A teoria dos universos paralelos no mundo do vinho

Tem vindo a conquistar consenso na comunidade científica a noção de que o nosso planeta é demasiado frágil para suportar as intervenções que o Homem lhe aplica. Apesar disso, das evidências e de toda a comunicação gerada em torno do tema, há ainda – hoje – quem adopte a visão citadina de que a agricultura beneficia o meio ambiente, preterindo as preocupações com terrenos revolvidos e uso de pesticidas e entendendo a vida agrícola como uma espécie de reserva natural do “verde” e de um estilo de vida “limpo”. Como é evidente e tem sido projectado ad nauseam, a agricultura é um dos principais motores da poluição. Mas é uma actividade fundamental para a sobrevivência do Homem, através do cultivo de alimentos consumidos pelo Homem e pelos animais que este próprio consome.
Esta preocupação, evidente, levou cientistas como Stephen Hawking a defender que a sobrevivência da humanidade depende directamente da sua capacidade de conquistar o Espaço e de encontrar outros planetas onde possa desenvolver-se. Até há relativamente pouco tempo, essa concepção revelava-se praticamente impossível – o universo era tido como infinito e a probabilidade de chegar a planetas onde o Homem pudesse desenvolver-se estaria à distância de anos-luz, dificilmente navegáveis. Não vamos, aqui, tecer considerações sobre a vida extraterrestre, muitas vezes associada a alienações humanas indizíveis. Vale a pena fazer referência, talvez, às declarações inesperadas de um general israelita, ex-chefe do Departamento Espacial do Ministério da Defesa, que advogou recentemente uma tese de acordo com a qual os Estados Unidos possuiriam um acordo com extraterrestres para fazer investigação científica na Terra; e que Donald Trump teria sido aconselhado a não o comentar publicamente, porque a população mundial não estaria preparada para o perceber.
Centremo-nos apenas na bastante mais provável imensidão do universo – exactamente a mesma que impossibilita a expansão do Homem para outros planetas.

Hawking desenvolveu até praticamente ao fim da sua vida uma das teses mais difíceis de entender, até segundo o próprio. A teoria dos universos paralelos envolve um conjunto de conceitos como a gravidade quântica, a teoria das cordas e a supersimetria. Em resumo, Hawking defendeu que o nosso universo está em expansão, mas que existe um ou mais universos paralelos, igualmente a desenvolver-se. Sendo paralelos, haverá a possibilidade de uma passagem mais rápida para os mesmos, nomeadamente através dos buracos negros. Nesses universos pode subsistir um contexto favorável à existência de vida; e pode até, com elevado grau de probabilidade, coexistir um conjunto de vidas paralelas, eventualmente em tudo semelhantes à nossa. Verificando-se esta teoria, a raça humana poderá encontrar uma forma de prolongar a sua existência quando o nosso planeta perder a envolvente exigível para assegurar o milagre da vida.
Para o mundo dos vinhos decorre desta teoria todo um conjunto de ensinamentos extraordinário.
Em primeiro lugar, a gestão de algumas empresas parece desenvolver-se em universos paralelos, em nada semelhantes entre si. A qualidade de gestão de uns profissionais contrasta com a ignorância de outros; a visão de uns departamentos parece limitada pelas entropias de outros; a incapacidade de perceber o sector em todo o seu potencial é partilhada por diversos agentes. Parece que existem diferentes universos no sector, nas regiões vitivinícolas e, muitas vezes, até nas próprias empresas. Era uma descoberta fantástica perceber que, um dia, estes universos poderiam cruzar-se e aprender uns com os outros.
Em segundo lugar, a produção de vinhos pode aqui encontrar todo um universo novo para explorar. No sentido literal. Aí, em vez de debatermos o terroir de regiões vitivinícolas, poderíamos expandir horizontes e debater o terroir de planetas inteiros. As regiões tradicionais teriam que se debater com o Novo Mundo. Não o de sempre, mas um mundo realmente novo.
Por fim, em Portugal, poderíamos até assegurar o tão crucial aumento das exportações, garantindo a sobrevivência das empresas e o incremento de boas práticas agrícolas, garantidas pelas vendas de que as empresas estão tão necessitadas.

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