Michel William
Michel William nasceu em Moçambique há 30 anos mas, desde 2015, escolheu Portugal para investir na música. A vida, as pessoas e o amor são as suas maiores inspirações num projeto que traz uma fusão de estilos como o Reggae, Funk, Ska, Blues e a Marrabenta. Descobriu o fascínio pela música ainda na infância, altura em que começou tocar piano, até que aos 16 anos se apaixonou pela guitarra. Influenciado por nomes como Tom Jobim, João Gilberto, George Benson, Bob Marley, Nat King Cole e Ray Charles, entre muitos outros, foi neles que encontrou a inspiração para compor, tocar e dar voz às músicas que tem criado nos últimos anos e, através das quais, procura levar harmonia, amor e tranquilidade a quem as ouve.
O que o levou à cerca de 6 anos querer ficar em Portugal a viver?
Portugal apaixonou-me no sentido multicultural e Lisboa foi o lugar onde mais frequentei no início até começar a conhecer outras zonas.
Tendo saído do meu país numa altura em que uma crise sócio económica e político militar afetava a minha perspetiva futura, Portugal foi o lugar que me trouxe esperança para me dedicar, estudar e aprofundar o que amo fazer, na área de audiovisual e música.
Tem saudades de Moçambique? Com que frequência visita o seu país natal?
Claro que sim! Saudade é a primeira coisa que me vem ao coração quando penso em Moçambique. Há 4 anos que não retorno à minha terra natal mas tudo indica que essa saudade irá ser reduzida ainda este ano.
Aos 16 anos descobre a guitarra. É nesse momento que sente a sua vocação de artista e de ser músico?
Sim, é nesta altura que a música desperta em mim uma forma para expressar meus sentimentos, pensamentos e sonhos.
Não foi algo que tivesse a aprovação dos meus pais inicialmente mas nada que tivesse feito antes me fez sentir tão presente e em paz, daí nasce a minha vontade e sonho de um dia correr o mundo a tocar e a partilhar parte da minha essência através da música.
No entanto fez um percurso por outros mundos da arte, como o design a ilustração ou até a realização. Foi pela experiência, necessidade de sobrevivência, ou o percurso de uma descoberta interior?
Sempre fui movido pelo amor ao que faço. Antes de começar a tocar, adorava desenhar e ilustrar. O design e a realização surgem como uma ferramenta para poder expressar conceitos e ideias numa outra dimensão visual, felizmente tive a oportunidade de trabalhar comercialmente nesta área em pouco tempo assim que comecei a aprender através da Internet.
Nos videoclipes e até nas capas dos álbuns, as artes criativas são da sua autoria?
Sim.
Ao longo dos anos foi construindo a sua musicalidade. Quais foram as suas principais influências?
Quando comecei a tocar guitarra passei pelo Rock interpretando Metallica, Nickelback, Guns and Roses, Eagles, e depois blues: Ray Charles, Eric Clapton, James Blunt e de seguida interpretei sons de João Gilberto, Djavan, Tom Jobim ganhando um fascínio pela bossa nova e ai no meu segundo ano a tocar guitarra começo a tocar um pouco de flamenco com temas de Paco de Lucia, Vicente Amigo e de seguida apaixono-me também pelo funky, smooth jazz de George Benson. Isto tudo acontece numa altura em que vou ouvindo rap de intervenção e música pop. Atualmente continuo a ser influenciado também por muitos artistas e bandas da nova geração.
O seu primeiro álbum é uma fusão de vários estilos musicais, nas suas próprias palavras, Reggae, Funk, Ska, Blues, Marrabenta. É a procura de uma nova sonoridade e quem sabe de uma nova corrente musical?
Sim. Essa é uma busca constante, e o primeiro álbum é marcado com os estilos que mais me tocaram na altura, os elementos que vou buscar na marrabenta é uma forma de honrar um estilo originário de Moçambique.
O seu mais recente single “Chega de solidão”, foi como que uma resposta ao isolamento da pandemia?
Sim. Foi um desabafar de um sentimento que afetou a muitos e eu não fui imune a ele.
Nessa altura compus a alguns temas que se vestiram desta melancolia por, por exemplo, ter tido familiares que não podia ver se estavam a dar os seus últimos suspiros no hospital e no contexto de pandemia que estávamos não era possível haver uma despedida ou um último abraço.
Recebeu algum apoio do Estado Português no período da pandemia?
Não, não me candidatei.
“Canto para a paz, para o amor e para elevação da consciência”. Acredita que a arte pode ajudar a mudar consciências e conduzir-nos a um mundo melhor, mais igualitário, com menos guerras e ódio?
Sim. Nós somos energia e ainda que a música sozinha não acabe com a guerra, ódio e com as feridas que o ser humano tem coletivamente, ela pode definitivamente influenciar e ajudar a mudar a nossa energia individual, para que vibremos no amor, na empatia, compaixão e proatividade e em prol do bem comum.
Projetos para este ano? Quais são os próximos concertos?
Próximo concerto nos Açores, no Cordas World Music Festival, de 20 a 22 de setembro.
Para Maputo, Moçambique viagem foi adiada para 2023 por questões de saúde (Coração).
Em Tróia, no Design Troia, no dia 6 de agosto.
5 de agosto na casa da Baía em Tributo ao Reggae.
Entre outras coisas que ainda serão anunciadas na minha rede social.
Habitualmente peço no fecho das entrevistas, uma mensagem para todos os artistas do mundo, mas neste caso peço uma mensagem para o povo Moçambicano.
Vamos dar o melhor de nós a cada dia que passa.
Distribuir equilibradamente a riqueza para um Moçambique melhor.
Juntos vamos longe, ganhamos todos e somos mais felizes.
A luta continua por um mundo melhor.
Website
https://www.facebook.com/Michel.William.Artist