a queda de neve, tornando a paisagem mais aprazível. O primeiro encontro com a realidade faz-se através dos transportes públicos que efetuam ligação ao centro da cidade, o mais desprevenido turista poderá sofrer “ataque-cardíaco” uma vez que os preços são efetivamente exorbitantes atendendo à realidade económica da maioria dos países europeus.

Forte de Akershus
Iniciamos a visita à imponente fortaleza de Akershus, localizada estrategicamente junto ao mar e de construção medieval, terá desempenhado o papel de principal defesa portuária de Oslo. Cenário idílico e de construção antagónica, este monumento contrasta com arquitectura da restante cidade.
Por forma a visitar ao castelo terá de despender no mínimo 2 horas, visto o extenso complexo de muralhas e jardins circundante. O foco principal deste ex-libris da cidade é sem dúvida o castelo, onde sobressaem as salas enormes devidamente ornamentadas. O forte de Akershus terá sido lugar de inúmeras atrocidades, no tempo de ocupação Nazi e terá inclusive funcionado como prisão.

Porto de Aker-Brygge
Nas imediações do forte de Akershus podemos contemplar o principal porto comercial de Oslo. Deste local é possível o visitante seguir rumo para outros países, nomeadamente Alemanha-Kiel-Hamburgo, Dinamarca, Suécia-Gotemburgo, todavia o principal interesse deste ponto portuário é servir como partida para as diversas excursões pelos fiordes.
A visita pelos fiordes por norma tem uma duração 2-4 horas, nela podemos contemplar a perfeita simbiose do ser humano e a natureza. O visitante terá oportunidade de desembarcar em algumas das ilhas, algumas impressionam pela simplicidade outras pelas incríveis quedas de água, acima de tudo é latente a capacidade de sobrevivência de alguns locais que tentam contrariar a mãe natureza e vivendo do que ela dá.

Parque Vigeland
Um dos locais mais visitados de Oslo é sem sombra de dúvida o Parque Vigeland, utilizado pelos locais e turistas, é igualmente conhecido por albergar uma coleção impressionante de esculturas do famoso arquiteto Gustav Vigeland. Gustav Vigeland procurou nas suas mais de 200 esculturas expostas ao longo do parque, demonstrar diversos estados de ânimo do ser humano. Recomendo um passeio pela propriedade, todavia vá com tempo, já que falamos de uma área de 32 hectares com um museu no interior. Estamos perante o verdadeiro tesouro de Oslo um museu de escultura ao ar-livre, disfrute da Natureza e respire Oslo.

Museu Munch
Um dos pontos altos da visita a Oslo é sem dúvida poder contemplar a coleção do famoso pintor Edvard Munch. Decorria o ano de 1964, quando a cidade decidiu construir o museu para albergar a coleção doada em testamento pelo pintor. Este espaço inicial, viria a revelar-se insuficiente, tendo o governo construído um novo museu junto à Opera da cidade. Inaugurado no ano de 2020, o museu está organizado por pisos, nos quais a arte e objetos pessoais do quotidiano do pintor são exibidos.
O destaque principal deste museu vai para a obra prima de Edvard Munch, “O Grito”. Na sala mais importante da coleção são exibidas as três versões desta obra em diferentes tonalidades. Uma particularidade neste museu é a exposição rotativa da principal obra do pintor Norueguês, desta forma o visitante terá de permanecer no museu um mínimo de 3 horas por forma a ver todas as versões do quadro.
Recordo ainda que este museu foi notícia dos órgãos de comunicação social de todo o mundo, quando em 2004 foi alvo de um assalto que resultou na perda de uma das versões do quadro o “O Grito”, todavia em 2006 a obra viria a ser recuperadas pela polícia.
Aconselho vivamente a visita a este museu, sendo sem sombra de dúvida um local aprazível no qual o visitante poderá conjugar arte e uma boa bebida quente, fazendo frente ao frio norueguês.

Museu Fram
Localizado na península Bygdøy, na periferia da cidade, o Museu Fram retrata as históricas aventuras da navegação norueguesa. A embarcação Fram construída em 1892 foi usada em três importantes expedições polares, considerada na altura o navio mais robusto, foi a bordo deste que os noruegueses se terão aproximado mais dos polos norte e sul.
No decurso da visita ao museu, é possível o visitante subir a bordo do Fram e percecionar as condições de vida a bordo numa expedição polar. Destaco ainda a interatividade da exposição, que nos faz transportar no tempo e vivenciando inclusive a sensação do frio polar a bordo.


Museu dos Barcos Vikings
A história da fundação da cidade de Oslo encontra-se diretamente relacionada com a presença Viking. A cidade de Oslo e nomeadamente o museu Viking apresenta a coleção mais bem conservada de barcos viking de todo mundo.
Em exposição o visitante poderá observar três grandes embarcações Oseberg; Gokstad e Tune. Destaque da exposição vai para a embarcação Oseberg, visto que apresenta melhor estado de conservação e nela ainda é possível observar traços decorativos.

Museu Kon-Tiki
Nas imediações do Museu Fram, podemos visitar o Museu Kon-Tiki, que narra as aventuras e histórias de Thor Heyerdahl na travessia do Pacífico a bordo de uma embarcação de madeira. Neste museu são retratados não só a narrativa que envolveu a viagem, assim como os objetos nela usados e que terão permitido ao navegador norueguês sobreviver 101 dias no mar.


Holmenkollen
Uma visita a Oslo tem obrigatoriamente de passar por esta localidade, falamos claro está de Holmenkollen. Afastado do centro e a uma altitude considerável, encontra-se a famosa pista de saltos de esqui de Holmenkollen.
A melhor forma de chegar a este local é sem dúvida o comboio, que parte do centro da cidade, a viagem dura cerca de 20 a 30 minutos. O esforço compensa, e o caminho entre a estação de Holmenkollen e a rampa de esqui é sempre a subir, mas animem-se a rampa está dotada de um elevador se é que isso serve de consolo. Esta é a instalação desportiva mais visitada do mundo, e local de diversas provas de elite entre as quais os Jogos Olímpicos de Inverno.
A visita tem início no Museu do Esqui que se encontra localizado na base da pista, e nele o visitante poderá ver a evolução da prática desportiva, assim como equipamentos usados em expedições polares. O acesso ao topo da pista de saltos é efetuado a partir do interior: o visitante perceciona a visão dos saltadores sobre a pista que se precipita, assim como contempla a vista deslumbrante sobre a cidade de Oslo. O ideal será uma visita com neve, sem sombra de dúvida que terá outro encanto.

Ópera de Oslo
Junto à baía principal e com uma paisagem incontornável, o destaque vai para a Ópera de Oslo. De construção contemporânea, destaca-se como o maior centro de arte e espetáculos da cidade. Recomendo a visita à Opera, o seu exterior apelativo rivaliza com o interior devidamente bem conseguido.
Nas imediações deste edifício o viajante encontrará crianças a brincar com a neve, incluindo as famosas descidas de Toboggan aproveitando a inclinação. O local é agradável e a vista sobre o fiorde recomenda a uma pausa.
Oslo é sem sombra de dúvida uma cidade organizada, com um nível de vida altíssimo. A visita vale a pena essencialmente pelas paisagens avassaladoras.

Visite Oslo a cidade Glaciar!

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