Bom dia
Jornal online | 35.000 visitantes únicos por dia | Mais de 350 mil seguidores nas redes sociais
Fundado à 21 anos
Quando foi fundado o Bom dia e como se iniciou esse projeto?
O Bom dia surgiu em 2001 pela mão de um luxemburguês pioneiro nos serviços online que achou estranho não existir um jornal na Internet num país com tantos portugueses. Patrick Kersten juntou um grupo de portugueses para criarem o site e o seu conteúdo que, então, se resumia à cobertura de eventos da comunidade portuguesa. Meses depois, por razões profissionais, Kersten entregou o projeto aos portugueses que nele colaboravam e que criaram a associação Bomdia.lu asbl que ainda hoje tem a propriedade do jornal.
O online foi uma escolha inicial? Porque não o papel?
O jornal foi criado para preencher um vazio no online. Estamos a falar de 2001, o online para alguns ainda era uma moda, mas pareceu-nos uma escolha óbvia a todos. Várias vezes a “tentação do papel” passou pela cabeça dos dirigentes do projeto, mas os seus custos e o facto de querermos fazer algo de inovador pesaram mais e mantivemos o projeto exclusivamente online.
O Bom dia dedica-se à cobertura da atualidade nas comunidades portuguesas mas com maior destaque em 6 países, Alemanha, Bélgica, França, Luxemburgo, Reino Unido e Suíça. Existe alguma estrutura jornalística/correspondentes em cada um destes países? Como é feita a cobertura noticiosa?
O Bom dia tem uma pequena equipa de jornalistas assalariados e uma vasta rede de colaboradores. São mais de 100 pessoas que na Europa (e alguns noutros continentes) comunicam graças às redes sociais e reúnem regularmente de forma virtual. Muito antes da pandemia, o Bom dia já trabalhava de forma completamente virtual, com reuniões à distância.
O Bom dia é um bom exemplo de que o online pode ser comercialmente rentável. Qual foi a fórmula encontrada para o vosso sucesso?
As dificuldades são imensas. Se não fosse o trabalho voluntário de muitos dos colaboradores, o jornal Bom dia não seria o que é. Os funcionários do Bom dia são excelentes e profissionais, mas a maioria dos colaboradores trabalham num espírito de voluntariado, à boa maneira do velho associativismo da diáspora, ou seja, sem remuneração. Essa é a fórmula, à qual acresce uma estratégia clara: nunca nos endividámos, ou seja, só lançamos projetos quando a tesouraria o permite.
Quais foram os momentos mais positivos que destaca ao longo destes mais de vinte anos e os menos positivos?
O prazer de receber reações positivas de leitores de todo o mundo é o aspeto mais positivo do projeto; mas não é o único. A vasta equipa de colaboradores do Bom dia é também uma verdadeira família que se apoia, entreajuda e cresce junta. Os pontos negativos são o imenso investimento de tempo que o projeto exige em determinados momentos.
Durante estes anos com certeza que surgiram histórias de cumplicidade com os vossos leitores. Conte-nos alguma que tenha ficado na memória.
Muitos dos nossos colaboradores atuais são antigos leitores. Um dia um leitor veio a uma das nossas reuniões de redação pedir um estágio para o filho, mas foi ele próprio que se tornou repórter do jornal. E, além disso, conheceu a atual esposa graças ao Bom dia, e tiveram uma filha: um “bebé Bom dia”.
Que projetos a curto/médio prazo para o Bom dia? A aposta no vídeo vai ser maior?
A aposta nas redes sociais tem de ser atualizada e revista continuamente. Neste momento o vídeo é rei, por isso teremos de nos adaptar a essa realidade, apesar de ser um desafio difícil em termos de tempo investido e na formação que é necessária para os colaboradores.
O Bom dia já se tem aventurado, por causa de trabalhar muito os vídeos, em projetos mais sérios de produção, tendo já realizado alguns documentários.
Outro caminho deverão ser os podcasts, uma tendência que, ao que parece, veio para ficar.
Uma mensagem para os vossos leitores.
Continuem a ler-nos, a seguir-nos, que nós prometemos continuar a informar e entreter cada vez mais e melhor.
Há mais de 30 anos a viver no estrangeiro (Espanha, Áustria, Bélgica e Luxemburgo) Raúl Reis trabalha para a União Europeia mas apaixonou-se pelo jornalismo aos 16 anos numa rádio pirata e acabou por investir todo o seu tempo livre no primeiro jornal em linha das comunidades portuguesas, o Bom dia. Apaixonado por cinema acha que não há melhores férias do que 10 dias por ano no festival de Cannes ou as vindimas nas vinhas de Felgueiras onde nasceu.