Remigio Pereira
Cantor, compositor e produtor
Vencedor do Juno Award dividiu o palco com Celine Dion, Michael Bublé, Andrea Bocelli, David Foster, Sting e já se apresentou para os presidentes Obama, Clinton, Bush, A Rainha da Inglaterra, O Dalai Lama, e foi apresentado no Oprah Winfrey Show. Remigio lidera uma carreira ativa com 9 discos, alcançando o status de venda de discos Multi-Platinum.
A canção portuguesa “Nada Mais” foi escrita no estilo da música favorita do seu falecido pai, o Fado. A homenagem a seu falecido pai pode ser encontrada no DVD ao vivo “Under One Sky ”, filmado no Caesars Palace.
O público conhece Remigio pelas suas apaixonantes apresentações ao vivo e o seu aguçado senso de humor no palco. Ele emprestou a sua voz para muitas causas, como Bulembu.org, ajudando missionários cristãos a cuidar de 400 órfãos na Suazilândia. Remigio apoia o bom trabalho de organizações como a Hobbitstee Wildlife Animal Rescue.
Quando e como iniciou a sua atividade artística?
Cresci a ouvir música. O meu pai amava a Amália e fazia muitas serenatas para a minha mãe. Eu estava inclinado a seguir uma carreira no hóquei, mas tive uma lesão aos 15 anos e enquanto estava a recuperar, comecei a tocar guitarra elétrica. Estive ligado a bandas de rock do colégio tocando canções dos Van Halen, e aos 21 anos comecei a estudar guitarra clássica com Patrick Roux. Foi durante a faculdade que uma professora de coro me abordou para ter aulas de canto e dediquei os meus estudos à ópera em particular à Maria Pellegrini.
Quais foram as principais influências que marcaram a sua forma de cantar?
A principal influência foi o meu pai. A sua forma de cantar era inata e soberba. Depois ouvi cantores como Franco Corelli, Beniamino Gigli e Mario Lanza, aprendi a falar italiano e nasceu o meu amor pela música clássica.
Cantou para a Rainha Isabel II , para o Dalai Lama, entre muitas outras figuras, o que representaram os 10 anos dos The Tenors para a sua carreira?
Um misto de sentimentos. Serviu como um grande despertar para mim, uma experiência de aprendizagem, mas também de descoberta sobre muitas verdades de uma indústria em que os artistas são continuamente explorados. Os nossos sentimentos e valores não são muito relevantes na indústria da música.
Numa entrevista sua à Citynews Toronto explica o episódio do ‘all lives matter’, mas queríamos pedir-lhe um pequeno resumo do que se passou, porque o fez, e o que sentiu pelo facto dos elementos do grupo o terem deixado sem nenhuma palavra e apoio.
Durante o hino nacional, em frente a 32 milhões de pessoas no MLB All Star Game, comecei a cantar substituindo a letra original, que incita à guerra, por palavras de união e paz, dizendo que “somos todos irmãos e irmãs, e que todas as vidas são importantes para Deus”. Foi bem recebido pelo público no estádio, mas a imprensa acabou por deturpar a mensagem de paz que queria passar para incitar à raiva e ao ódio. Fui rotulado de racista, expulso da indústria da música e recebi ameaças de morte. Porque é que isso aconteceu? Foi o culminar de 10 anos de abuso psicológico de alguns dos membros da banda e do nosso manager da altura. Tínhamos constantemente discussões entre o grupo e talvez esta tenha sido uma forma de me demarcar deles e de iniciar um novo projeto de vida, embora na altura como referi tenha sido bem recebido pelos espectadores. Quanto ao silêncio do resto da banda foi o alinhamento que optaram para não serem prejudicados na imprensa e na indústria da música.
Voltaram a falar depois do incidente?
Ainda não tive notícias do Clifton e do Fraser. Enviei um cartão a felicitar o Fraser quando nasceu o seu filho em 2016, mas nunca tive resposta. Vi e falei com o Vic durante a mediação por causa dos meus contratos. Nós os dois choramos e abraçamo-nos quando nos vimos, mas era óbvio que iríamos seguir percursos e vidas diferentes, e que uma reconciliação não estava em cima da mesa.
Por muitos fãs o Remigio era considerado a melhor voz do grupo e por isso uma carreira a solo seria inevitável. Como tem feito a divulgação do seu trabalho?
Como deixei de estar alinhado com a imprensa uma carreira a solo torna-se quase impossível. Estou a lutar contra tudo e contra todos, e graças ao apoio desses fãs e de quem me tem descoberto e apoiado nas redes sociais, tenho procurado divulgar os novos temas que vou lançando.
Além disso, criei um canal no YouTube que tem vindo a aumentar em número de visualizações e subscritores.
Considera importante as artes para o desenvolvimento dos países?
Acho que a música e toda a arte em geral desenvolvem a mente e o coração, são elas que nos curam, nos fazem pensar e questionar.
Existem apoios do Estado para os músicos? Que tipo de apoios?
Sim, no Canadá, existem bolsas e alguns programas de apoio promovidos pelo governo.
Já atuou em Portugal?
Os Tenors nunca se apresentaram em Portugal. Cantei um recital clássico a solo no Palácio Foz de Lisboa em 2005, antes de entrar para os Tenors, e depois em 2019 no Cordas World Music Festival na ilha do Pico.
Quais são os seus projetos para 2021?
Em 2021, estou planear lançar mais músicas sobre a verdade, Deus e a nossa existência. Viver da terra (estou a trabalhar na agricultura biológica, que aproveito para dizer que é uma das melhores formas de praticarmos a agricultura sobre uma perspetiva sustentável), manter-me saudável e rodear-me da minha família e dos meus entes mais queridos.
Uma mensagem para todos os artistas do mundo.
Fique com os pés no chão, saiba de onde você veio, seja humilde e faça isso pelos motivos certos. Dinheiro e fama no final não são o verdadeiro objetivo.
Sugerimos a todos os nossos leitores que se deliciem com a voz do Remigio Pereira e não se esqueçam de subscrever o seu canal e ativar o sininho para as estreias musicais que vão sendo lançadas.