Croácia, Split
A capital da Dalmácia
Rumo à maior cidade da Dalmácia, temos como destino uma das mais belas cidades da Croácia, claro está, falamos da cidade de Split. Outrora uma cidade importante dos impérios Romano, Veneziano, Austro-húngaro e Jugoslavo, apresenta-se perante os viajantes como uma cidade contemporânea com uma visão muito própria de como preservar o seu património. Situada no centro da Dalmácia, cercada pelo mar Adriático, a cidade de Split tem como limítrofe um conjunto de montanhas circundantes. Desde a sua fundação, até aos dias de hoje a cidade terá beneficiado desta proteção natural, todavia o maior destaque assenta no seu porto e consequentemente na sua centralidade, recordo que estamos perante um dos maiores portos de passageiros de todo mediterrâneo. A cidade de Split estabelece a sua economia essencialmente de turismo e serviços associados, sendo que a maioria dos turistas que a visitam, aportam fazendo uso do transporte marítimo, outra possibilidade será o uso de transporte aéreo, visto que aeroporto de Resnik encontra-se a 20km da cidade.
A origem de Split encontra-se conotada com o apogeu do império Romano, não obstante de terem sido encontrados alguns vestígios arqueológicos que apontam para uma prévia ocupação de um povoado Grego sem expressividade. A fundação da cidade deve-se ao Imperador Romano Diocleciano, que terá governado entre anos 284-305 dC. De acordo com registos históricos Diocleciano, terá nascido em Salona, uma cidade na proximidade de Split e que da qual ainda restam ruínas. Em Salona, Diocleciano era visto apenas como um filho de um escravo, todavia os registos históricos retratam-no como um militar exímio, sendo que as notáveis campanhas militares contra os Persas, aliada à posição de comando da escola imperial de Marco Aurélio, viriam a ditar a sua nomeação como Imperador.
Durante o seu reinado, o Imperador Diocleciano terá preparado a sua “reforma”, desta forma ordenou a construção de um Palácio a 20km de Salona, mais concretamente na área de Split. Durante a vigência do governo de Diocleciano, destaco a maior perseguição religiosa de sempre movida aos Cristãos. Após abdicar, Diocleciano terá vivido no seu Palácio, todavia os constantes ataques movidos em Salona por ávaros e eslavos, resultaram num êxodo populacional para as imediações Split dando origem à cidade que hoje visitamos.
Ao longo do tempo Split, terá estado sobre domínio Bizantino, Veneziano, Austro-húngaro, o que engrandeceu e diversificou o seu património cultural. Destaco um passado mais recente, no qual o fim da Primeira Guerra Mundial terá ditado a formação do Reino Sérvio, Croata e Esloveno, conhecido desde 1929 como Jugoslávia.
Durante a Segunda Guerra Mundial, a cidade foi ocupada por Itália-Forças-do-Eixo, seguindo-se uma breve libertação pela resistência, todavia pouco tempo depois a liberdade viria a sucumbir às mãos da Wehrmacht-Alemanha Nazista. Durante este período, a cidade foi devastada pelos constantes bombardeamentos das tropas Aliadas, sendo finalmente libertada a 26 Outubro de 1944.
Mais recentemente em 1991, a Croácia declara a independência da Jugoslávia o que ditou um conflito armado na região entre que viria a ser notícia pelo genocídio étnico perpetuado na região entre Bósnios, Sérvios e Croatas.
A cidade de Split desenvolve-se à beira-mar, a avenida principal exponencia o convívio harmonioso entre a cidade e o mar adriático. No verão, as ruas enchem-se de dia e de noite com centenas de locais e turistas que aproveitam o lugar para passear e contemplar a vista.
A viagem prossegue pelas ruas estreitas da cidade, construída em redor do palácio de Diocleciano, a cidade conseguiu preservar 1600 anos de esplendor patrimonial. Cidade Património Mundial pela UNESCO, permitirá ao viajante mais distraído identificar as estruturas arquitetónicas ímpares, nomeadamente, colunas, pedestais, padieiras, cornijas entre outros. A primeira paragem indubitavelmente passa por visitar o palácio do ilustre Imperador Diocleciano.
Palácio de Diocleciano
Construído entre Séc. I e II d.C. de forma retangular e completamente murado, preconiza a mescla entre uma fortificação Legionária e uma luxuosa casa de campo. Estruturalmente organizado em quadrantes, nele o viajante conseguirá ainda identificar a zona privada do imperador, termas, biblioteca e templos em zona oposta às estruturas inerentes aos trabalhadores e tropas, que serviriam o imperador e asseguravam a defesa da cidade.
O palácio de Diocleciano em Split, encontra-se diretamente ligada aos quatro (4) portões da cidade murada, nomeadamente Portão de Ferro, Prata, Latão e Ouro
Portão de Prata – Entrada preferencial na cidade, nas imediações um mercado local onde o viajante poderá adquirir produtos locais. Aproveite para contemplar os arcos e a qualidade da construção de outros tempos. Portão de Ouro – Construída de forma retangular, repleta de esculturas, servia como porta principal do palácio podendo apenas ser usada pela família real. A sua orientação privilegiada para Salona torna a porta de chegada das tropas do império.
Portão de Ferro – Portão de Ferro acolhe a adorável Igreja de Nossa Senhora do Campanário do século X.
Portão de Latão – Um dos portões mais carismáticos permite a passagem subterrânea entre a zona mais nobre palácio e o mar. Actualmente é ocupado por diversas lojas de artesões locais. O Abastecimento de água da cidade, era efetuado através de um aqueduto maioritariamente enterrado proveniente do rio Jadro nas imediações de Salona. Como qualquer cidade romana estaria equipada com banhos termais.
Peristilo do Palácio de Diocleciano
A peça central da cidade e do palácio, constituído por um conjunto de arcos assentes em colunas gigantescas, estamos perante a construção típica Greco-Romana. Local aprazível que figurava apenas nas casas mais ricas. O peristilo de Split era um local devidamente ornamentado, e nele podemos igualmente observar esculturas de esfinges e leões.
A imponência deste local é tal que foi usado na rodagem de diversos filmes, sendo um dos peristilos mais bem preservados do mundo. Aproveite os degraus para descansar e observe a vida que este local traz à cidade de Split.
Monte de Marjan
A cordilheira montanhosa circundante da cidade alberga o maior pulmão florestal. Caso tenha tempo, visite o parque natural especialmente ao entardecer, a vista sobre a cidade é deslumbrante. Utilizada pelos locais para a prática de atividade física, o monte de Marjan acolhe ainda um Jardim Zoológico local, e revela ser um local ideal para realização de um piquenique nos dias de maior calor.
Catedral e Torre do Sino de St. Dominus – Split
Localizada no centro da cidade, a Catedral erigida no Séc. IV, é actualmente a Catedral mais antiga do mundo, o seu propósito seria servir como mausóleo romano, preparado como túmulo do imperador. Curioso é o nome de St Dominus, que terá sido um dos sete cristão perseguidos, decapitado às mãos do imperador Diocleciano. Mais tarde, elevado a santo padroeiro da cidade, o povo viria a atribuir o seu nome à catedral da cidade.
Recomendo uma visita à Catedral, destacando particularmente a visita à cripta e à sacristia onde se encontra o principal tesouro da cidade, nomeadamente peças de arte sacra e as relíquias do santo padroeiro da cidade – São Dominus.
Forte de Kliss
Na proximidade de Split, é possível visitar o forte de Kliss, actualmente em ruínas, esta fortaleza medieval herda o nome da pequena vila no seu sopé. Utilizada como forte pelas tribos da Dalmácia, viria a ser recondicionado como castelo, servindo a coroa croata. De acordo com o registo histórico terá servido como primeira linha de defesa contra os avanços to império Otomano.
Localizado a 20 minutos da cidade, é possível visitar recorrendo aos transportes locais, procure a melhor vista sobre a cidade e será difícil não ficar satisfeito. Recentemente, o forte assim como centro histórico de Split, sofreram um aumento no número de visitantes, isto porque terá sido rodado neste local a série “Game Of Thrones”.
Trogir – A cidade Medieval
Nas imediações de Split, é possível visitar a cidade de Trogir, fundada no Séc. 3 d.C. terá conhecido o apogeu igualmente durante o império Romano. A cidade de Trogir situada numa espécie de ilha, destaca-se do continente. Considerado património da UNESCO desde 1997, protegido como património histórico essencialmente devido arquitetura Veneziana. Realço as portas da catedral da cidade século 13 D.C., uma verdadeira obra de arte perpetuada por Radovan, um artista ímpar da Dalmácia. Para os mais aventureiros, fica o desafio de subir à torre principal da cátedra, os degraus serão poucos para a vista panorâmica sobre a cidade.
Além da marina e da azáfama de pequenas embarcações lúdicas e piscatórias, Trogir apresenta-se nas águas cristalinas do adriático, com praias magnificas e é amplamente procurada por turistas. Trogir é uma cidade encantadora e cuja visita se torna obrigatório.
Visite a cidade Split, local idílico abençoado pelas águas cristalinas do Adriático.