Viagem

Um piloto deparou-se com uma ideia única e inexplorada pelas companhias de aviação que conhecia, que poderia dar origem a uma oportunidade de negócio fantástica e adequada a uma pequena companhia.
Este piloto demitiu-se, reuniu o capital social necessário e tornou-se num empreendedor com uma ideia brilhante, criando a sua pequena companhia de aviação, com apenas um avião. Os anos de experiência neste setor tinham-lhe dado a oportunidade para conhecer muitos bons profissionais nesta área e começou a convidá-los para esta aventura. Deste modo, reuniu uma equipa profissional nutrindo por cada membro da equipa, um forte elo de confiança.
A empresa estava prestes a iniciar a sua primeira viagem, tinha um avião, uma tripulação e uma equipa no solo.
Escolheu para diretor financeiro um grande amigo, piloto como ele com larga experiência, para comandante do avião, um mecânico da área de manutenção de uma grande companhia e os copilotos eram dois comissários de bordo da sua confiança.
A cabine de bordo era constituída também, por elementos da sua confiança e muito competentes, vindos de um departamento comercial de uma companhia de sucesso, e que tinham larga experiência no contacto com o público.
Estavam prontos para descolar, para iniciar uma bela aventura…
Felizmente, que a atividade de aviação é extremamente regulamentada, e só seria possível descolar nestas condições, no entanto, se o negócio fosse outro e o comportamento do empreendedor fosse o mesmo, provavelmente esta empresa acabaria por não ter sucesso.
Nada levaria a crer neste fim, pois o empreendedor tinha uma ideia brilhante, uma equipa muito competente e de confiança, experiência neste ramo de atividade e o mercado para este tipo de negócio era promissor.

Pareciam reunidas todas as condições para um empreendimento de sucesso. Infelizmente, muitas empresas falham porque as pessoas são colocadas em funções inadequadas, ou seja, embora muito competentes noutras áreas não o são para desempenhar a função para a qual foram convidadas.
Uma das principais falhas na criação de uma empresa é o critério inadequado para a seleção das pessoas, que acaba por ser o elemento mais complexo de uma empresa, pois os meios materiais são os que menos surpresas dão ao empreendedor na sua nova aventura.
A decisão do empreendedor na escolha dos elementos da sua equipa, fica muitas vezes comprometida pela relação de amizade e confiança que existem entre eles. Estas variáveis não são más em si, mas é necessário antes de tudo, verificar se a pessoa reúne as competências necessárias para o desempenho da sua função.
A falta de experiência do empreendedor em ser gestor de um negócio, pode ditar a ruína do negócio, pois ser gestor requer também, competências muito específicas que nem todos os empreendedores possuem, e por outro lado nem todos os gestores são empreendedores.
Outro aspeto a ter em conta ao longo da vida de uma empresa, é se esta consegue reter os membros da sua equipa mais competentes e de mais mérito, e se a gestão consegue que as pessoas com mérito estejam nas funções, que mais vantagens proporcionam à empresa.
Basta a decisão errada de ter as pessoas nas funções erradas, para que o primeiro voo que parecia tão promissor para o empreendedor acabe em tragédia para todos.
Também neste tema, o empresário não deve hesitar em recorrer a um contabilista certificado pedindo conselhos e orientações.

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